segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A PALAVRA EMPENHADA

Quantas vezes, na infância juramos pela nossa mãe e pela dos outros “mortinha de baixo de um carro” Haaaaa! Se isso se propagasse na realidade haveria muita gente orfã, mas como na realidade a mãe nunca morria continuávamos a jurar pela pobre coitada, não como meta de mata-la, mas como forma de validar o juramento. Até mesmo por que mãe é algo intocável.

Quando crescemos continuamos a prometer algo do qual não vamos cumprir é velho “EU te ligo, pode deixar que eu levo, vou chegar as 21h, eu tenho em casa” Só que ao longo da vida não tomamos consciência da importância que tem essas palavras.

Ao entrar no caminho da bruxaria tomei noção do que empenhar a palavra, só me limitei a acreditar que empenhar é quando palavras que formalização a ação se faz presente como “Eu prometo, eu juro, eu me comprometo”, mas na ausência dessas palavras não sereia dar a mesma?

Esse questionamento surgiu após ter feito uma ação do qual eu não julgava dar a palavra, mas ao ver que descumprir com o combinado a outra pessoa que havia se planejado teve que em cima da hora pensar em um plano B, após isso percebi os efeitos de prometer algo informalmente que talvez não tenha simbolismo para mais outrem sim. Casos como:

“Eu vou chegar as 18h 3m ponto” a outra pessoa esta lá quando você chegou as 19h, quais leões foram precisos matar para chegar no horário enquanto você não prezou pela pontualidade?

Depois de perceber a influência que essas coisas que parecem tão pequenas tem, eu tento utilizar palavras com dúbias intenções, como por volta, vou tentar, eu acho, quem sabe.
Com isso Trago a reflexão de quantas vezes descumprimos nossa palavra e o que colhemos com isso, será que somos capazes de perceber o efeitos do descumprimento em nossa vida e em nosso corpo?

Marcha Morgan Lux Lvnae
Atualmente ela ocupa a função de Governanta
da Casa dos Corvos Sagrados um Conventiculo da Arte Tradicional.
A Autora autoriza a reprodução do texto, desde que sejam dados os devidos créditos e direitos (Autoria e link original)

BUSCANDO UM TRAÇO ALQUIMICO

Tentando compreender o traço alquímico que há por trás dos véus, venho questionando os vários aspectos que fundamentam a força de cada religiosidade, sem desrespeitá-la, existem vários métodos de travar contato com tais forças, os símbolos sem duvida falam por si só, mas ainda sim simplesmente o contato e a averiguação da verdade por trás de cada símbolo é suficiente para fazer de tal observador um adepto?

Creio que não, então deduzo que existe componentes que velam o acesso real ao que há de mais secreto há em cada uma dessas manifestações, cada uma dessas verdade. Logo percebe-se que existe guardiões dessa sabedoria, são chamados por vários nomes, sua metodologia é variada.

Vendo ainda pequenos aspectos em comum às realidades, tenho tentando compreende-las, analisado a importância da alimentação ritual e seu fundamento, sem duvida é um assunto que trás muita polemica, desde a visão distorcida do resgate dos valores femininos e com isso e por isso a mulher jamais deve esquentar sua barriga num fogão à utilização de sacrifício animal onde a maioria das correntes mágico-religiosa e moral hoje procura evitar, mas deixando um pouco a polemica de lado, fico pensando qual o fundamento por trás desse aspecto, até então vejo que a alimentação ritual tem sua grande valor ao meu ver, pois esta associada diretamente a antropofagia, ou a mística do guerreiro, ao que parece algo simplório constitui sem duvida um ato sagrado, como p.e. o comer a hóstia consagrada, desde a sua criação física a sua elevação de poder reside ai uma ato de hierofania, porem como o adepto deve recebê-la, degustá-la e absorve-la é que é a questão, creio que independentemente da ignorância ou da consciência do adepto o símbolo concretizara a sua verdade, entretanto o nível e a sua potencia ira depender dos vários fatores inclusive da ignorância ou da consciência do adepto.

“Antes de realizar os rituais sexuais místicos, os adeptos do tantrismo compartilhavam uma refeição de alimentos proibidos transformados em oferendas divinas durante uma prece. Ofereçam, então, alguns alimentos um ao outro, como frutas pequenas (morango, uvas) ou pedaços de fruta, saboreando-as sem pressa. O objetivo é despertar o paladar, outro sentido que potencializa seu ritual de prazer”.

“Comidas rituais são as comidas específicas de cada Religião, que para serem preparadas são submetidas a um verdadeiro ritual. Esses alimentos depois de prontos são oferecidos e/ou compartilhado dependendo da Religião, acompanhados de rezas e cantigas, durante a festa, rituais, sua ordem liturgica tambem varia em cada Religiosidade, na maioria são distribuídas para todos os presentes...”

Ainda pra mim fica obscuro muito mais por trás desse aspecto, principalmente quando a questão é a oferenda, sei que seguem o mesmo principio, mas há duvidas como a ligação, a vibração, a potencialidade de cada alimento ou a potencialização por parte do hierofante, tudo isso são duvidas que terá respostas a medida do tempo.

“...no candomblé, a Iyabassê ou Iyabassé é responsável pelo preparo dos alimentos sagrados. Todos iniciados podem auxiliá-la, sendo ela a responsável por qualquer falha eventual...”.

Lvcivs Magnvs Lvnae IIIº
Atualmente ele ocupa a função de Verdelet
da Casa dos Corvos Sagrados um Conventiculo da Arte Tradicional

O Autor autoriza a reprodução do texto,
desde que sejam dados os devidos créditos e direitos
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GIRO DO COMPASSO

Estava pensando sobre a relação receptor e da potencia, humano e forma, questionei-me a cerca desta relação que no ato do drama ritual, e não somente neste ato, tem uma importância suma, na estrada do adepto.

Creio que a assunção da ‘forma’ no drama ritual é sem duvida importante, vendo que é por meio dela que o mito é vivificado e desta maneira conseguimos refazer o giro da roda, pois tais ‘formas’ podem trazer em si a totalidade de sua potencia, uma criptografia complexa que se torna ainda mais complexa e corre o risco de perder o sentido se for compreendida simplesmente no ato do drama ritual, sem contar as armadilhas aos incautos, pois o drama tem sua funcionabilidade semelhante a de uma peça de uma engrenagem, porem está peça (drama ritual) pode ser vista ou é a síntese, entretanto existem outras peças que a interliga, que faz com que ela tenha sentido, a pergunta que surge é quais seriam estas peças e o que há por trás?

Vejo que somente a vivencia que é a busca da compreensão (de cada peça desse grande mecanismo) pode tornar inteligível à consciência do iniciado o sentido do giro do compasso, o adepto deve lembrar que o símbolo é a sua linguagem. Recentemente estivemos em tal drama ritual a Festa da Vida, com o senhor da luz e o retorno das trevas.

Entretanto fico a me questionar como será o confronto na visão da ‘forma’ do Senhor da luz (ou Senhor das Trevas)? E em particular na visão da pessoa que guia a forma (do senhor da luz ou das trevas)? Deve haver interferência do humano ou o humano deve ser pura casca vazia, que repete o mito? O que de fato deve permanecer no humano que guia a forma? Abstração de sua própria realidade? Ou a inter-relação com o humano que o possui ou é possuído?

Acredito que o primeiro passo é que o homem que guia a ‘forma’ deve estar em consonância com o mito da ‘forma’, o cuidado é para não ir para seu mundo mitológico pessoal, viver o drama ritual só ganha sentido quando vivenciado, em suas etapas, a cada lua, a cada dia, então sorver e absorver esta forma que chamamos de Senhor da Luz/ Senhor das Trevas é primaria, vivê-lo em cada quadro que se projeta em nossa vida, isto sim é o que dá sentido e é ai quando o drama, que fixa um marco que marca verdadeiramente os estágios de cada coisa sagrada e profana, em clímax extasiante desvela aos bons olhos a sua essência pura e inata. Havendo tal dissolução saberá o homem guiar a forma com potencia de uma essência verdadeira, sem contar que a busca trará a sapiência à estrada do adepto, fincando um marco e assim estará cumprido o papel do drama ritual, vejo deste modo a relação com a ‘forma’ e em constante busca pela verdade.


“Ser tal qual a forma ou tal qual o homem, absorver a ‘forma’ é tomar o veneno de Eras”.

Lvcivs Magnvs Lvnae IIIº
Atualmente ele ocupa a função de Verdelet
da Casa dos Corvos Sagrados um Conventiculo da Arte Tradicional

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HÁ SENTIDO POR DETRÁS DA ALEGORIA

Uma nova forma de encarar os mitos pagãos e adapta-los ao mundo que vivemos.
Como Bruxos Tradicionais e residentes no hemisfério sul, vemos e notamos a imensa dificuldade de nos adequarmos as praticas religiosas do sistema festivo vigente que impregna a nossa sociedade, principalmente na época do natal, onde todos lembram da festa e muitas vezes esquecem o sentido. E como faremos nós para nos adequarmos a isto, o que faremos para que nossos filhos, netos, bisnetos não estranhem, não sejam discriminados e nem sintam a famosa pontada de inveja e diferença por ver seus colegas, companheiros, namorados celebrarem e terem determinados símbolos que podem soar estranhos a eles?

A partir daí percebemos o quanto as coisas continuam a mesma e tendem a não mudar, mas o que muda é apenas a nossa forma egoísta de querer se DIFERENCIAR. Os nossos ancestrais quando não eram queimados na fogueira, nem julgados ou presos, não o eram apenas por um motivo. Sua inteligência e perspicácia de saber utilizar as armas (tomadas algumas vezes) pelo inimigo e mesclarem as suas práticas, não assim desvirtuando a religião, mas apenas adequando e mostrando apenas um verniz que cobre a verdadeira forma do que celebramos e praticamos.
Caldeirões, facas, cordas, será que todos estes símbolos eram usados desde o inicio das práticas ditas xamanicas no paleolítico, ou seja, lá quando começou o culto ancestral? Ouso dizer que obviamente que não, mas era a maneira do homem/sacerdote mulher/sacerdotisa, utilizar o que lhe era mais fácil de entendimento a massa. Assim como na idade média surgiram muitos meios e maneiras e instrumentos utilizados, justamente para fugir das perseguições e sobreviver a “era das trevas”.

Então basta analisarmos ao nosso redor, temos as chaves, somos Bruxos Tradicionais medievais e não percebemos e não utilizamos isto, apenas por um preconceito ou ego exacerbado em defender e honrar as “nossas irmãs que morreram na fogueira”. Aposto que os que morreram não foram em vão e não para verem nos defendendo Deusas barbies cósmicas e Deuses de chifres de plásticos. Às vezes determinadas práticas não nos fazem muito sentido justamente por não termos um elemento diário no qual nos espelhar, ou ver ou simplesmente admirar.
Daí chegamos ao ponto celebratório encontrado neste Sabá do Verão. Perai!!!! Senhor da Luz de espantalho caipira? Senhor das Trevas de Papai Noel? Peraí!!! São João e Natal.... SALVEM.. O MUNDO PAGÃO ENLOUQUECEU!!!!!

NÃO meus irmãos, o mundo pagão não enlouqueceu, é nos que estamos crescendo e aprendendo a fazer o que sempre deveríamos ter feito adaptar as armas do “inimigo” ao nosso favor, mas não para roubar, mas apenas para fazer o que eles por vezes fizeram, trazer ao entendimento elementos que até então poderiam ser de difícil assimilação para os demais.
Mas qual a correlação do Espantalho/Caipira com o senhor da Luz...

Com o seu chapéu de palha e seu jeito rústico, nada mais representa do que o próprio senhor da luz com sua coroa solar a iluminar os campos (físicos e psicológicos) e fazer germinar e crescer a semente que vem sendo continuamente plantada. É ele que está a velar para os corvos não virem e comerem o grão que as ervas daninhas não cresçam, sempre a nos guardar... até que chega o momento de colher e o espantalho/caipira sai de cena.. e ai que entra... o Senhor das Trevas... mas perai ai.. caipira eu entendo... mas papai Noel e seus presentes... O papai Noel com o seu gorro nada mais é do que o senhor das colheitas com o seu gorro e saco em representação de uma cornucópia que vem trazer toda abundancia da colheita (mais uma vez física e psicológica) que viremos a ter (claro meus irmãos que vai depender do que eu, você, nós plantamos ao longo... porque o espantalho e o papai Noel velam e trazem, mas não fazem milagres). Com a escuridão (que não chegam a ser trevas temerosas do seu gorro e do seu saco aparentemente vazio nos recebemos aquilo tudo que merecemos por honra e por aquilo que sabiamente ou erroneamente semeamos.
Mas muitos podem perguntar: Porque utilizar destes mitos, nos já temos os nossos. Eu posso ter o entendimento, você pode ter, mas volto ao ponto. E nosso filhos ainda com os seus egos fragilizados sendo tratados diferente na escola, na vizinhança ou entre amigos, justamente por não receberem os seus presentes, por não terem aquela figura do bom velhinho na escola ou no meio no qual convive, passando assim a ser um recluso. Temos também a velha e conhecida arvore de natal que em suas raízes não tem nada haver com o sentido cristão e obvio que também utilizaremos isto ao nosso favor, mas estrela de anunciação bolinhas de natal nada mais são do que o sol que em seu explendor chega ao seu ápice e ilumina com toda força e calor no verão e as bolas de natal e os presentes nada mais é do que a colheita que está por vir.
Os profanos vão achar lindo, mas e os pagãos e os wiccanos? Provavelmente vamos ser alvo de chacota, vamos ser ultrajados e ofendidos mais vez... Bem estamos acostumados. E na verdade o que estamos mostrando é a tinta da parede porque o que nos une, a nossa base a parede firme e inabalável está por trás da tinta que o PSEUDO-PAGÃO verá. É preciso notar que é preciso colocar o mito e o rito de acordo com a nossa necessidade cultural e talvez geográfica para sobrevivermos. É preciso ver que por trás da tinta na parede há todo um alicerce firme e forte que desce e tira sua força do centro da terra onde os antigos descansam. E com isto podemos parar de celebrar ritmos europeus, americanos e passarmos a viver uma Bruxaria Tradicional mais perto de nós e contemporânea, aquilo que A.D. Chumbley diz: “A Arte sem nome” ou seja, sem rótulos, que se adapta a realidade como uma serpente. E sem contudo perder a essência primal e a base da gnose. E esta é uma maneira de sobreviver, nos comportamos como uma serpente adentrando por debaixo da sociedade assim sobrevivendo com o que ela nos oferece.
Existem ainda outros mitos e seres a serem adicionados e trabalhados, curupira (Green-man) Caipora e tantos outros, mas isto fica para outros pontos da roda.
Bençãos e Maldições a aqueles que trilham o caminho sagrado.

Extrato de conversa entre:
Cadmo Nereu Lvnae (Atualmente membro iniciado da Tradição Wiccana Gardneriana)e
Azazel Semajza Lvnae Iº (Convocador da Casa dos Corvos Sagrados)

Oa Autores autoriza a reprodução do texto,
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A INFLUÊNCIA: AMOR OU ÓDIO

O entendimento sobre tal assunto deve ser pleno, equacionar a relação com o adepto é de suma importância, pois tal adepto deve ser compreendido nas diversas áreas da vida, de que modo o adepto deve ser conduzido?

Tal questionamento respondera como cada individuo foi conduzido, de qual lado ira pesar a balança a do condutor ou o do adepto? Houve o souve et coagula? O produto final a androgenia?

“... o magnetizador transfere ao paciente também as características de sua própria alma...” (Franz Bardon – Magia Pratica).

A pergunta é quem seria o tal magnetizador e o paciente, respondo, o condutor e o adepto, porem nesse quesito a um momento importante, o condutor pode ser influenciado pelo adepto? A resposta obvia deveria ser não, mas é sim, pois o condutor é alguém que já percorreu o caminho e agora deveria ensinar ao adepto a mesma estrada, entretanto quando o condutor ainda esta disposto a ver novo céus (aceitar a influencia do adepto) nesta estrada onde o adepto esta a trilhar, deve a influencia do adepto ser negada? P.e. fulano (condutor) começou ir para Weaves com o adepto, isso é correto? Há muitos pontos de vista sobre essa questão, mas creio que deve haver uma harmonia, justo que o condutor deve estar pleno para poder solucionar as mais varias realidade que o sacerdócio apresenta, o sacerdócio requer sabedoria vivificadora, com os pés na terra e a cabeça sobre as nuvens, tocando as estrelas e os firmamentos, ligando o céu, a terra e os infernos.

Outro aspecto a ser tomado consciência Marcello Motta descreve: Aqueles que buscam influenciar indevidamente a liberdade de seus próximos estão procurando restringir a autonomia destes; e como está escrito; AL i 41, a palavra de Pecado é Restrição.

Demonstrei tal aspecto, pois ai há a possível falta, p.e. se o adepto tenta ser idêntico ao condutor é a escolha do adepto, mas outra questão é o condutor - dotado do conhecimento de suas influencias – impõe sua existência ao adepto como se fosse o único modelo de ser correto, ai mora a falta.

“O método... ...de influenciar a conduta alheia consiste em mostrar, numa determinada situação, todas as alternativas possíveis á consciência de outros, e então esperar que eles mesmos escolham a alternativa que desejarem. Freqüentemente, essa alternativa difere de qualquer daquelas que lhes havíamos sugerido: como pode um homem abarcar o universo de seu próximo?

“Assim com teu tudo: tu não tens direito a não ser fazer a tua vontade. Faze aquilo, e nenhum outro dirá não””.

“Não devemos tentar influenciá-las na direção dos nossos preconceitos; como podemos saber se elas não trazem, dentro da estrela interna, uma solução muito superior para os demais problemas que julgamos ter resolvido satisfatoriamente?”

“...toda curiosidade espontânea deve ser encorajada; toda pergunta feita de moto-próprio deve ser lealmente respondida com a máxima objetividade e franqueza de que formos capazes...”.


Seria o principio correto a ser adotado?

Procurar influenciar os outros para aquilo que consideramos o “bem” é a mais idiota das presunções de que somos capazes. Essencialmente, estamos tentando impor nossos valores a nossos próximos, e fazer deles fantoches de nós mesmos. Esta conduta está perigosamente próxima do complexo espiritual dos “irmãos negros”.

Creio que tal postura resulta num ser completo de si, dos erros aos acertos, o creio que o domínio do condutor de si mesmo, torna-se imprescindível, pois o cumprimento do seu dever se da pelo cuidado de saber conduzi-lo e conduzir, sem impor sua própria vontade, no adepto.

Indico Magia Pratica - Franz Bardon e Ataque e Defesa Psíquica – Marcelo Motta, para uma compreensão melhor de como o processo de influencia atinge ambas as parte, essa compreensão ajudara amiúde no caminho de uma auto-analise comportamental.

Quais mais questões podem ser levantadas?

Lvcivs Magnvs Lvnae IIIº
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SOLVER E COAGULAR

Analisando e buscando a forma de aplicação dos princípios que hoje revelam-se norteadores na busca da gnose em nosso caminho, vi uma sensata visão de Eliphas Levi sobre esse constante dualismo que tende a desequilibrar-se e escravizar o brilho das estrelas “... aquele que usa e abstém, tem poder duas vezes...”, logo então busquei transliterar para a compreensão das mascaras e a sua aplicação.

“Não em suma a persona que deve influenciar o adepto, mas sim o adepto que assim escolhe e reconheci a persona sem perder seu próprio ser”.


Sobre tal afirmação refleti da seguinte forma, as mascaras existem de forma natural, apesar de ser mal vista, creio que por ignorância, a diversidade das relações conduzem o indivíduo a interagir entre e com todos, essa diversidade leva a tal comportamento natural, entretanto há de fato em todo instante ‘o ser’ que faz suas escolhas, porem vejo duas atitudes a serem tomadas nestes instantes que seriam incorpora a mascara (de modo inquestionável) ou saber adequar o ‘ser’ ao instante tomando consciência da mascara. Porem comumente há o que não dever haver, sem a luz própria da sapiência, que é a ruptura da realidade do ser em prol do cumprimento alienativo da mascara de modo a perder a identidade, saliento que nesta escolha somente vejo problema pela falta da luz própria nesse processo, por tal não há erro, mas pode haver de algo, neste motum contínuo, quando imperceptível a própria luz, a própria vontade estar errado. De outra forma há de fato o solver e coagular, neste modo consciencial o ser em integridade plena dissolve em si as partículas que compõe a necessidade do instante e assim sendo dois se tornam um só, agindo sem perder sua identidade, sendo autentico sem deixar de cumprir o dever, para isso a determinação verdadeira, a consciência do si mesmo e da diversidade que a vida apresenta nas suas formas é imprescindível, daí usar e abster-se é ter poder duas vezes.

...o mago deve lutar para manter a dignidade da sua alma...”
(Fate Stay Nigth)


Entender o funcionamento do ser, sua relação com aqueles que o circundam e também não menos importante nos dados estados de introspecção, é fundamental para que assim possa haver o solver e coagular. Transmutar, as várias formas que a vida apresenta e que se faz necessário se apresentar com ela e para ela, é sem duvida pratica que se faz presente até o ultimo suspiro do adepto e que com isso entendi-se o sentido que nada se perde, o espolio do saber de si mesmo, que compreende tudo, permite dirigir a consciência em justa justiça reconhecendo as varias formas, entretanto como usá-las ou deixar-se usar, é direito de cada alma, em cada escolha, assumir sua decisão e vibrantemente emaná-la da maneira que o coração convicto obedecer o dever de seu direito.

Lvcivs Magnvs Lvnae IIIº
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FELIZ NATAL E FELIZ ANO NOVO - UMA REFLEXÃO SOBRE NOSSAS ATITUDES

Faliz Natal e Feliz Ano Novo
Chegou final do ano.

É natal, tempo de alegria, de perdoar os erros dos outros, de acabar com as brigas, de trocar presentes, se reunir em ceia com a família e comer o peru. É tempo também de refletir, pensar o que fizemos de errado no ano que se vai, a fim de não cometer o mesmo erro no ano que se segue.
A mídia televisiva é tomada por comerciais que estimulam esse sentimento de paz, através de cenas de mesas fartas, papai Noel vindo e pondo presentes ao pé da arvore, ações de caridades com criança, mendigos e o ritual de armar a Árvore. Por mais ou menos cristão que sejamos. A vinda da criança da promessa e todo ritual envolvido no final de ano, mexe coma agente.

Fico pensando sobre os símbolos que envolvem esse momento e sua relação com nosso caminho no que tange as relações da família Lvnae.

Começo pensando sobre os símbolos do natal: Primeiro arrumamos a casa símbolo de expurgação de toda sujeira e energias negativas, além do mais, não podemos passar o ano com casa suja e cheia de resíduos do passado.

Depois arrumamos a arvore de natal com enfeites brilhantes, abaixo ao pé bem na raiz os presentes de cada um da família, o que cada um e uma merece. No topo uma grande estrela brilhante.

A casa é tomado de verde e vermelho, é importante iniciar o ano com o que se quer pro ano seguinte, com isso na mesa fartura, sementes, castanha, avelã, nozes, passas, ameixa tudo que não comemos durante o ano. Além de Frutas, melancia, ameixa preta, kiui, cajá, umbu, manga, pães trançados, panetone, pão de rosca, pão com nozes, salgados diversos, farofa, vinhos, coca cola, e do tão esperado Peru ( no caso do pobre o velho Tender ou a velha bolota de presento, faz as vezes), no meio da mesa simbolizando um sacrifício. O pai em uma ponta e a mãe na outra como os dois grandes pilares, ali esta posta toda a arvores ancestral.

O que seria o amigo secreto? Quando somos surpreendidos com presentes indesejáveis, ou quando tiramos alguém do qual não nos damos ou então a hipocrisia de trocar presente no local de trabalho conturbado impregnado de inveja e maldade?

Que símbolo teria essa relação de troca, quando você da e recebe e nem sempre gosta do que recebe? Não seria melhor se presentear?

Passamos o ano maltratando os idosos, mas natal é o bom velhinho que reina, por que ele nos trará presentes.

Um senhor bem idoso com barba comprida e pelos brancos, com um gorro vermelho (saci também tem gorro vermelho né?!) com seu saco de presente para as crianças que se comportaram bem, vindo em renas voadoras, animais mamíferos que vivem em locais de baixa temperatura, bem diferente daqui né!?

Entrando pela chaminé um lugar sujo cheio de cinzas em tempo de se queimar nas brasas e outros tantos símbolos que nós sabemos que foi importado da Europa pra cá.

E com isso vamos caminhando para o ano novo. A casa agora é tingida de branco, e nossa alma é tomada por sentimentos de reflexão. Os erros antes negligenciados agora são lembrados e repensados, planos são feitos, que talvez nãos sejam cumpridos. É o momento de passar com a família, irmãos que nãos se falavam fazem as pazes, desculpas são pedidas, declarações são feitas. Além daquele velho “Esse ano não vou fazer...” e fazemos ou não. Todos se reúnem na sala coloca no show da virada e aguarda a contagem e como uma grande explosão o "Big Ben" de emoções e desejos se culmina no estourar do champagne (ou cidra no caso de nós pobres mortais)

A questão é que eu e todos nós nos reunimos com nossas famílias, pelo ritual nele envolvido e a importância de viver a máscara, mas esquecemos de uma outra família bem maior a LVNAE. Como se por já termos comemorado o ano novo pagão não tivéssemos a obrigação de adentrar nessa energia e fazer o mínimo que é ligar uns para o outro, saber quem vai estar só, como vai nossos irmãos, mas não! Ao contrario abandonamos uns aos outros.

Convoco a todos e todas nós a repensar, se perceber em meio a toda essa energia natalina, como estamos levando a nossa família Lvnae, como será o nosso ano novo?
Fomos boas crianças no caminho?

Merecemos um presente do Papai Noel.

Marcha Morgan Lux Lvnae
Atualmente ela ocupa a função de Governanta
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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

PRIMAVERA - UMA FESTA DE ASCENSSÃO DE NOSSA SENHORA DA INICIAÇÃO NO ESPELHO DO EGO

1. A PRIMAVERA – RESUMO.
A Festa da Primavera, comemorada entre os dias 21 e 22 de Setembro é um momento que marca para a comunidade neo-pagã do hemisfério Sul, o despertar da Terra de sua letargia do Inverno (qual?), o sol encontra-se diretamente sobre o equador, trazendo luz e trevas em igualdade, ou seja, noite e dia tem as mesmas durações míticas. Esse Festival marca o momento do plantio (para quem?) e do germinar, bem como, do crescimento dos primeiros brotos (de que lugar?), além disso, ele assinala o desabrochar das flores (onde?) que anuncia a Ascensão ou retorno da Deusa (Lua) em sua face de Donzela Primaveril, como a Jovem corça que busca o Gamo Rei. O Deus Chifrudo tornou-se um belo Jovem (Sol) e suas forças se refletem na vitalidade e crescimento das plantas.

No hemisfério Norte, a data é comemorada entre 21 e 22 de Março, o que coincide com o período da Páscoa Cristã e com as implicações do Coelhinho da Páscoa e seu simbolismo pagão atrelado ao mito da Deusa Eoster, por isso nesse período são decorados os tradicionais ovos que são distribuídos entre os Adeptos simbolizando a fertilidade e esperança de colheitas e procriações melhores (???). Outro tema que é apresentado é o prenuncio do Casamento Sagrado da Jovem Deusa da Lua com seu filho Deus do Sol (Beltane), que acontecerá em breve, pois ela o está seduzindo, fazendo-o sonhar com o doce sabor do Hierosgamus. Em breve o Verão chegará e com ele toda plenitude da Luz será sentida.

2. A PRIMAVERA - POR DETRÁS DA ASCENSSÃO DA DEUSA.
A Bruxaria como um culto mistérico, de existência histórica e com reminiscências nos diversos folclores e ethos, com ou sem distorções de seus detratores, desafetos e estudiosos eruditos, sempre obteve o “status quo” de arte ambígua, ou melhor, de ser ou poder ser utilizada para o “bem”(Luz) ou “mal”(Trevas) (de acordo com a moral religiosa vigente). No inicio da idade média, por exemplo, apesar das já manifestas perseguições, para o senso comum, ela era uma remediadora das mazelas sociais e resolutora de problemas pessoais e sentimentais, onde o poder público, cientifico ou religioso não tinham respostas ou negavam-se a realizar o que deveriam.

“...Se um filho estava doente e a família sem recursos para consultar um médico (que quase nunca tinha solução), recorria-se a Sorcery que com seus conhecimentos podia curar ou não; Se um marido estava rejeitando a mulher, trocando-a por amantes, esta independente da posição social, nível cultural ou fé, se embrenhava pela noite a fim de consultar a Bruxa, para que essa lhe remediasse esse mal, devolve-lhes o desejo e a fidelidade do marido; se a colheita ia mal, se o gado não procriava ou o leite coalhava, ou ainda se houve inundações, granizo e outras mazelas que afetasse a vida do cidadão, era a Feiticeira que procuravam (ou acusavam), para agradar ou castigar (com a morte) mudando-se assim a sorte (novenas e rezas de nada adiantava – se Deus e os Santos não respondiam, então vamos ao Diabo)...”.

Assim, a Bruxa, a Feiticeira, a Sorcery ou como dizemos em nossas terras tupiniquins a “mandingueira”, era procurada pelo “profano”, para prover “benefícios ou malefícios” (dependo da ótica de quem executa os atos, de quem sofre as ações e de quem observa a sua atuação):

Deste modo, podemos dizer que a Bruxa podia (e pode) garantir fertilidade, prosperidade, cura, sexualidade, amor, infertilidade, desgraça, doenças, impotência e separações amorosas, etc, pois à Bruxa pertencia (e pertence) a benção e a maldição; e ela era (e é) com freqüência uma Besta e um Anjo, ou para não ferir as consciências pseudo-pagãs, “Luz e Trevas”, “Boa ou Má”.

No século XXI a Bruxaria não pode ser (mais e) apenas encarada nos dias atuais (com toda tecnologia e avanços científicos), como remediadora de mazelas sociais e resolutora de problemas pessoais e sentimentais, devemos de uma vez por todas deixar de sermos a última fronteira entre eles (profanos) e a sua estupidez, ignorância e loucura de desejos e luxúrias, pois para tais coisas existem certas seitas da cristandade e os diversos centros e barraquinhas de esoterismo e pseudo-magia.

O nosso dever como Bruxos e Bruxas da Casa Corvos Sagrados e da Tradição Ibérica é prover às nossas crianças nascidas do puro sangue-bruxo de transmissão única, os meios para que possam viver nossa Arte de acordo com os “verdadeiros” mistérios que são transmitidos geração após geração e revelar-lhes o que há por detrás da ascensão de Perséfone, Inana, Isis ou qualquer nome-forma-símbolo-divinos, ou seja, que a primavera é muito mais que uma festa agrícola ou sazonal, ela marca a ascensão da Madona Negra, “Nossa Senhora dos Reinos Infernais” em seu aspecto de Luminosa-Serpente-da-Iniciação, na Consciência-Semente-Corpo do Buscador.

3. A PRIMAVERA - AS IMAGENS ARQUETIPICAS DA BRUXARIA NO ESPELHO DO EGO.
O Sabbat das Bruxas, com todas as suas conotações arquetipicas eivadas de imagens da psique coletiva da cristandade medieval, graças ou não aos escritos inquisitoriais, trás no seu bojo, um “focus” iniciatório capaz de levar o ser humano a auto-transformação e auto-deificação. Essas imagens arquetipicas (Lúcifer, Diabos, Anjos, Vampiros, Lobisomens, inferno, Céu, Caim, etc..) foram utilizadas e adaptadas a idiossincrasia da época medieval como forma de amedrontar os recém-convertidos do antigo paganismos (cujos Deuses já estavam mortos) e ameaça-los para que não desviassem da ortodoxia católica; porém, para um Praticante do Ofício:

“...Essas imagens devem ser encaradas como meras sombras emanadas do plano que se acha além do penetrável, no domínio que os olhos, a fala, a mente ou a piedade não alcançam... (Campbell)”

Por isso nos dias atuais dentro da Corrente da Gnosi Sabbática Luciferiana de matiz ibérica, os contornos assumidos por essas imagens arquetipicas presentes na psique, ganharam um sentindo “arcanum”, (i.e), o mito da queda do Anjo Lúcifer-Satã é transportado para um centro iniciatório que verbaliza no silêncio da iniciação o “Logos” da Auto-Transformação e Auto-deificação. Quando isso é encarado e encarnado do espelho do ego, dentro e fora da área de sangue, a benção e a maldição (ou a Luz e as Trevas) que no meio social tem um objetivo disforme, ganha novos contornos, ou seja, o sentido dessas ações “aparentemente” contraditórias uma à outra, quando encaradas sobre o prisma da Iniciação, é a fonte da auto-transformação do “profano barro mortal” perpetrado pelo fogo caído em “ser” de Luz e no espelho do Ego podemos ter a certeza, que mesmo tendo seu “Magistério” fincado a milhares de anos e sendo adaptado à necessidade de cada geração, a Bruxaria continua intacta em sua essência e a transmissão de poder contida na sabedoria da pedra esmeraldina da coroa do Senhor Sacrificado (em cada mito e lenda de cada povo), é carinhosamente cuidada por cada “Formulus” e de forma símil o “Arcanuum” dos mistérios da iniciação, é então desvelando apenas à aqueles capazes de suportar o beijo-vermelho de Nossa Senhora.

4.A PRIMAVERA E O MONOMITO: CANDELÁRIA X PRIMAVERA.

“...Quando Azazel caiu dos céus como uma grande estrela, entronizado com a Coroa de Esmeralda do aethyr mais alto, ele desceu em chamas como um ardente meteoro. Ele mergulhou para as profundezas da terra, para as áreas mais escuras onde nenhum ser de luz morou... Ele se despertou brilhantemente iluminado, uma Escura Estrela que viu o Fogo de Céu. Quando o fogo caiu do céu para a terra, vindo de meu pai ele percebeu então que o mundo de carne, e que os planos Espiritual e Material foram ao mesmo tempo trazidos juntos em união e existência... Entendendo, ele sentiu que este fogo foi iluminado no interior... sentiu um momento de triunfo, ao perceber que o Ego e Vontade existem em formas mais fortes - separados, isolados e belos[1]. Ele se levantou, ainda debilitado, ainda desafiante e satisfeito com o sucesso nesta terra de pesadelos, ele começou a suscitar os muitos que dormiam desde o choque da queda ao redor dele....Ele era fogo e seu reino era o ar, ele era morte e vida. Eu me lembro como meu pai possuindo Adão montou[2] em minha mãe Eva como um Dragão, conduzindo-se profundamente dentro do âmago dela, inflamado com o Espírito de Lilith. Estes, Adão e Eva, eram meus pais da terra, mas era o sangue de Azazel, frequentemente chamado Samael e de Lilith que corria nas minhas veias. Foi essa paixão e possessão que me trouxe para a existência, (Cain) o primeiro nascido do sangue bruxo no círculo da coroa de esmeralda do Dragão... Ele falou da percepção e daquilo que pretendiam tornar-se e de realizarem seus próprios desejos, eles eram livres. Fez com que sua mente se tornasse como a da serpente, isolada e independente – assim como a Chama que era sagrada e bela, Azazel agora podiam compreender tanto o bem e o mal, a Sombra e a Luz... Lúcifer, meu Iniciador Angélico, minha Alma e meu Pai, compreendeu que ele era tanto um Demônio como um Anjo, que ele era a beleza e a feiúra. Todos aqueles no círculo dos espíritos fizeram um pacto sagrado para entrar no Mundo de Horrores e fazer a sua vontade....Eu também tinha sido ensinado instintivamente, este era um dom de meu pai...E ele era o dragão. Ele era a essência da chama, que aperfeiçoou o barro vermelho com calor... estas são as chamas do Espírito que queima tão luminosa, essa é a tocha[3] (nos chifres do Bode) que deve ser revelada pelo meu Pai[4]..”. (Ford).

Por detrás das imagens contidas nessa narração, esconde-se o mistério de um Monomito e pelo que temos aprendido esse fato, originou as diversas mitologias de descidas aos reinos infernais; quer sejam agrícolas ou mistéricas, todos trazem como pano de fundo a queda “da Luz e do Fogo” nos mistérios escuros, mas porquê não vislumbramos tais coisas, ou o monomito original nas mitologias ou iconografias dos diversos povos? A resposta é que:

“...As mudanças que permeiam a escala simples do monomito desafiam descrição. Muitos contos isolam e ampliam grandemente um ou dois elementos típicos do ciclo completo...diferentes personagens ou episódios podem ser fundidos, assim como um elemento simples pode reduplicar-se e reaparecer sob muitas formas diferentes...As linhas gerais dos mitos e contos estão sujeitas a danos ou ao obscurecimento. As características arcaicas em geral são eliminadas ou reprimidas. Os elementos importados são revisados para si adequarem, à paisagem, os costume ou à crença locais e, no processo, sempre saem prejudicados. Além disso, no sem-número de recontagens de história tradicional, é inevitável a ocorrência de distorções acidentais ou intencionais...nos estágio posteriores de muitas mitologias, as imagens chaves se ocultam como agulhas num palheiro de anedotas secundarias e racionalizações; pois quando a civilização passa de um ponto de vista mitológico para um outro ponto de vista secular, as velhas imagens já não são sentidas ou muito aprovadas....para levar essas imagens a recuperar a vida, devemos procurar, não aplicações interessantes a temas modernos, mas indícios que nos tragam a Luz do passado inspirado. Quando esses indícios iluminadores são encontrados, vastas áreas de iconografias semi-mortas voltam a revelar seu sempiterno sentido humano...(Campbell) “.

Então na Casa dos Corvos Sagrados agora podemos aplicar o texto a Candelária e a Primavera e compreendemos que:

“...A Luz caiu das alturas dos céus para a terra do pesadelo (corpo/psique) iluminando o interior e refletindo no Espelho do Ego (Círculo/Vida) ás máscaras da Besta e do Anjo (Luz e Trevas / Bem e Mal) nos levando a compreensão de que devemos buscar o nosso Verdadeiro Eu ou essência de Fogo que produz Luz (angelical), pela nossa auto-transformação, atravessamos o limiar posto entre os mundos e os tempos, e encontramos o verdadeiro Sabbat do Sonho-Feito-Carne, por esse ato somos purificados e levados a apoteose da iniciação nos reinos do inefável..”.

E por tal compressão fica claro que fomos capazes de saborearmos por alguns instantes - “o trazer a consciência” - o “Eu e as Máscaras”, refletidos na área de sangue. Naquele momento enxergamos luminosidade da faísca do nosso Pai e de Nossa Mãe Espirituais – O Dragão e a Serpente – e a saga do primeiro Bruxo - Iniciadores da Linhagem do Sangue de Fogo. Temos certeza que quando nos lembrarmos de Prometheus roubando o fogo dos Deuses e dando aos humanos, ou quando refletimos sobre a descida de Inana e o Rapto de Perséfone, ou a busca de Isis por Osíris, ou mesmo lemos sobre aos mistérios de Apís ou Mitra, Jesus, Buda, Odim, do Deus Cornudo ou dos Reis Sacrificados e outras tantas mitologias e lendas conhecidas, nos lembraremos do monomito da queda da Luz.

5. A PRIMAVERA - O MITO DA ASCENSSÃO NO ESPELHO DO EGO

"... Foi um dia nos campos (pois eu era agricultor e ferreiro) que Eu (Cain) construí um altar na base de uma árvore e matei e ofertei as partes do corpo de meu irmão sobre este altar, Eu (o decapitei) levei o sangue dele e o seu crânio diante deste portal, e apelei para os meus verdadeiros pai e mãe...(Eles me disseram) Observe Cain, a tigela[5] do crânio (de seu irmão) cheia de sangue, ela mostrará a você àquilo que é velado ao profano, então por meio desta máscara[6] o Caminho do Dragão Vermelho lhes será desvelado, você precisa esta sonhando[7] para ver dentro desta tigela, e eu vou esperar por você lá[8] - “encoberto[9] na cortina carmesim, ocultado dos olhos dos que não podem ver. Segure este crânio e veja os espíritos que caminham com você, pela Ego-Transformação, na reunião dos caminhos[10], esta será para sempre a sua marca - seu pai, o Dragão – O mais Antigo dos Djinn, sempre caminhará com você, e em extasiada meditação vamos transcender com nossas mãos o barro mortal[11].(Ford)...”

O mito de Cain e Abel atrela a si, um sentindo iniciático, onde:

“...Abel é o Sacrificado Homem de Barro (O Ego Não-Iniciado) e (Caim) o Transformado Homem de Fogo (Iniciado e tornado Self) e Auto-transformado em homem da Luz (Um Iniciado Auto Existente ou Seth)...(Chumbley)”

O mito então revela que a luz que caiu na escura e profunda terra do pesadelo se despedaça sobre o barro mortal (Abel) e leva a morte o corpo e a mente do praticante e sobre seus restos mortais, forças internas e externas atuam e do cadáver um broto de fogo (Caim) desperta e força sua ascensão para fora do limiar entre a Luz e as Trevas rumo ao inefável, ele anseia pelos raios do sol de flamas negras da iniciação, e esta desejoso para sorver cada gota das nuvens de tempestade por onde cavalga o cavalo de oito patas de um ano e um dia e por receber o beijo vermelho do relâmpago da meia noite. Por enquanto é apenas um pequeno broto que luta para manter-se vivo num mundo novo, mas estranhamente familiar, mas, um dia será árvore crescida, gerará frutos e sementes (crianças-iniciados), tornando-se a matriz (Seth) cujas raízes estejam fincadas em Helen e a copa alcance os céus, por seu tronco o raio-serpente (Linhagem de transmissão única do sangue Bruxo) subirá enroscando-se após ter saboreado os humos contidos nos restos das arvores do passado (os ossos dos feiticeiros mortos).

“...Deste modo, o nascimento, a vida e a morte do individuo podem ser considerados como uma descida à inconsciência, seguida de um retorno. (Ele) Descobriu e abriu o caminho da luz, para além dos sombrios limites da nossa morte em vida (Campbell com acréscimos do autor)...”

Então ele ascenderá dia após dia, porém, deve deixar suas raízes afundarem cada vez mais na trevas-ktéis da Mãe-Destino Nossa Senhora “AZ”, onde a iniciação é a única porta de retorno à vida. No entanto sua ascensão traduz para o mundo a Luz-Falo que ilumina as trevas-ktéis re-lenbrando a ele que esse é apenas o primeiro passo, pois ele deve buscar compactuar com as forças despertas na queda da Luz-Fogo que agora habitam seu corpo e mente. Forças essas contrárias entre si, porém complementares e totalmente inertes, uma sem a outra, é preciso que ambas sejam posta em movimento e alcancem à consciência, seja como sonho ou ecstasy, ambas conduzem a “apoteose” iniciática e cada uma dessas forças são consideradas.

“... Forças que tocam e põe em jogo às energias vitais de toda psique humana... Elas não são apenas sintomas do inconsciente – como os são efetivamente todos os pensamentos e atos humanos. Mas também (são) declarações controladas e intencionais de determinados princípios de cunho espiritual (luz e trevas) que permanecem constantes ao longo do curso da história humana, como a forma e a estrutura nevrálgica da própria psique humana... Sua manifestação da psique é denominada libido... (Campbell com acréscimos do autor).”

As forças que metaforicamente ascendem, apesar da linguagem referencial, não são de fato os espíritos angélicos e demoníacos das religiões dominantes,

“...são resultados de, e os meios para, a manifestação física da realidade onírica de fora, além do Instante fracionado do Tempo Presente...(Chumbley)”

Elas são poderes que habitam o interior da psique cuja:

“... função conhecida consiste em servir como poderosa linguagem pictorial para fins de comunicação da sabedoria tradicional... Pois tocam... e põem em jogo as energias vitais de toda psique humana... Um Vínculo entre o inconsciente e os campos de ações práticas... (deste modo:) Deus e os Deuses (Anjos, Demônios, Espíritos, Fadas, Duendes, etc..) são apenas meios convenientes – eles mesmos compartilham da natureza do mundo de nomes e formas, embora sejam eloqüentes referências do inefável a que, em última analise levam. São meros símbolos destinados a despertar e por a mente em movimento... (são por assim dizer) metáforas reveladoras do destino do homem, bem como de sua esperança, fé e obscuro mistério... (Campbell, com acréscimos do autor)”.

Tal qual Cain, o primeiro-Bruxo, que matou e decapitou seu irmão (semente) para abrir os portais do limiar, o Adepto, deve entregar a Mãe Terra (Lilith) seu próprio invólucro (barro mortal) e sua psique enraizada na moral vigente em auto-sacrificio, porque somente:

“... Por meio deste Arcanum a Mente é libertada de obsessões vãs e purgada de crenças desnecessárias, que pela sua existência prolongada tornaram-se as doenças do corpo e os demônios da alma... (Chumbley)

Quando esse “arcanum” é realizado na vida, o sacrifício (morte-iniciação) é realizado, gerando a ascensão do verdadeiro “Eu”. Essa ascensão do “Eu” nos mitos e lendas do mundo é ocultada sob a forma de uma restauração, salvação, iluminação, vida e esperança da renovação e renascimento[12] para a sociedade trazida pelo ser-ressurreto. Assim, quando buscamos o alinhamento interior com essas forças, manifestamos no exterior, ou seja, nas práticas de iconostasis e de oração universal:

“ ...que engloba todas as crenças e é aceitável em todos os Templos Verdadeiros; sendo sua virtude (usada) para invocar todos os Deuses - tais como podem ser Convocados – e para transcender aquelas limitações que são impostas ao Artista pela estrutura da linguagem. Esta é a voz do EU com o Eu-Templo[13], As Milhões-de-Formas-de-Ser. É o Dialeto proferido no Grande Sabbat: A fonética articulada do Sagrado Alfabeto...(Chumbley)”
Por meio da realização prática desse “mistério” compreendemos a necessidade da descida ao inferno, como fizeram os Deuses e Deusas mitológicos, e encontramos “o fio de Ariadne” que nos conduz às ordálias iniciatórias. A realização deste “Arcanum” desvela o porquê de Perséfone ter provado as “sementes” de romã do Hades, justifica “Eva” no ato de provar o “fruto proibido” e lança uma luz sobre a “verdade” do pacto com o diabo medieval.

Se queremos ascender na encruzilhada de Nossa Senhora, devemos começar por invocá-la

“ ...no lugar de reunião de três estradas (Qtub). Este ensinamento é um hieróglifo, simbolizando o local de encontro ou junção dos três estados de Conscientização (dormindo, sonhando, acordado), onde o portal para a continuidade da existência está situado. Esta “continuidade” é a Deidade da qual a Deusa é o Aspecto feminino...(Chumbley)”
Quando ela é invocada e ascende no Qtub da encruzilhada é o momento onde o buscador necessita fazer um verdadeiro pacto entre o seu ego e essas forças que se erguem com a Deusa, a fim de que ele possa libertar-se dos mapas enraizados. Porém, no momento na ascensão, se o pacto não é feito e se feito é quebrado pelo buscador, o Ego não é direcionado e o isolamento e beleza da liberdade não é compreendido, a ascensão é nula e leva a loucura e a morte do invólucro corporal em que Nossa Senhora da Iniciação verdadeiramente deve ascender das trevas infernais.

Por tudo isso, as flores, danças, ovos coloridos, perdem a pueridade, mas ganha um sentindo arcano, e assim:

“...Entre estas flores pule e dance! Coroado! Sua pele em chamas no brilho colorido do pavão! Seus olhos como fogo negro no coração da tempestade!...(Chumbley)
E por meio disso podemos encarar na área do sangue, a ascensão de Nossa Senhora dos Reinos Infernais, como a ascensão da luminosa-serpete-raio-da-iniciação que busca a superfície da consciência do Praticante.

Não é esse o mistério anunciado na Primavera?

Não vislumbramos aqui um mesmo principio mistérico contido no monomito da Candelária até a Primavera?

Sim ou não. E essa é toda a essência de nossa Festa da Primavera. Ao bom entendedor meia palavra basta. Por OZ e AZ e por Qayinn. Amém.

® Azezel semjaza Qayinn Lvnae.
Dado em Vilas de Abrantes 21 de Setembro de 2009. 00h01min.


Nâo é preciso plagiar este texto, pois o AUTOR autoriza a reprodução dele, contando que seja respeitada a integridade do mesmo, bem como, sejam dados os devidos créditos (Autor e Link da postagem original).

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[1]No sentido de ser, de existência individual, separada no mundo da forma do todo. Com um corpo, com mente própria, com vontade.
[2]No sentido de cópula sexual.
[3] A Tocha entre os chifres do Bode Sabbatico, revela a essência divina dele e dos que trazem a marca (barro vermelho), demonstrando, que mesmo tendo um corpo de corrupção (lei-se material e animal) estes trazem dentro de si aquela chama, aquele vislumbre da luz caída que nos eleva a Luz Ilimitada (Gael).
[4]A Estrela é um termo arcanum para seres divinos ou sagrados, os habitantes do limiar: Deuses, Anjos, Djinns e Daemons; A Luz é a Serpente-conhecimento-semente, a Razão, o inicio, o principio de vida que contém o gérmen da morte. A Escura Terra de pesadelo é o corpo, a psique e por extensão, o útero da Deusa e o Suco cavado para receber a semente; enquanto que o fogo é o elemento transformador por excelência, molda e modela, destrói e constrói, ilumina e reflete a si - mesmo no espelho do Ego; O Rastro da Luz ou Relâmpago é o forcado, o cajado, o arado que abre o sulco e por analogia o Pênis ou falo - divino que penetra o útero (terra) da Grande Deusa Mãe (Mater = Matéria = Existência = Destino); o Dragão (Samael/Leviatã) é o Caminho Tortuoso da Iniciação com suas ordálias, freqüentemente, ele é também um anjo (Azal’Ucel), revelando que por detrás da aparente forma medonha uma eterna e iluminada forma de luz que nos guarda, ele é Adversário-Opositor da Via e o Arcanum dos Arcanum da Iniciação.
.
[5] Tigela, cavidade, cuia, taça, feitos com o crânio (Gael).
[6] O autor usa a palavra “VEIL” que significa: véu, manta, xale, máscara, vendar, cobrir, capa, disfarce, manto, máscara (Gael).
[7] Hipynogogia, sonho induzido, (Gael).
[8] Depois do Véu do Sonho. (Gael)..
[9] O Autor usa no texto a palavra “CAULED”, óbvio erro de grafia, pois não é uma palavra da língua inglesa antiga ou “Old Use Inglesh” , a palavra correta deveria ser “CLAD” significando: encoberto, coberto, vestido, ocultado; esta última não pode ser usada devido a tê-la no contexto da frase (Gael)
[10] QTUB – o Centro, o ponto da Encruzilhada (Gael).
[11] Ao pé da letra seria: “e em extasiada meditação vamos passar através do barro de mãos mortais"
(Gael).
[12]Em linguagem Luciferiana, Autotransformação e Auto-Deificação.
[13] A palavra usada no original “SELF-PANTHEON”, sendo que a tradução ao pé da letra seria “EU-MESMO-TEMPLO”; no entanto, vale salientar que a palavra Panteão é de origem grega (PÁNTHEION), tendo entre outros o significado: 1 Templo, de forma redonda, dedicado a todos os deuses. 2. Conjunto de deuses de uma mitologia. Portanto a palavra usada por nós na tradução como “EU-TEMPLO” deve, a nosso ver ser entendida, até pelo contexto, como sendo ‘EU-TEMPLO-DE-TODOS-OS-DEUSES”.

***Todas as citações de Joseph Campbell, foram extraídas da obra: “O Herói de Mil Faces”.
***Todas as citações de Michael W. Ford foram extraídas das obras: “The Book Of Cain” e “Vox Sabbatum”.
***Todas as citações de Andrews D. Chumbley foram extraídas da obra: “The Azoetia”.

A CANDELÁRIA - UMA FESTA DE LUZ E FOGO – NÃO HUMANOS

1. A FESTA DA CANDELÁRIA

A Festa da Candelária, celebra numa visão neo-pagã, o crescimento da criança do Sol. O Menino-Deus, nascido no rigor do Inverno agora é um adolescente, isso significa a sua tomada de consciência para os poderes latentes de vida e morte, fertilidade e magia - Ele descobre as pulsões ou lampejos de sexualidade.

Na parte Norte do Planeta (em Fevereiro) este momento da roda marca os primeiros sinais do degelo, ou seja, que a força do Sol-Deus, está aumentando e aquecendo a terra e derretendo o gelo. Os Raios do Sol toca solo e reaviva as raízes no interior da escura Terra. A Luz solar penetra as regiões escuras e despertam as sementes - para a morte e o renascimento.
A primavera já começa anunciar seu retorno e com ela a Deusa-Jovem ascenderá em toda a sua plenitude e beleza, trazendo os poderes e marés de fertilidade.

2. A CANDELÁRIA - UMA LUZ NÃO COMPREENDIDA
Os Bruxos Modernos não aceitam que a Feitiçaria em nenhum momento histórico foi integrante de uma das grandes religiões pré-cristã e que nunca foi vista como simplórios feitiços naturais de cura, festas agrícolas e sazonais, ao contrário, ao longo da história documentada, sempre foi vista como uma “prática marginal”; um exemplo disso é Códigos de Hamurabi (1750 a.C.), onde é demonstrado que a Feitiçaria era de fato algo fora do contexto sócio-religioso da época e a “penal prevista para os delitos de feitiçaria” era à morte, poderíamos discorrer sobre vários outros Códigos legislativos pré-cristãos e não seria difícil enquadrar em todos a Bruxaria como um “delito”, cuja pena era morte, deixando aos meus leitores a escolha de pesquisarem sobre o fato.
O Advento do Cristianismo derrocou as Festas agrícolas e sazonais do paganismo, e aquilo que sobreviveu destas práticas foram por meio de uma absorção e sincretismos fazer parte do calendário litúrgico da igreja. Tomando por base essa visão, devemos ser histórica e antropologicamente corretos, e afirmar sem sombras de dúvidas que a linha entre Festas religiosas pré-cristãs e Bruxaria é muito tênue e que a Forma Neo-pagã de Bruxaria (com sua aversão ao cristianismo), que se baseiam em Festas agrícolas e sazonais de povos pré-cristãos (célticos), ocasiona um afastamento extremo dos Mistérios Originais da Cunning Craft.

3. A CANDELÁRIA - UMA LUZ QUE ÂNCEIA PELA COMPREEÇÃO
A Bruxaria é herdeira dos Mistérios Ofitas, Luciferianos, Draconicos e Gnósticos, e ela como era praticada antes nascimento da Bruxaria Moderna, tinha sua forma construída sobre o imaginário popular da elite da cristandade Européia dos fins da Idade Média e Inicio da Idade Moderna – Cunning-folk.
A Bruxaria para nós é um caminho que conduz a concretização da sobrevivência do Espírito após a morte do corpo, garantido a continuidade do Clã e a Práxis dos Mistérios - há aqui muito mais contido do que o que será explicitado. Essa consciência ou Espírito que sobrevive a morte, é a fagulha divina, a Flama do Sol Negro dos Mistérios Dracônicos de Azal’ucel que perpetua o Caminho Tortuoso de Nosso Senhor Adverário-Opositor - Set-ain; é, a corrente do sangue de Lumiel que torna a Bruxaria uma Família única de praxes diversas e práxis comum.
Através do Plano dos Sonhos de Lilya, essa consciência ou Espírito é novamente desperta dentro do Círculo de Leviatã, fazendo com que pelo duplo da sombra – a gêmea da Luz - o vivo percorra os mistérios dos túneis setianos e nessa viagem por ambas as tramas “de Prata e Verde” atrela-se irrevogavelmente ao Sangue de Transmissão única.

A Candelária, numa visão não-reconstrucionista deve iluminar assim a estrada que leva aos portais da Hypinogogia e por meio dela contactar os poderosos que do outro lado, nas raízes da árvore onde o corpo de Abel - o sacrificado homem mortal, verteu seu sangue - leva o Adepto a verdadeira iniciação, não humana, não ritualística, e nem cerimonial, mas aquela iniciação dada pelo Dragão da Fé sem nome, Lúcifer-Shaitan, nosso Iniciador Angélico, que abre os portais de Areruza por onde – os Vivos e Mortos - podem ser livres, fortes e separados dentro de suas personalidade, Self-Deificados, por meio da Self-Transformação do Barro Vermelho em Homem de Fogo e de Luz. Ao olhar por esse ângulo fica explicito a escolha de “Caim” como patrono do Caminho Tortuoso e o primeiro do Sangue-Bruxo e a Luz da Candelária pode ser finalmente compreendida.

4. CANDELÁRIA - SOMENTE PELO SABOR DAS TREVAS, O GOSTO DA LUZ É SENTIDO.
Como vimos a Candelária não deve ser resumida a uma forma reconstrucionista de celebração (mesmo por que, isso é quase improvável e não representaria de fato os Mistérios da Área de Sangue) e quando expressamos essa nossa opinião (e só nossa) da Verdade, fomos como Caim, desprezados e forçados ao exílio “do meio” para o “gueto” pelos que chamávamos de irmãos e família, tanto Tradicionais como Modernos, neste ponto, focamos nossa mente no “Congressus Cum Daemone” e fizemos nosso lema as palavras de Michal W. Ford em The Book Of Cain:

“Eu não conservo nenhum amor por estes que me trataram como um animal morto na família deles. Eu serei marcado novamente entre os animais, com quem eu posso correr livre... Então eu andarei a pé até o caminho de fogo de meu ego, pois ele ainda assim chama por mim. Eu Não vou desistir, embora, Eu esteja cansado e com frio - Você não me dobrará! Mesmo que Eu deva enfrentar a escuridão na eternidade sozinho, Eu irei! Eu nunca desistirei "


A Casa dos Corvos Sagrados, como um Coventiculo, cuja origem é a Tradição Ibérica (TI) e disso orgulha-se muito, contém como a sua Mãe-Original (TI), no âmbito do bojo de seus Mistérios, uma forma externa e uma forma interna, ambas pautadas nas correntes de transmissão do sangue único. O Fato de termos duas formas de vivenciamos a “Fé sem Nome”, não quer dizer que dentro da Área de Sangue de Nossa Senhora Rainha do Céu e do Destino, nós desprezamos os poderes emanados neste período da Candelária e nem as correntes estelares de poder que banham a terra, ao contrário, nisso, seguimos fielmente o conselho de Robin Artisson, que ver na natureza o Modelo (Onde Nosso Senhor é o Cornudo) para o processo que deve se proceder no Interior (da Psiquê) que nos leva ao seio da Divina-Mater.

Apenas o “Focus” do Sabbat Externo (como um reflexo do interno) é levar a Luz de Nosso Senhor, nascido do Inverno (do Ego) para dentro da Terra de Pesadelo fria e escura, a fim de que a essência do Daemon-Djinn, seja atiçada e a flama da Luz Esmeralda que caiu do Céu, possa penetrar a Alma e o Espírito e despertar “Dhulqarnen” ou essência de Cada um e assim possam ser Guiados pelo “Formulus” através do inferno de mapas enraizados (na Psiquê) do qual fomos formados e possamos reconhecer Nosso Senhor o Diabo (Agora o Iniciador), não como o inimigo Teológico da Cristandade, mas sim, como um guia sobre a Encruzilhada de Nossa Senhora do Destino, AZ.

5. CANDELÁRIA - UM RELÂMPAGO NA MEIA NOITE DA TERRA DE PESADELO
Mortas estão às esfinges e nomes pelos quais eram evocados e conjurados todos os Deuses e Deusas do Paganismo Antigo, vivos estão as formas por detrás dos Deuses Mortais, de Homens Mortais de Religiões Mortais.

Apenas aqueles que têm uma vontade obsessiva de continuar vivendo após a morte, poderá retornar seguramente a sua família pela Práxis da Praxes da Fé sem nome, ou trasncarnacionar para dar continuum aos Mistérios do Sangue-Bruxo. Esperamos que a Luz de Nosso Senhor Lúcifer-Shaitan-Azazel, ilumine as sombras da Ignorância de cada um nós, que ele possa como sol, adentrar a terra de pesadelos do “EU” e mostrar a nossa verdadeira Natureza Qaynnita.

Que as sementes da verdadeira “Fé Sem Nome” que está no solo de teu Espírito ( e nos Espiritos que dormem debaixo de teus pés), sejam iluminas pelo Sol Negro e pelas relâmpagos das Tempestades da Meia-Noite de Nossa Senhora, Rainha do Destino.

Que o “Um Famulus” Instrutor do Caminho Tortuoso te leve a verdadeira Área de Sangue onde Nosso Senhor nos espera Desnudo para nos Guiar pelos Labirintos de Luz e Espelhos que cerceiam as escadas do Hades a fim de que possas ver no Adytum “A Coroa dos Sete Crânios Risonhos”.

Deixe que Homem-Sapo, te entregue o “Osso Mágico” das “Águas da Lua Cheia” que é o segredo contido na Smaragdina coroa cornuda da “A Máscara do Diabo.

Que haja coragem em você para encarar a Besta e o Anjo dentro de você que a Luz da Candelária revela.

Deixe a Luz do Sol Negro, nesta Candelária, ser mais que uma vela ou Lanterna na parede, deixe o reflexo de Si-Mesmo ser mais que uma pura imagem (marionete) de teus mapas enraizados. Permita-se reconhecer as trevas da moral das religiões mortas e dominantes que te prendem com grilhões de falsas verdades, esses “Egos-Prisões” do que é aceito como bom e mal pela turba.

Por fim, abra-te a verdade contida nas Centelhas da Forja de Tubal-Cain, ouça o badalar do sino da hora da morte do Barro Mortal, a fim de que possa transcender o pó-vermelho da terra primal e ascender a tua verdadeira origem.

Lembra-te, teu Pai e tua Mãe - o Dragão e a Serpente- esperam o despertar de suas crianças Vampíricas, sedentas pelo sangue que permeia a Área do Conjuro dos Poderes Antigos, a fim de que elas possam penetrar os mistérios e os mistérios penetrar-lhes a alma.

Desperte-se Cain, e Venha a nós, tuas crianças, marcadas e proscritas, desperta tua Luxúria mais antiga em cada um nós e permita-nos cavalgar sobre as nuvens das tempestades sabbáticas sobre “O Cavalo” que trota o compasso do ano e um dia. Feliz Candelária.

® Azezel semjaza Qayinn Lvnae.
Dado em Vilas de Abrantes 21 de Julho de 2009. 14h23min.


Nâo é preciso plagiar este texto, pois o AUTOR autoriza a reprodução dele, contando que seja respeitada a integridade do mesmo, bem como, sejam dados os devidos créditos (Autor e Link da postagem original).