quarta-feira, 30 de março de 2011

MANIFESTO DE REPÚDIO AO CBT

Eu, Katy de Mattos Frisvold, venho através desta, manifestar meu repúdio a instituição denominada CBT – Conselho de Bruxaria Tradicional, pelos motivos que serão expostos no decorrer deste manifesto. Observei a necessidade deste manifesto em função da insistência que esta “instituição” demonstra em  denegrir e espalhar mentiras covardes, fundadas em paranóia e narcisismo, valores contrários aos meus e que se tornaram obstáculos para a fruição de um trabalho que realizamos, eu e meus irmãos na Arte, desde 2004 em solo brasileiro.


1 – Em 17 de agosto de 2010, em postagem intitulada “Conceitos - Bruxaria Tradicional”, o autor do blog www.bruxaria-tradicional.blogspot.com, também porta voz e líder deste “conselho”, Ricardo (Draco) Vieira, doravante denominados Draco e CBT, faz questão de mencionar Nicholaj de Mattos Frisvold, meu marido, bem como o falecido Bruxo Tradicional Britânico Andrew Chumbley em seus palpites históricos e teológicos – áreas que não são de sua competência acadêmica ou espiritual, buscando descaracterizar a Bruxaria Tradicional Britânica para iniciar uma campanha sistemática que visa ligá-la ao ecletismo irresponsável e ao satanismo.


2 – A partir de então, buscou criar respostas indiretas a cada uma das minhas postagens, como se cada texto de minha autoria fosse uma provocação direta à sua pessoa e à sua diminuta “instituição”, impondo sua insignificância sobre mim, sempre de forma agressiva. Devo pontuar que não possuo tempo sobrando para dedicar a este “beligerante”, que há anos faz o mesmo com qualquer outro indivíduo ou grupo que clame para si o título de Bruxo Tradicional. É como se, subitamente, ele fosse o proprietário absoluto do título em questão, ou ao menos, a pessoa mais qualificada para julgar – mesmo que mal e porcamente – as práticas alheias, falsificando-as somente pelo fato de não passarem pelo seu escrutínio. É estúpida a idéia de passar pelo escrutínio de quem não segue os mesmos valores que os nossos, nem faz parte de nossas tradições, e sequer possui qualquer linhagem iniciática, que seja, de bruxaria ou paganismo.

3 – Neste processo, “Draco” procurou o apoio de todos os seus parcos contatos, sobreviventes de suas antigas batalhas. Dentre eles alguns que nunca o levaram a sério – graças às infantilidades das campanhas anteriores –, alguns antigos desafetos ou ainda outros que ele julgou desejosos em juntar forças à sua “causa”. De uma campanha de guerra eu particularmente me recordo, pois envolveu um dos primeiros grupos que se denominavam “Bruxos Tradicionais”, o Old Ways, de Gustavo Elias, já em 1998! Gustavo Elias foi vencido pelo desgaste, por conta de guerras estúpidas como esta.

4 – Diante do insucesso e de algumas respostas provenientes destes “convidados à causa”, em 19 de março de 2011, sob o paradoxal título “Pedido de Desculpas aos Ofendidos”, postou a seguinte afirmação: Também achamos muito falho usar da afirmação "eles não me conhecem", pois quem faz comentários grosseiros e pautados do nada não somos nós, alias pouco ou nada precisamos nos respaldar em ordens inciáticas ou autores, pois nossa filosofia é sólida o suficiente para não pedir arrego ou sair pela tangente, e por sinal nós conhecemos sim e temos uma rede para descobrir até onde moram se for o caso. [grifo meu]. Oras, se isto não constitui uma ameaça de invasão de privacidade, para dizer o mínimo, o que poderia significar? No mais, este parágrafo deixa claro a todos que ele, de fato, não possui qualquer linhagem iniciática, nem que seja primária, tampouco possui respaldo acadêmico de qualquer tipo considerado em suas práticas misteriosas da qual só sabemos o rótulo (sempre, sempre o tal rótulo!) . Também fica implícito que é exatamente isto que o incomoda: a nossa existência (minha e de minha família), parece desafiar sua posição no mundo.

5 – Durante o período compreendido do final de 2010 até o momento, inúmeros amigos pessoais, meus próprios e de pessoas que considero família, muitos deles sem qualquer ligação com o meio pagão, bruxo ou mágico, foram adicionados por este sujeito no site de relacionamentos sociais Facebook. A cada descoberta, fomos forçados a informar a cada um destes sobre esta perseguição, que, sem dúvida, era um enorme inconveniente.

6 – Acompanhando as postagens deste perseguidor, inúmeras acusações e foto-montagens visando diminuir pessoas foram feitas. Na maioria das vezes, ele usa a primeira pessoa do plural, “nós”, o que caracterizaria uma unanimidade entre grupos e indivíduos que compõem a tal CBT, em outras, ele alterna para a forma singular. Mas o que causa estranheza é verificar que os inúmeros blogs citados como componentes da tal CBT só fazem replicar os textos que seu “líder” escreve, com raras adições de materiais. Isto tudo me faz pensar que estes blogs pertencem à mesma pessoa, e a forma com que as ideias são apresentadas, tão fragmentadas e confusas, acabam soando como delírios paranóicos originadas de um narcisismo imensurável. Como poderíamos analisar o caráter “oficial”de uma instituição que se utiliza de inúmeros apelidos para seus membros? Seriam eles incapazes de se expressar como “civis”? Qual é o peso que esta “instituição” possui sem sabermos quantas pessoas reais (e não imaginárias) esta instituição realmente representa? Será que todos estão conscientes que este senhor procura se legitimar ao falsificar todo o resto?

7 – Nas postagens do dia 28 e 29 de março de 2011, “Draco” também deixa explícito o seu racismo ao fazer referência aos “branquelos”, seu preconceito aos “carecas”, aos fumantes de “charutos cubanos” e aos praticantes de Voodu. Ele também propõe que todos aqueles que ele considera “feiticeiros” a usarem o termo “Witchcraft”, ao invés de “Bruxaria”, em uma tentativa desesperada de decidir algo quando não possui qualquer credencial para isto, nem acadêmica, nem iniciática em qualquer nível. Acusa-nos de pertencer à Celtic Church também na suposição de que pertençamos à uma organização que pretende, há anos, ser o Clan of Tubal Cain original. Busca também ofender a mitologia e o fundador do Clan of Tubal Cain, em uma clara demonstração de preconceito religioso, usando como recursos trechos de textos protegidos por direitos autorais de várias fontes, descontextualizando-os para lhe servir como cabo de guerra. Em várias postagens, deixa implícito que somos (eu e minha família espiritual) os ofensores e ameaçadores, mesmo que nem de mim ou de minha família jamais tenha partido qualquer ameaça, explícita ou velada.

Cabe aqui ressaltar que todos os fatos acima mencionados estão documentados em e-mails que nos foram enviados e impressões de tela do blog em questão e já buscam providências de “instituições” do Estado. Pela menção dos nomes, ofensas, descaracterizações e ameaça. De fato, eu espero que ele esteja munido com todas as “provas” de que fizemos o mesmo, pela maneira em que anda deixando implícito em suas publicações!

É conveniente informar que o conclave do qual faço parte, Via Vera Cruz, tem servido de ponto deconvergência e preservação internacional da Tradição – no sentido de legado perene - abraçando várias famílias e grupos, dentre eles, das tradições dos bascos, italianos, sérvios, nigerianos, haitianos, escandinavos, britânicos, indígenas, etc. Todas estas culturas possuem pontos que delineiam o que conhecemos como Verdadeira Fé, e todas elas jamais se removem de sua característica de regionalidade, de conexão com a terra onde se pisa e seus espíritos. Algumas se configuram nos caminhos do paganismo, outras em diásporas, que são firmemente preservadas para que não haja descaracterização de qualquer espécie. Ao mesmo tempo, defendo que para que um indivíduo se torne um bruxo tradicional, ele não precisa ser, necessariamente, um pagão, ou ainda, tomar para si um sacerdócio. Isto porque é suficiente que ele interaja com sacerdotes pagãos ou cristãos quando lhe aprouver. Isto também nunca significou que eu, particularmente, não seja iniciada em cultos pagãos, e justamente por ser uma iniciada posso dizer justamente o contrário do proselitismo reinante no meio “bruxo”.

Não estou preocupada com a “imagem externa”, mas com “conteúdo interno”, e, portanto, descarto as opiniões deste grupo em questão sobre “o que pode parecer para a população”. Acho até que esta baixaria traz uma imagem bem pior. Viso a eficiência na aplicação dos valores que permeiam a Tradição, sejam por quais ferramentas julgo necessárias, assim como meus pares. Nunca estive interessada, mesmo que minimamente, no que o sr. “Draco” faz ou deixa de fazer.

Não viemos aqui, nem eu e nem meu marido, para julgar a crença espiritual de ninguém, nem tomamos qualquer atributo regulador do que é Bruxaria Tradicional.

Esta irmandade a que pertenço é composta de pessoas de variadas posições sociais e acadêmicas, incluindo psicólogos, linguistas, teólogos, filósofos, historiadores, médicos, jornalistas, matemáticos, atores e artistas, entre outros. Nenhum deles vive de mesada, nenhum deles é menor de vinte e um anos de idade, nenhum deles se veste como gótico, nem com chapéis pontiagudos. Pelo menos cinco deles vivem na Europa. Ou seja, ninguém aqui é cordeiro de rebanho, todos são “seres pensantes e conscientes”, e nenhum se sujeitaria a praticar algo que se baseia na “magia da história” em contraposição à real “história da magia”.

Eu nunca me escondi. Moro em uma cidade do interior de Minas Gerais, Extrema, em um sítio na área rural (e portanto meu endereço é expresso em “latitude e longitude”), lar deste ponto de convergência que me faz orgulhosa de ser brasileira, uma mestiça entre nativos desta terra com povos imigrantes que enriqueceram-me com seu precioso sangue e suor. É triste ver que nosso único desafiador seja um que esbraveja pateticamente, fundamentado em um mito pessoal que romantiza uma vaga espiritualidade céltica como se fosse um porto sólido a se apostar o caráter de uma pessoa.

Interessantemente, todo o nosso trabalho – meu e dos meus irmãos na Arte - se foca na forja do caráter, no respeito e no amor. Considero estas exposições verdadeiras perdas para todos, coletivamente, pois enquanto um aponta o dedo para o outro para dizer que este outro está na “fé errada”, o que estamos fazendo diferente dos inquisidores? E mais, como poderia alguém julgar minha caminhada sem conhecer os caminhos que trilho? Que honra há em acusações mentirosas?

Quando uma pessoa falha em contra-argumentar e parte para ofensas e ameaças, que honra ou respeito há nisso? É a isso que o sr. “Draco” chama, com a boca cheia (bem sabemos do quê), de “Tradição”?

Nada disso teria acontecido se o sr. “Draco” conseguisse conter seus sentimentos de inferioridade e não procurasse atacar quem não conhece, “dragando” todos os seus associados neste poço de feiura pelo recurso da mentira. Não que eu tenha qualquer dó destes, pois até agora ninguém veio checar as informações. Engoliram as mentiras sem questionar, como é típico de cordeiros.

De nosso lado, meu e de meu marido, prosseguimos o bom trabalho que tem dado frutos em nossas vidas reais, e não as virtuais. Portanto, resolvemos não mais ser indulgentes com este show de horrores. A partir da publicação deste manifesto, qualquer provocação deste sujeito, bem como de seus “associados” serão prontamente ignorados. Que nos acusem como se acusavam as bruxas, de satanistas e comedores de criancinhas! Que nos odeiem como Narciso odiava a tudo o que não era espelho! Mas que a capacidade de expressar aos valores da Tradição no que chamamos de CARÁTER prevaleça, sempre! O mel nunca deixará de ser doce.

Publicado originalmente no Blogger Diablerie 
Reproduzido aqui com permissão:
Fonte: http://www.diablerie.com.br/2011/03/manifesto-de-repudio-cbt.html


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OBSERVAÇÃO: Nós do Coventiculo Casa dos Corvos Sagrados apoiamos integralmente este Manifesto pois também temos sido junto com outros irmãos e irmãs da Craft vítimas deste CTB e de seus acólitos...




sábado, 26 de março de 2011

DE SÃO JORGE A BAPHOMET

...Só um instinto perverso levaria alguém a entrar num templo católico em busca de prazer carnal... Então eu sou um desses instintos..."

Por Erennin

Com adaptações para o português do Brasil por Qayinn Lvane

Há vários dias que já teclavamos e sentia que o meu discurso contra-cultura provocava na jovem uma mistura de medo e curiosidade quase eróticos como se de fruto proibido se tratasse.

Nada de novo. Nesta cidade há uma igreja medieval em cada esquina. Esteja onde estiver em Braga (Portugal), você vai ouvir sinos de Igrejas tocando a toda a hora, ou não fosse Braga conhecida como a cidade dos três “Pês" (Padres, Putas e Paneleiros[2]). Foi neste cenário que nasceu, cresceu e tornou-se tocadora de órgão de igreja a rapariga com quem teclava. Certo dia a gente resolveu deixar os teclados e dar o passo seguinte, e assim, combinamos; eu ir vê-la tocando o órgão na igreja numa missa de domingo de manha só pra mim. Levantei-me cedo nesse domingo. Vesti-me de católico e fui. Cheguei cedo, as pessoas esperavam à hora da missa no adro da igreja conversando sobre futebol e a vida dos outros. Estava um frio de tirar o tesão mas a ansiedade e as fantasias eróticas que passavam a 200 por hora na minha mente, aumentavam a pulsação cardíaca ao ponto de sentir o fluxo das veia nas gola da camisa. Para mim estava calor, muito calor e a hora não chegava. Por fim o som pesado de um tranco de ferro seguido do ranger lento das portas de carvalho velho ecoaram de dentro da igreja como se alguém tivesse dito "abre-te sésamo".

Entramos, misturei-me com o rebanho e penetrei o templo. As paredes eram brancas com estátuas de Santos em gesso, apoiados em altares em forma de ondas que pareciam saltar das paredes para cima da gente. Vi o órgão. Estava lá do lado direito tapado por um pano escuro que um senhor foi tirar e dobrou cuidadosamente. Estavam algumas pessoas sentadas por trás do órgão num pequeno anfiteatro. Devia ser o pessoal do Coro. Olhei cada uma dessas pessoas que pareciam estar ali há tanto tempo como as estátuas, mas nenhuma era a rapariga que eu procurava.

A missa começou. O Padre parecia quase acreditar naquilo que ia dizendo e os fieis iam cumprindo o seu papel dizendo - amén - aqui e ali. Sentados ao meu lado estavam um casal com uma criança pequena. Lembraram-me aquela família que mora ao lado dos Simpsons, os "Flanders".

Olhei para a menina e sorri. Ela agarrou a mão da mãe e fez-me uma cara feia pondo a língua de fora. Eu disse-lhe baixinho "- olha que isso é pecado! Jesus Castiga-te!". Ela fez beicinho e virou-me as costas.

Eu tinha noção que o Padre estava a dizer qualquer coisa sobre fariseus e animais na Arca de Noé mas a minha mente navegava por outras águas. Não via o momento em que a moça aparecia para tocar o órgão. Já tinha de cor as primeiras palavras que lhe ia dizer no fim da missa. Entretanto, chegou o momento da hóstia que nós conhecemos como ritual do Housle. Os crentes fizeram fila pelo meio da igreja enquanto o Padre ia introduzindo as rodelas na boca de cada crente. "Falta o Vinho!" pensei eu "- o resultado das ordálias de um fruto que nasce no ar deveria ser misturado com o resultado das ordálias de algo que nasce da terra Para assim simbolizarmos o casamento alquímico do qual resultará a criança redentora. E ao ingerir essa mistura permitimos que a criança nasça simbolicamente dentro de nós e assim participamos neste mistério."

Ao meu lado, os Flanders falaram:

- Não Levas a miúda[3] contigo para tomar a hóstia?- perguntou Ele.

- Não vale à pena, ela comeu bem em casa antes de virmos – Respondeu a Srª Flanders.

Fiz o sinal da Cruz, e pensei "Valha-me Deus... Não fazem os mesmo a puta da idéia do que vem aqui a fazer."

A missa avançava e eu olhava para o Órgão e para o relógio e da moça Nada. Estava a stressar. A luz descia no interior da igreja recortados pelos quadradinhos dos vitrais lá no alto e o Padre continuava o seu sermão como se estivesse a pregar aos peixes do deserto.

Atentas ao sermão estavam as estátuas de gesso, sem pestanejar ou desviar o olhar sequer e os meus olhos passeavam distraídos pelas suas formas lá no alto. Sempre tive uma tremenda dificuldade em manter os olhos e a mente focadas no mesmo ponto por muito tempo. Talvez por desinteresse, desinteresse pelo que me rodeia, desinteresse pelo que ouço, pelas pessoas vulgares á minha volta, desinteresse pelo mais-do-mesmo que me dizem, desinteresse pela vida. Viver por obrigação é foda mesmo. Apetece estar sempre fugindo, sempre no mundo da Lua. Não faço a puta da idéia do é ser um Lvnae, mas sei muito bem o que é ser um lunático. Engraçado mesmo é o que acontece dentro da minha cabeça. Coisas que vem do nada e que me surpreendem, fico tantas vezes pensando - "Onde fui eu buscar isto".

Uma dessas estátuas era menos estática do que todas as outras. Tinha mais vida, mais dinâmica, mais ação, pois representava um cavaleiro armado de uma lança que mergulhava pela boca dentro de um animal que estava junto ao chão, preso pelas quatro patas do cavalo. Esse animal era escamado e tinha asas. Tinha fortes garras e parecia “ejacular” fogo pela boca. Escamas, fogo, garras, asas...

Isto era familiar - lembrei-me das conversas sobre a Iconoclastia de São Jorge que tinha levado com meu irmão Qaiynn Lvnae do Brasil, via MSN.

Este animal tinha na sua natureza os meios de adaptação aos quatro elementos. Era um ser bem adaptado ao mundo material, ao mundo da matéria. Já o cavaleiro não parecia deste mundo. Tinha um aspeto limpo, livre, leve, luminoso. Era bonito que nem um homossexual adolescente e parecia ser animado por toda a energia do universo.

Todo ele era luz, era cosmos, era de um Fogo que arde no ar por todo o universo. Parecia também saber algo que poucos sabem e eu não sei, mas gostava de saber. E Era naquele ato aparentemente cruel em que dominava pela força das quatro patas do seu corcel o ser material, que lhe transmitia essa vida, esse canal de energia que vem do infinito e transforma em seres inspirados aqueles que viviam numa espécie de quarto escuro.

Aquela lança era como um pênis que transmite uma doença incurável. Daí em diante nada mais será o mesmo ou terá a mesma cor. Nem a mesma Luz. A visão do ser que antes era limitada expandiu-se multiplicando os seus anéis como uma mandala.

Esta nova imagem e características deste ser fizeram despertar a minha memória para uma personagem que apesar de não ter absolutamente Nada a haver com o local onde eu estava, tinha tudo de semelhante com aquele ser transformado.

Este ser possui a cabeça com características de chacal, touro e bode, representando os chifres da sabedoria, virilidade e abundância. O chacal representa Anúbis (o deus-chacal) e também o “Mercúrio dos Sábios”, o Touro representa o elemento terra e o “Sal dos Filósofos” e o bode representa o Fogo e o “Enxofre fixo”. Juntos, a cabeça da imagem representa os três princípios da Alquimia.

- A tocha entre seus chifres representa a sabedoria divina e a iluminação. Tochas estão associadas ao espírito nos quatros elementos e colocadas sobre a cabeça de uma imagem representam a inspiração divina. Isso pode ser observado até os dias de hoje, em personagens de quadrinhos que, quando tem uma idéia, aparece uma lâmpada sobre suas cabeças (grande Walt Disney!).

- O conjunto dos dois chifres também representam as duas colunas na Árvore da Vida e o fogo sendo o equilíbrio entre elas. A lua branca, que se encontra por cima do lado esquerdo, representa a magnanimidade de Chesed (Júpiter) e a lua negra, em baixo á direita, o rigor de Geburah (Marte).

- O pentagrama na testa representa Netzach (Vênus), o Pentagrama, o símbolo da proteção e da magia. Importante notar que ele se encontra voltado com a ponta para cima. As pernas cruzadas associadas ao cubo representam Malkuth.

- Nos braços desta figura estão escritos “Solve” no braço que aponta para cima e “Coagula” no braço que aponta para baixo. Solve representa “dissolver a luz astral” e coagula significa “coagular esta luz astral no plano físico”. Em outras palavras: tudo aquilo que você desejar e mentalizar no plano astral irá se manifestar no plano físico.

Como já devem ter entendido, estou a falar da figura de Baphomet. Ou melhor, estou a trazer parte dum texto de Marcelo Del Debbio que descreve Baphomet.

De volta á missa, as pessoas levantam-se e começam a sair. Olho bruscamente para o relógio - Porra já é meio dia! - Levanto os olhos para o órgão com a certeza do que ia ver. ninguém! Tanta merda, tanta merda e a puta da gaja nem apareceu! - mas nem tudo foi ruim.

Valeu na mesmo apenas ter-me levantado tão cedo para a vir a este sitio. Valeu vir a esta missa para ter São Jorje a mostar-me que ele e Baphomet na iconoclastia são vasos para o poder do filho do Homem ou do mono-mito do verbo divino encarnado.

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Publicado com autorização do Autor.

O Autor não autoriza a reprodução do texto por qualquer meio sem sua prévia autorização.

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[1] Erennin é membro da Tradição Ibérica Segundo a Veneração Lusitana em Braga - Portugal, e assim como a Lvpercvs Gael Lvnae -Em Abrantes, Camaçari, Bahia, , teve seu acesso a TI por meio do Coventiculo do Corvo Sagrado em Lisboa-Portugal.

[2] Forma perjorativa para se referir ao Homossexual Masculino em portugal, no Brasil seria algo como “Viado, Boila, Baitoila, Frutinha, Fresco, Afeminado, Xibungo”, isso dependendo da região.

[3] Menina pequena, criança pequena, filha pequena.

segunda-feira, 21 de março de 2011

SEMENTES DE OUTONO





Quando se quer iniciar uma plantação, o primeiro passo é escolher as sementes, após isso se pega no arado, penetra-se a terra com ele, abrindo-lhes um portal para a semente ser depositada.

A semente ao ser lançada na terra, com tempo fenece e morre, essa morte produz vida, e essa vida é raiz e broto, que começa uma luta contra a gravidade na busca pelos raios do sol, pela chuva e pela inteiração com o mundo através da troca de gases, posteriormente essa luta estende-se contra as pragas e doenças...

No entanto, quando a chuva é maior que o necessário, quando os seres vivos comem suas folhas ou pisam-no, quando o sol queima demais e quando a terra não é fértil o bastante, o que fazer?

Estender as raízes mais e mais profundamente na Terra-Mãe, esse é caminho... Pois o fogo da vida veio da Terra e para Terra o fogo da Vida Retorna... Este é o mistério da renovação no Banquete...

Nós seres humanos temos muito em comum com as plantas: o óvulo no útero de nossas mães é a semente que a Deusa Destino fez cair do fruto de nossa ancestralidade, o esperma de nossos pais é a chuva serôdia que fecunda a terra-útero...

Entenda, não importa se você conhece ou não seu pai ou mãe, se você os ama ou não, se estão vivos ou mortos, se te abandonaram ou se um deles te rejeitou nada disso invalida o mistério...

E esta é uma verdade tão simples, tão comum, um mistério tão desvelado, que se oculta em sua revelação, pois esse mistério se mostra todos os dias a toda hora diante de nossos olhos e ao nosso redor e não notamos, não fazemos correlação...

E sabe por quê? Porque nós fomos ensinados a viver em “Maia”, a viver “inconscientemente” a ilusão do dogma e da moral da fé dominante enraizado como verdade absoluta, que nos afasta da natureza... Nós perdemos a conexão com a nossa terra-mãe em suas várias formas e nomes... Pois a maioria esta mais interessada no agregado cultural da Europa... Nós perdemos a conexão com a natureza toda ao nosso redor...

E qual é o mistério que não notamos? Eu já disse, e repito, somos como árvore, como uma planta, e para ser árvore é preciso ter sido semente, e depois broto, caule e folha, flor e fruto...

Quando se compreende a correspondência da árvore e nós, somos levados a aprender sobre nossas próprias mortes em todos tempos...

Como assim?

Compreenda, o segredo está na raiz que te sustenta, que foi o meio pelo qual você veio existir... Ou seja, nossa ancestralidade, trazemos a marca de nossos antepassados, trazemos sua história gravada dentro de nós, somos a síntese deles, nós trazemos o mistério de todas as mortes de nossos antepassados e todas as morte deles nos mostra o mistério de todas as nossas mortes e nos dá a oportunidade de reviver cada e todas elas, assim podemos contemplar a nós mesmos, antes de nós...

Todas as nossas as mortes devem fecundar o solo de nossas vidas, através do arcano da renovação, pois faz novas todas as coisas toda vez que praticamos feitiçaria, por isso o feitiço se mostra eficaz...

Ser semente-broto nos revela o segredo da necessidade de mudar e multiplicar, e com isso voltamos ao ciclo de mistérios de morrer todas as nossas mortes, ou seja, para morrer é preciso está vivo e para está vivo é preciso nascer e para nascer é preciso reviver através daquelas Semente-Ovulo-Fogo-Esperma, por esse arcano é sabido como o primeiro Bruxo foi gerado e geramos nós mesmos frutos e sementes  para nosso Senhor e nossa Senhora.

Somos como árvores e quantas dificuldades o pequeno broto enfrenta antes de ser árvore?

E em nós o que são essas dificuldades? Entre outras, elas são os traumas, os medos, as dores, as mágoas, as decepções, as ordálias e os bodes expiatórios, sim, os bodes expiatórios, pois uma verdadeira árvore quer seja na solidão da floresta ou mesmo no corre-corre das cidades, não fica se lamuriando, mas enfrenta de cabeça-copa erguida as adversidades, e quanto mais o vento sopra para derrubá-la, mais ela dirige suas raízes para o interior da terra, quanto mais o vento aumentar sua  força ao soprar e derruba-lhes o tronco, seus ramos e galhos espalhará as semente, quando mais água cair sobre ela para afogá-la ou arrancá-la, mais sementes são levadas pelas correntezas para fertilizar a terra e pelos menos uma, como acontece com as correntes líquidas do esperma, encontrará lugar seguro para brotar.

Por isso, nosso senhor é também o agricultor e através de seu ofício de arar a terra e jogar a semente, ele revela um mistério, mais o leigo vê apenas que ele se torna sedentário, e nós dizemos ele se torna solitário num ponto do coração de todas as cosias, e ao mesmo tempo ele é o assassino de Abel-Ego, cujo corpo foi levado pelo Corvo Sagrado para fecundar todas as terras com o mistério escuro que esconde a luz de nosso Senhor Lumiel...

Hoje no outono, no nordeste desse país, velhos e velhas sábias esperam o sinal do céu para poder lançar suas sementes, se houver chuva nesse dia é o sinal de que as colheitas serão boas, pois receberam as bênçãos de São José...

E você também é semente, e deve elevar seus olhos no céu e contemplar o sinal do céu, e deve mudar tudo ao redor... Uma árvore sustenta centenas de vida, ela espalha a vida e dar a vida, uma árvore não passa despercebida...

Por isso Caim se torna o Andarilho Solitário e ele perambula de um lugar para outro, do mesmo modo acontece a semente - que têm dentro de si a potencialidade de vida -  que é carregada pelo vento para ser depositada em qualquer lugar...Caim é o prego que nunca esfria, ou seja, que está sempre em brasa, e é capaz de transforma-se ou virar cinzas, pois produz fogo e  fogo que transforma.

Como disse somos como uma árvore, e eu lhe convido neste outono a reviver cada momento seu, desde o principio, então hoje, você deve voltar a ser semente, não uma semente comum, ou simbólica, mais uma semente real de si-mesmo e uma semente que vai até a vida intra-uterina e caminhar todos os caminhos até hoje... Duvido que volte o mesmo depois dessa viagem pelo deserto e pela floresta... Feliz Outono...
Amém....

Qaiynn Lvnae  

terça-feira, 8 de março de 2011

A CORRENTE DOURADA E O CAMINHO SOLITÁRIO

“Um estudo da Tipologia da Transmissão Iniciatica dentro da Tradição Sabbatica”. Por Andrew D. Chumbley 

Iniciação, a “Passagem de Poder”, o caminhar do homem mortal através do limiar dos Deuses, o ouvir da palavra passe, a recepção do livro, o sonho imaginado e saboreado[1] a meia-noite[2], o solitário ponto do coração selvagem....muitas são as formas de indução para o Círculo do Sabbat, muitos são as marcas deste caminho – muitos são os momentos de realização, que leva o espírito através da espiral de todas as maneiras do ecstasy!!!
Na sua essência, iniciação é a entrada de um indivíduo em um Mistério e a penetração deste Mistério no indivíduo; é simultaneamente rarefação[3] e reificação[4]; uma união nupcial do Ego e Outros[5], no espelho[6] do círculo da Gnosi. Embora a essência da questão possa ser “pontuada” pelo descrito acima, a verdade acerca da iniciação é necessariamente um segredo que não podem ser divulgado; é o Grande Arcanum, o “Mysterium” que sempre habita o além... Em um fundo e profundo silêncio. E, no entanto, considerando a aparência externa na iniciação, as formas que ela assume em termos de manifestação perceptível, nós podemos entrar em discussão e esforçar-nos para chegar a uma compreensão de seus diversos “Arcanos”.
Se justiça será feita para a sutileza das diversas e complexas “formas” de iniciação, como as existente dentro de praxis[7] de Cunning Craft[8] contemporânea, que merece um amplo e detalhado estudo (não sabemos). Nas páginas seguintes tentaremos fazer isto, para distinguir entre os "tipos" de iniciação que pode ocorrer para um Buscador no Caminho da Arte Antiga, e, além disso, para definir as várias vertentes da transmissão mágica que podem ser considerados como “linhagens” ou “Correntes da Gnosi” em si mesmas. Na tentativa de fazer isso estarei utilizando diretamente minha própria experiência, especialmente, a que ganhei como o atual Magister do Cultus Sabbati. Por conseguinte, uma subjetiva delimitação do tema é inevitável. Com efeito, devido à “Tradição” da Velha Arte, ser de tantas maneiras e variadas localidades, nenhuma descrição definitiva do processo iniciatório pode ser defensável. Sem dúvida omissões e generalizações irão ocorrer e para tais eu peço desculpas antecipadamente. Não obstante, espera-se que um grande esquema conforme indicado abaixo, sirva para esclarecer e aprofundar o conhecimento do assunto até agora inexplorado. Com este propósito, este artigo é oferecido como um degrau na escalada para um futuro mais sábio do Caminho e de suas Crianças. 
PASSANDO A MARCA DE FOGO DE TUBALO-LUCIFER
RITUAL DE INICIAÇÃO.
O método usual de ingresso na Tradição Sabbática é via formal o ritual de indução. Isto pode assumir várias formas, variando do ato mais simples do ritual de "autorização" até a denominada 'Ordem Principal' da cerimônia Sabbatica plena. Dentro do cultus Sabbati há vários fluxos lineares simultâneos (de linhagens), e é a partir deste exemplo que eu vou estabelecer a discussão abaixo. A fundação da linhagem do cultus é a da "The Red Snake[9]”, que descendente diretamente de uma corrente de Praticantes de Cunning-craft e folk magic de Buckinghamshire[10]. Em termos de sua expressão visível suas práticas mudaram com cada uma das sucessivas gerações, mas em seu núcleo, um corpo de princípios de feitiçaria é mantido, é com base neste "Alfabeto  Arcano", que cada geração “elabora”o seu próprio modo particular de prática.
Em termos específicos para o ritual de iniciação, os princípios gerais do processo são: observação, dedicação, ensino formal e foco ritual. Na manifestação estes princípios combinam em um processo com uma duração mínima de vinte e um meses, culminando no foco apoteotico de uma cerimónia iniciática final.  Desde o anterior Magister desta linhagem fui ensinado que um candidato é escolhido através de sinais e presságios, e que era proibido para qualquer estranho pedir iniciação diretamente. O Candidato é escolhido por presságio  e primeiramente “Vigiado” por um período de tempo, não inferior a nove meses lunares. Durante esse tempo, denominado "A gestação", o candidato é observado para indicações claras das habilidades requeridas e características que o Caminho exigirá. Se for considerado adequado, o candidato é convidado a submeter-se a uma cerimônia chamada “O Rito de Dedicação”. Este reconhece formalmente a sua aspiração e magicamente ele “coloca os seus pés” no Caminho.
Após o rito Dedicação, um período de instrução formal de um ano e um dia começa. Durante este tempo, o noviciado e o iniciador embarcam numa peregrinação que conduz ambos ao círculo-pleno ao redor do horizonte dos Mistérios Sabbáticos. Para o candidato, o ato de caminhar no círculo se torna uma viagem ao redor do perímetro da alma, um microcósmo de questionamentos para Todos os Possíveis encantos de sua própria auto-existência[11]. Tendo êxito, atravessado o período de instrução e as diversas ordálias e austeridades que se exige,  o noviciado é “convocado” formalmente a submeter-se ao rito de iniciação.
O Rito de Iniciação é o “Selo de Mistérios" e serve como um contexto focalizador de tudo o que se passou entre o aspirante e o Poder Iniciador (o iniciador, em todas as suas formas: o professor físico, o Guia Espiritual, O Familiar e Espírito Guardião do Caminho, as diversas lições de práxis, os Sonhos, Visões, e realizações solitárias, e outros). Tudo aquilo constitui “O Iniciador” que confronta o Buscador  como o Verdadeiro guia no Círculo do Arte Magica.
No ato singular mágico chamado “A Passagem do Poder” tudo é tirado dentro de Um: são alinhados o Iniciando, o Iniciador e os Mistério do próprio Rito para abrir o caminho para o “recém-nascido do Sangue-Bruxo[12]”'. O ato de “Passagem” confere o “poder” de toda a Tradição, os seus conhecimentos, costumes e Arte. Quando este poder é recebido, é tarefa para o recém-nascido iniciado realizar o Arcano para Si-mesmo - para realizar a sua própria autonomia e ir em frente de acordo com os sinais e augúrios do caminho.
Em resumo, esta é a maneira pela qual a iniciação ocorre dentro do nosso próprio círculo de praticas.  Os detalhes exatos desse processo variarão indubitavelmente de uma circunstância[13] para outra, mas os princípios fundamentais são mantidos; porque são a própria maneira pela qual “O Fogo Acesso[14]” é transmitido de uma geração para o outra. No cumprimento da sua “criação” o iniciado é ritualmente “autorizado” a agir como um praticante autônomo e representante da Tradição. O seu nome é inscrito no Livro de linhagens e os nomes dos irmãos da mesma categoria são comunicados.
Dentro do âmbito da linhagem em que o referido processo é acionado não há nenhuma categoria ou grau além do principal ritual de iniciação, embora deva ser declarado que algumas linhagens tradicionais tais como “The Black Boar e The Serpent-Cross[15] utilize graduações em suas estruturas. No caso da linhagem do “The Black Boar”, por exemplo, um sistema de Três Graus é operado, amplamente fundado em Aprendiz, Artífice e Mestre, e graus de Maçonaria e Guildas Medievais de Construtores. Neste sistema o Primeiro Grau corresponde ao Rito de Dedicação; o Segundo Grau assinala uma fase de meio caminho - adequado se alguém que não possui a habilidade requerida para receber a autorização completa; e o Terceiro Grau corresponde ao Rito final de Iniciação.
Embora se possa afirmar que no cultus Sabbati não há graus de iniciação que se aplicam a todos os indivíduos, paradoxalmente, deve-se afirmar que uma hierarquia rígida e uma divisão de papéis são tradicionalmente explorados. O Serviço de Elder[16], Magister, Dama[17], Sacerdote, Sacerdotisa, Conjurador[18], Profeta ou Profetisa, Mestre de Cerimônias[19], Cronista e Tutor[20], são baseadas completamente nas habilidades que os indivíduos possuem e demonstram; a “elevação” de um individuo para qualquer posição está sujeita ao consentimento dos Irmãos e dos Protetores Espirituais.
 Como foi dito acima, dentro do Cultus diferentes “linhagens” de observância da Arte operam simultaneamente, às vezes se cruzando, por vezes ainda categoricamente distintas.
O que é que distingue uma linhagem de outro?
É primariamente o conhecimento particular e costumes característicos de uma corrente especifica de transmissão Mestre-Pupilo, que diferencia uma da outra. Devido a isto, um único Praticante pode estudar com diferentes Mestres para receber diferentes corpos de conhecimento e para receber “poder” de caminhos lineares distintos da Gnosis Sabática. Enquanto cada linhagem é apreciada pela sua própria integridade e autonomia, um indivíduo pode possuir autoridade num número de diferentes correntes sem compromisso. Uma ampla base experiencial é recomendável, mas é a transmissão única (veja abaixo), que valida o caminho de um Buscador.
De todos os diversos aspectos envolvidos no processo de Iniciação formal, é papel do Rito apoteotico final de Iniciação e a sua capacidade de ação central, a “Passagem”, que age como o "Selo de Poder" em todas as relações da iniciação, tornando-se assim um ato de suma importância. Para aqueles do Caminho, o recebimento ou recepção do "Poder" ativa o sangue espiritual[21]: o legado da marca de fogo dos Deuses Anciões, desde o Antigo Tubalo, o Portador de Luz, através da Raça dos Vigilantes e da Associação com as Fadas, estabelecendo uma corrente dourada, passado de uma mão para outra sucessivamente, até os dias de hoje.
O RELÂMPAGO DA MEIA-NOITE:
A VISÃO DA TRANSMISSÃO DA LINHAGEM ÚNICA.
Um Sinistro Raio de Luz nas mãos dos Deuses Demoníacos: uma intercessão que transpassa destinos, uma revelação que faz nascer na Carne à ligação entre o visível coração do homem e o invisível coração dos Mistérios; Assim é o Relâmpago da Meia-Noite!.
O Espírito concede a visão da revelação de si mesmo para a mente do Buscador e inicia a passagem do poder para a linhagem,  o que podemos chamar: “Transmissão Única”. Se dentro dos Conclaves de uma cadeia ritual formal de iniciação ou na sutil “caverna” solitária de práticas, se chamado por meio de intenção, ou por meio de uma súbita manifestação de epifania dos Deuses, o Poder da Revelação é dado exclusivamente para o seu veículo escolhido, e nele se “Encarna” - como um dom, que abre diretamente o olho interno para compreenção dos Mistérios.
Em algumas individuos, há uma capacidade inata de compreender os mistérios do Caminho Witanico[22], ou seja, de entender sem aprender[23]. Isso pode ser uma indicação de renascimento “transcarnacional”[24] dentro da linhagem de Sangue-Bruxo, ou um sinal da nova dispensação: através de um Mestre Solitário da Estrada[25]. Para alguns todos os Ritos Externos são uma benção; uma confirmação daquilo que foi atingido por uma disposição interior. Tais indivíduos desfrutam uma conexão com os Deuses e possuem uma clareza de visão que não pode ser aprendida ou ensinada, essas almas nascem na Casa de Cain e trazem dentro de si a marca dele.
Momento a momento, o Caminho do Relâmpago da Meia Noite é um tortuso caminho para os seus aderentes. É Um depender do favor divino e da abertura do coração para manter a continuidade da inspiração e ainda suas bênçãos superam largamente a sua ruína. Existe uma Solidão neste Caminho, “um Matrimônio que se divorcia de todos Outros”, onde a perfeição de Toda Solidão pode ser completada.
No âmbito da “Transmissão Única” considera-se que um detrminado indivíduo pode receber todo um corpo de conhecimentos, ou seja, todos os Ritos e Mistérios. Em tais casos, a autoridade ritual para ele ensinar a outros e iniciar uma linhagem de um corpo de conhecimentos específicos é divinamente sancionada[26]. Embora qualquer homem ou mulher possa reivindicar ter recebido uma “visão”, os motivos de tal reivindicação devem ser manifestos por meios de certos sinais exteriores; como ensina o Evangelho: ”Devemos testar todas as coisas e reter apenas o que é bom”. Se o caminho conduz a reunião com um verdadeiro observador dos mistérios, um iniciado sem intercessor mortal, então considere-se realmente abençoado. Aprender de tal pessoa poderia revelar muito mais da Arte que o acumulado por qualquer loja de conhecimento durante anos. Por experiência eu aconselho precaução e prudência, mas se a verdade for encontrada (com estes) então eu acredito que nós deveríamos respeitar esses que ganharam o favor do Divino.
Para falar corajosamente, considero que a linhagem de “Transmissão Única”, se inicia por intermédio de um Ego-Reconhecimento[27] com a inata "semente de luz”, sendo um pré-requisito para todos os que praticam a Arte Mágica. Talvez todos os seres possuam aquela centelha dentro de si mesmos, mas o rubicão[28] entre iniciado e não iniciado é o Ego-Reconhecimento daquela semente espiritual. A menos que o embrião da vida mágica desperte para si mesmo não pode haver nenhum crescimento, nenhum despertar[29] da alma de fogo. A “Transmissão Única”, é antigo destino abençoado: O segredo do relacionamento entre os Deuses e Alma; nenhum outro tem permissão de falar dele. Seus sinais externos são inspiração e conhecimento, um casamento de estado indefinível pelo qual um homem se torna Mage[30].
Dentro do Cultus Sabbati "o Caminho da Tocha Flamejante” e “O Caminho do Relâmpago” são conhecidos como “Os Chifres do Dragão”. É considerada uma inspiração digna quando um “Viajante” realiza a união de Dois (em UM): do caminho não-dual do duplo caminho. Por causa desta ênfase dual, considera-se que apenas aqueles com a capacidade para receber ensinamentos e suportar as marcas[31] da “Transmissão Única” - qualquer que seja o grau de manifestação - deveria ser convidado para a Irmandade formal. Uma Bruxa nascida para o Caminho ainda pode passar muitos anos lutando para tornar evidente aquilo que está dentro de si e contudo por vertude dos Ritos Tradicionais um destino incomum pode ser dominado[32] rapidamente. Em tais Indivíduos, o processo de instrução é na verdade um Caminho de Recordação: uma recuperação do Antigo direito de nascimento[33].
RITOS DE MISTÉRIO
AS LINHAGENS DO MAGISTRY
Uma demonstração habitual de “Atingindo os Chifres do Dragão” (A união da “Transmissão Única” e Autorização Linear) é dado para um iniciado para compor um Grande Mistério ou Mistério-rito. Tais ritos são compostos de “diversas” expressões vocais “oraculares”, órdalias mágicas e "estados" específico e altamente especializados de iniciação e de relacionamento com poderes mágicos e entidades. O Autor de um Rito de Mistério é conhecido como seu Mestre ou Mestra. É a seu pedido que o ritual é realizado ou sua forma textual é transmitida para outras pessoas. Em si mesmos, os Mistérios deste tipo são Grande Iniciações servindo para transmitir as linhagens de determinadas entidades espirituais ou técnicas mágicas.
Dentro do mais alto corpo de nosso conhecimento mágico, conhecido como “A Gnosis do Caminho Tortuoso”, existem inúmeros exemplos de tais trabalhos avançados. Por exemplo, O “Rito do Turnskin[34]”. Este é um procedimento Iniciatório quando se pretende a entrada do aspirante no círculo de Atavismo therionico[35]: As Formas de Vida do Zodíaco. Ao passar através das suas ordalias e transceder a pele[36] a Arte fica impressa[37] na carne; a ascendência bestial de um indivíduo é “elevada”, feita Auto-consciente nos seus sentidos[38] físicos[39]: O Deus que tem cabeça animal é realizado!.
Outro exemplo notável é “A Máscara do Diabo”: o rito de iniciação de Draku-Ezhu, O “Principal Famulus[40]” Instrutor[41] do Caminho Tortuoso. Este Rito de Mistério particular conquista a reunião, de alma para alma, entre o Aspirante e a Deidade.
No fluxo de descendentes de Sabedoria Sabbatica de “Yelda Paterson” através de “Zos vel Thanatos” (Austin Osman Spare), existe uma linha de transmissão facilitada pela “Passagem” de um Espírito Familiar. Em sua manifestação contemporânea este arcanum se tem “manifestado” através de um Médium de Mistério-Rito; “o Rito da Águia Negra[42]” simplesmente nomeando, depois, o espírito a si mesmo. Este exemplo serve, por si só, para ilustrar que um certo tipo de linhagem mágica é principalmente transmitida através da herança de espíritos-familiares. Podemos considerar que o animal-totem, seja Águia, Cobra, Raposa ou Javali, funciona como uma "máscara" para informar a senciência[43] de tais tradições. Rito de Mistério, em si mesmos, comunicam as linhagens do Magistry e servem para transmitir os “estados” de conhecimentos mágicos necessários para a contínua realização das suas diversas e especifcas correntes. A absorção de pensamento, palavra e ação tudo é consumido no processo de tais rituais (muitos sendo de grande duração e complexidade processual) facilita a saturação do ego mundano com o ambiente de um estado mágico ou entidade. Nisto a impressão do Iniciador Invisível[44] sobre a Matriz[45] ou “Mente” do Sentiente é mais poderoso e eficaz. Na prática, Os Rito de Mistério, comportam “graus” adicionais, zonas adjuntivas[46] de autorização[47], para que um aspirante tenha acesso e em qual, ele ou ela, pode ganhar autoridade.
A AUTO-INICIAÇÃO
Se através de predileção a pessoa é conduzida à Arte e o único meio de entrada é, por conseguinte, pela realização de uma auto-iniciação, então deixe aquele portão ser livre e justamente escolhido. Se o indivíduo for conduzido para lá por sonhos e presságios, e lhe é revelado por esses meios como executar um rito, um Caminho de Transmissão Única é revelado. Se a pessoa realiza essa tarefa, então eu não considero que ninguém - alto ou baixo - tem o direito de duvidar o que essencialmente não lhes diz respeito. Na verdade, é mais sensato para nós respeitarmos aqueles que entram no caminho por esses meios, pois o coração do Sangue-Bruxo pode ser alcançado por muitas veias.
Distinção deve ser feita entre as pessoas com visão e aqueles sem. Se uma pessoa está sem sinais ou orientação interior, e somente se ocupa de uma fórmula prescrita de auto-indução de acordo com as ordens de alguma outra autoridade mortal, então de onde a autorização aparente dela deriva?
Se uma fórmula prescrita ou texto é usado, então a pessoa deve envolver verdadeiramente a sua essência espiritual e esforçar-se para estabeleçer uma conexão interior. Realizar tão somente um processo ritual externo[48] não é nenhuma iniciação; a menos que a ligação interior entre Ego e Outro (se aquele Outro é o Homem, Deidade ou Espírito) seja atingida, não existe iniciação. Se uma fórmula prescrita é usada e sinais acontecerem, em seguida, uma ligação é assegurada, mas será melhor se um rito de Auto-Iniciação for construído, principalmente, em acordo com conhecimento divinamente-recebido.
Auto-iniciados podem iniciar outros?
Se a base de sua auto-iniciação é de uma linhagem direta e revelação única, e se um corpo de ensinos deriva de tal epifania, então nós devemos ser confiantes, e afirmar a habilidade dele para ensinar outros, para passar o que os Deuses têm revelado, para ajudar um estudante a obter a auto-iniciação para eles. Se os Deuses se revelam, então está com uma coragem que iguala a bênção deles, e nós temos de afirmar a nossa própria autoridade espiritual e de legitimação (para eles). A verdade de nossa visão é testada habilmente por esta necessidade por coragem; para levantar sozinho, sem nenhum Senhor ou Mestre, Um entre os homens, é um destino mais raro. Lembre-se uma árvore se conhece pelos seus frutos; inspiração comunicável é a prova de autorização espiritual.
TRANSMISSÃO IMAGINÁRIA
Às vezes subitamente encontramos auto-iniciados “Inventando” uma história para sua própria legitimação, contos curiosos de ensinos hereditários ou de reuniões que ocorreram com estranhos “sem nomes”. Em vez de desconsiderar tais alegações peremptoriamente, seria mais sensato para nós, encorajar essas pessoas a trabalharem com as suas imaginações e descubrirem o que é que está tentando se manifestar através dele.  A “falsidade” pode, em alguns casos, ser algo mais do esboço interior, mas em primeiro lugar, tais indivíduos devem ser alertados sobre o processo interior em que a fantasia assume a aparência de realidade histórica. Um refinamento do método é requerido, para nós reconhecermos a prefigurção imaginal da presença espiritual. Como foi dito, inspiração comunicável é o sinal mais simples de veracidade.  
Onde uma genuina atividade interior é pressagiada e imagem foca-se em fantástica invenção, vamos considerar que a Divina Imaginação contém os seus próprios habitantes, os “mensageiros” do Deus-Mascarado[49], as sombras disso pode impressionar a si mesma em "tipos" conducentes para a apercebedora compreensão. 
A mente aberta, assim observa o sussurra do Daimon como um antepassado - um antepassado ancião, ou como um estranho, um 'Homem de Preto' ostentando um curioso dom do livro, besta, ou secreto ungüento. O Sabbat é um conclave astral, um estado de gnosis em ecstasy, sua impressão na Mente está além da conta de todas as avaliações. Se nós podemos guiar bem em exemplos onde sua atividade é pressagiada no jogo de imaginação, um indivíduo pode ganhar insight e conseguir sucesso estabelecendo uma ligação interior com a corrente, acima e além do mero espetáculo externo de um aparente “história”.
Transmissão Imaginária pode servir então como um meio de atingir uma linhagem direta da revelação. Por razões de precaução, talvez seja sensato para nós, falar claramente: onde uma genuina inspiração está ausente e altas estórias abundam, nós temos que nos precaver. Por outro lado aconselho certo grau de análise mais aprofundada, Eu considero que esses que fazem um pretexto deliberado de proveniência iniciática de qualquer modo ou forma são um perigo para si mesmos, para investigadores ingênuos, e, no sentido mais lato, para a compreensão histórica da Arte como um todo. Para essas pessoas a maldição deve ser da sua própria vocação.
OS RITOS DE UM
INICIAÇÕES SOLITÁRIAS
Ao falar da auto-iniciação, nós somos de certo modo culpados de usar um termo errôneo. A iniciação é sempre uma questão de relação, se entre Mestre e Aprendiz ou entre um Indivíduo e as Deidades e poderes dos Mistérios. Assim sendo, um ritual executado sozinho, nunca é na verdade realmente assim, para os Deuses e Poderes que são chamados, na União, do outro para nosso Self: os Deuses são o “corpo da iniciação”. Sempre há uma relação entre nós mesmos e aquele que encobre os mistérios. E ainda pode-se dizer que estamos sozinhos na carne, e, neste sentido chamamos de processos de Ego-Indução os “Ritos de Um” ou iniciações solitárias.
Com a exceção dos ritos solitários que se manifestam pela via de “Transmissão Única”, há certos ritos da Arte que têm fórmulas prescritas rígidas e que devem, necessariamente, ser executados solitariamente. O Rito dos Homens-Sapos chamado de “As Águas da Lua” é um exemplo famoso. Isto exige que um homem ache um sapo, empalar ele com um espinheiro-negro[50] e depois disso deixar seu corpo ser devorado[51] por formigas. Em seguida, levando seus ossos para um corrégo em uma noite de lua cheia, o candidato que deseja ser um Homem-Sapo[52] devem lançar os ossos na água. Todo ao seu redor vai gemer e gritar [53] e clamar, buscando distrair a atenção para um osso que se moverá contra a corrente; este é seu osso encantado, que tem poder sobre os animais. Depois disso o homem deve levar este osso e mantê-lo consigo. As próximas três noites ele deverá ficar sozinho em um cemitério, buscando o poder da magia. Na terceira noite, se diz que o "Diabo" virá e tentará levar o osso para longe do seu possuidor. Se o Diabo tiver sucesso, o rito falhou. Se você pode manter o osso não importa que recompensa é oferecida, você então se torna um iniciado do Rito dos Homens-Sapos.
Como pode ser visto este não é um procedimento simples, ele colocará seu operante, inevitavelmente, em uma posição que requer independência e coragem. Dentro do mesmo princípio, considera-se um Mistério-rito solitário do Caminho Tortuoso, o rito chamado “A Coroa dos Sete Crânios Risonhos”. Isto exige que o praticante busque (o poder) deliberadamente sozinho e em lugares assustadores, e de lá chama os "demônios" que produzem a sensação de terror e de perigo. Esses demônios são então confrontados ritualmente, a tarefa a ser praticada é transformar o aparente “veneno” ou a mal alinhanda sensinecia em direção ao “néctar” ou benéficos estados potentes da Gnosis mágica: para a realização da União da Pureza e perfídia.
INICIAÇÃO ONÍRICA E TRANSMISSÃO
A CORRENTE DE PRATA E A VIA VERDE
A principal forma pela qual o conhecimento é transmitido dentro do cultus é através de sonhos. Muitos dos nossos Ritos são obtidos pelos métodos do médio lúcido ou sonhando de olhos abertos[54]; as suas mensagens são “Elaboradas[55]” usando as bases de estruturas de ritual tradicionais, mas, reforçados e desenvolvidos conforme ditado pelo sonho. Realmente é considerado um talento e uma bênção dos Deuses se alguém tem o poder para sonhar viridito -  sonhar verdade, com uma mente feita verde[56], “fértel como Antigo Edén”.
Tal como na questão da Transmissão Única, se alguém recebe um sonho de iniciação nos Mistérios Sabáticos, então é considerado que aquele sonho dá a sua própria transmissão linear: a Linhagem da Corrente de Prata. Não comporta a mesma capacitação que o ritual formal de indução, porém, nenhum Ritual Formal exercer o mesmo poder como um sonho em que a pessoa se encontra com Deuses face a face. Muitas vezes, essas questões se sobrepõem e fornecem insights sobre o “outro”. No entanto, deve-se afirmar que sonho-iniciação é considerado como um modo válido de indução e como citado, constitui o seu próprio caminho de autorização. Sempre que sonho-ensinamentos estão em curso, lá pode ser dito para o peregrino “Percorra a Via Verde”: o caminho da Elphame. É considerado um sinal de veracidade mágica se o nome mágico da pessoa foi sonhado, por si mesmo ou a pessoa é o professor. Igualmente, uma origem onirica para um Mistério-Rito é realmente de grande estima e considerado um garantidor da sua proveniência espiritual como uma dádiva dos Deuses Fiéis, do Pai das Bruxas e da Sábia Mãe do Sangue Bruxo.
INICIAÇÃO DE ENTEOGENICA
A CÉIA DA BRUXA
Outra forma de iniciação é a que é dada através do uso sacramental de enteogenicos ou agentes psicotrópico. Dentro da Arte Tradicional esta observância é um método de transformação psíquica usado principalmente por Adeptos experientes como parte de sua iniciação solitária contínua dentro dos Mistérios. Aqui é forçoso reconhecer que o uso dessas substâncias é de responsabilidade do indivíduo e que essas práticas devem ser realizadas com o devido respeito e cautela. Igualmente, o uso de tais substâncias é confinado ao consumo reverente e sacramental.
A extensão das combinações toxicológicas da farmacopéia é tão ampla quanto o vasto mundo em si mesmo. Na prática, diferentes Praticantes desenvolvem um relacionamento com diferentes espíritos-plantas e estes se tornam seus conselheiros especiais e aliados no sonho-autorização. Entre as mais usadas plantas-familiares são os que habitam as Bagas de Beladona, Cânhamo, Arruda Síria[57], Heléoboro Negro[58], bem como outras formas de enteogenicas micotropicas[59] tais como “Psilocybe semilanceata  e  Amanita muscaria [60]”, coletivamente conhecidos como “O Pão do Corvo”. Também conhecido é o Unguentum Sabbati ou a Pomada do Diabo. Este é um ungüento usado pelo Praticante “para deixar a carne[61]” e “viajar para Caça Selvagem”.
Em ritos comunais vinho e pão são comumente utilizados como o "Sacramento do Primeiro Assassinato". Estes são consumidos como a carne e sangue de Abel, o corpo de profanação que deve ser ressuscitado ou re-integrado no corpo de Cain ou o Ego-Initiatico. A incorporação de elementos mais potentes na Ceia das Bruxas depende inteiramnete do rito e de sua assembléia. Em ritos solitários, sabe-se que, em algumas formas da Velha Arte um elixir enteogenico às vezes é usado para ajudar na criação da apoteose iniciatoria: “O Aspirante, depois de ser mentalmente preparado pelo seu Professor, e bebendo da poção, é deixado sozinho para passar a noite junto a um suporto [62] de três pedras[63]  cobertas[64] de ervas no centro da floresta[65] [66]". Isto é algo que faz lembrar da porção Mediaval Alpina Iniciatória a qual provocava ao “ser bebida a sensação de receber e manter dentro de si a imagem da nossa arte, e os rituais principais da seita[67]”. Acredita-se que aqueles que possuaiam a necessária capacidade mágica para fazer com que uma planta-familiar pudesse revelar-se - contendo dentro de seu “presente” estado de consciência a memória prévia das experiências de todo todos os praticantes anteriores: a folha retém a os contos dos peregrinos, uma vez aprovados. Isto é de grande utilidade onde um corpo específico de conhecimento tornou-se fragmentado e deve ser restaurados utilizando técnicas mágicas.
MEIOS SEXUAIS DE SUCESSÃO LINEAR
O AGAPAE DO SÁBIO
Em algumas Tradições da Velha Arte dizem que iniciação no '”corpo familiar” ou Clã era primeiramente praticada através da relação sexual entre o Aspirante e o Antigo iniciado do gênero oposto. Nós podemos conjeturar sobre a veracidade disto. Ele pode ter sido utilizado para “ligar” um individuo no grupo de parentesco, para o fazer uma pessoa do Sangue. Desnecessário dizer, que nós temos que exibir grande cautela em questões onde facilamente pode haver abusos.
Independentemente da origem histórica, se união sexual é empregada como um meio geral para indução depois de um ano e um dia de instrução, então confiança absoluta deve ser uma condição prévia e todas as partes devem ver através do seu empenho, sem dúvida ou hesitação. Entretanto, a meu ver, iniciação por via sexual em geral, deve ser restringido aos “Altos Ritos” operados entre individuos que sejam Adeptos-Iniciados[68]. Para escrever a partir da minha experiência, Eu fui ensinado que um Magister pode “passar” o seu poder através de meios sexuais apenas uma vez em sua vida. Tal pessoa pode ser escolhida para ser a sucessora do Magister, se for do sexo feminino, ou para ser a sua própria Consorte na Arte.
Temos de considerar também que a iniciação sexual pode ocorrer no estado-sonho de modo que o "consentimento" do aspirante é uma consideração irrelevante. É mais um caso de sacrifício pessoal para a Divindade. De meu conhecimento, na Antiga Artiga, os Deuses podem e tomam Amantes, Adeptos macho e fêmea, e pelos seus “elixires” transmitir estranho conhecimentos, muito além do alcance das aspirações de um mortal. Além disso, temos também uma reflexão para a “Trasmissão da Gnosis” entre adeptos através dos seus próprios fluidos sexuais. Um consorte completamente autorizado é um veículo para a corrente mágica, o seu sangue e fluidos corporais são meios de comunicação para os poderes da Arte e suas Deidades de Protetoras. Em ritos executados por altos Adeptos dos Mistérios Sabáticos a Ceia das Bruxas é literalmente de “Carne e Sangue” - de sêmen e elixires vaginais. Portanto sabe-se que  as estações da Lua são refratados[69] através do vaso da Sacerdotisa e que a emissão de sua boca[70] sexual contém os segredos (secretos-íons) [71] da Gnosis em um hipóstase[72] fluidica. De igual modo, a semente de um sacerdote é o numinoso veículo transmissor para os poderes da divindade e para a oculta radiância do Sol. Em ritos que utilizam Profetas, como os chamados “Oráculos Ofídios”, um Estado-transe é acionado por Cunnilingus[73] e o sonho lúcido pós-orgasmicos da Sacerdotisa é guiado à passagens externas por manudução e conjurações verbais. Como pode ser visto, se a pessoa considera isto profundamente, tais questões não podem ser exploradas eficazmente entre Aspirantes inesperientes. Como tal, concluo que é melhor que essas questões, continuam a ser preservadas por aqueles capazes de mobilizar os seus arcanos com o conhecimento e amor.
TRANSMISSÃO TEXTUAL
O CAMINHO DO LIVRO
Embora nos possamos trocar textos por dinheiro, dinheiro, por si só, nunca compra iníciação, tão pouco  qualquer texto sozinha vai nos permitir entrar no Sabbat. E, no entanto, se a pessoa é possuidora da capacidade adequada, linhagem pode ser dado por meio de Texto Formal de Transmissão. Nesse exemplo, as páginas de um rito formal são dadas por um Mestre ou Mestra para um Aspirante e os Guardiães Espiritual do Livro são dados como familiares ou guias para o novo dono do Livro.
Em casos onde instrução cara a cara não pode ser realizada, uma pessoa por vezes utliza o modo de transmissão textual, na maioria das vezes, acompanhada por um laço psíquico entre o doador e receptor. A linhagem da Serpent-Cross é exeternamente é um exemplo de uma linhagem sabbática com base na transmissão textual e, internamente, ampliada através conectividade psíquica. No seu caso, a motivação original da linhagem é oniricamente derivada e seu método de implementação está em acordo com sonhar-instrução.
Quando o Caminho Solitário nos guia, para o “Livro Negro” – O Grimoire Desconhecido – ele é revelado como um tomo de trabalho de Algum “Mage” e da própria mão dele é passado para outro, aqui deixou passar todo o poder do espírito, pelas folhas do livro.
PRESSÁGIO E ELEMENTAL
A TRANSMISSÃO DO ESPÍRITO DO CONHECIMENTO POR ACASO OU CIRCUNSTÂCIA
Além dos contextos acima referidos, transmissão iniciatica de outro tipo pode ser adquirida através súbito eventos do “Acaso”. Talvez, só aqueles, que experimentaram isso diretamente, possuirão um indicio do que estou a tentando transmitir, mas às vezes, o mais sutil dos eventos - a queda de uma pena - a volta de um cartão- a abertura de um livro - pode mostrar diante da pessoa a presença de um guia espiritual e trazer à luz um retorno iminente ao caminho.
As reuniões entre o Homem e Espírito não pode ser limitadas às circunstâncias formais de rito e de uma cerimônia; interação irá ocorrer onde os caminhos da cruz do destino e do Aspirante forem receptivos, quer ele ou ela conheça ou não ele. Além de presságios, iniciações mágicas de um tipo especial podem ser concedidas pela sujeição ou experiência de imersão do ego em poder elemental. Para passar sobre o fogo é a aprender o segredo da forja. Para cair no meio das apressadas águas e ser poupado é uma bênção das Ondinas. Para caminhar pela noite através dos vendavais e tempestade, para ascender a um grande cume de pedras áridas; cada um possui o seu próprio arcano. Nós podemos nos submeter nós mesmos à tais experiuências vitais e procuram-los com um intrépido coração. Para o Mestre do Caminho Solitário tais ordalias são aliadas, companheiras e conselheiras sob o caminho, mas com alguns compatriotas mortais. 
CONCLUSÃO
INICIAÇÃO É UMA PONTE COM UM FIM
Embora seja evidente que existe uma ampla gama na tipologia de iniciações sabbáticas como as observadas no Cunning-craft contemporâneo, tal diferenciação não adere às fronteiras artificiais; tipo não é separado estritamente de tipo. Na realidade da prática, uma forma sobrepõe a outro e numinosas combinações surgem de acordo com as circunstanciais exigidas. Todavia, uma consciência de tipos diferentes nos é permitida para ganharmos uma compreensão mais refinada - uma discriminação sutil entre as forças miríades atuando através de uma situação, permite-nos assim, estabelecer com maior clareza o estado de nossa proveniência e de nosso próprio trabalho espiritual.
Embora a iniciação obtenha maior intensidade quando focalizada por um único evento principal, se isso é um ritual ou uma visão, o processo de iniciação é um evento contínuo, um tortuoso caminho ou “Caminho Tortuoso” ligando momento a momento, ecstasy a ecstasy, em uma continuidade do ser. Dentro do complexo global deste “continuum” poderemos definir linhas específicas que se combinam para facilitar a transmissão de Gnosis para o indivíduo.
1.      A Transmissão Linear de Pensamento: Cada nuance do continuum mental que tem o fruto da realização obedece a linhagem de pensamento entre a “Mente Primordial” - o Crânio-palácio de Cain – e a “Mente Presente”, o Crânio-Calice do Iniciado. Os pensamentos que conduzem um homem sobre o caminho, os pensamentos que guiam e servem na tomada de sua escolha, o pensamento que transformam o mundano na substância de Ouro Praeternatural[74] da Alquimia  Mental, os pensamentos que re-cognise[75] o Estado que é nosso em eternidade, os pensamentos que brotam em súbito ardor como um relâmpago e incentiva o homem a subir o cimo da inspiração; estes e uma infinidade de outros são os portais da Sabedoria de Liliya.
2.      A transmissão Linear da Palavra: A respiração que carrega a palavra-passe no rito formal de indução é literalmente considerada a mesma respiração que é transmitida para a linhagem através dos corpos de cada um dos sucessivos Mestres ou Mestras; ele é o “Pneuma[76]”, o ar vital de vida luminosa; é a “Respiração Única”, que os hiperbóreos insuflação em Cain e em seus descendetes. Em atenuação, este Mistério é transmitida através de cada palavra a cada ato  falado, quer seja em vigília, visão, imaginação ou sonhando - que transmite a Gnosis da Arte Mágica a cada um dos aspirantes.
3.      Transmissão Linear de Ação: toda ação é uma interação entre o Ego e o Outro, é, portanto, uma potencial transação entre o Aspirante e o Iniciador. A abertura dos olhos, o deslocar dos pés, o deslocar-se de vai-e-vem entre direções, o passar pelas etapas, a Jornada, o vôo, o trabalho, etc...todos podem mostrar apartir deste ponto o trabalho da mãos Mahazhael's;
4.      A Grande Linhagem: o Caminho do Verdadeiro Sangue-Bruxo: Parentesco, rito, visão ou eleição divina assim é feita uma ”Sábia Bruxa”, seja pelo nascimento (sanguneo) e pelo nascimento sozinha que é escolhida e marcada com o sinal da Liberdade: a ”Marca de Cain”. Somente aqueles cujos aethyr suporta este selo de poder participam de Uma Verdadeira Linhagem de 'Sangue-Bruxo'. Embora seu destino seja moldado, contudo inúmeras maneiras, será sempre o caminho dela.
5.      ....................................................
A força do Iniciador, o Espírito de Realização Gnóstica Perfeita, está agindo perpetuamente sob domínio do campo da consciência. Naquela grande panorama que nós chamamos “Mente” a impressão do Poder Iniciador é percebido em momentos de revelação direta; o “Espírito de Cain” materializar-se[77] na "Estrada em Cruz[78]” de possibilidades fatais, em momentos axiais[79] corta transversalmente a fronteira do espírito e da carne. Quando todos e cada momento, por si só, estiver ligado em um continuum de concordância gnóstica com a força que ingressa na Corrente Mágica, então teremos atingido a maestria sobre o Caminho, mas até esse momento, temos de aproveitar cada oportunidade e transformar cada oportunidade em um encontro entre a alma do homem e o Espírito de Iniciação; No nome do sem Nome, assim seja!

Andrew D. Chumbley é um Prestigiado Magister do Cultus Sabbati e é um Iniciado em Kaula-Tantrika of the Uttara Kaula Sampradaya. Ele o Autor de The Azoetia: a Grimoire of the Sabbatic Tradition (Xoanon, 1992 and Fulgur, 2000), Qutub: the Point (Fulgur, 1995). e The Dragon-Book.(Private, 1997). A nova Edição do The Azoetia logo estará disponível para  BCM Fulgur. London, WC1N 3XX. The author may be contacted at: P.O.Box 1821, Chelmsford, CM1 3UE.

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Está é uma tradução livre e adaptada para o português do Brasil com acréscimos de notas de rodapé para melhor compreensão dos textos do Artigo THE GOLDEN CHAIN AND THE LONELY ROAD: a typological study of Initiatory Transmissions within the Sabbatic Tradition de Andrew D. Chumbley. Realizada por AZAZEL SEMJAZA QAYINN LVNAE e Colaboração e ajuda de ERVS DIONISIVS SAKLAS LVNAE
Fonte original do artigo: www.orakels.org/media/occult/.../Golden_Chain_and_the_Lonely_Road.pdf

[1]Sonhar consciente, o sonho do sabbat, entendido como, uma série de imagens mentais e as emoções que ocorrem durante o sono.
[2]As imagens sonhadas que são sorvidas a meia-noite.
[3]RAREFAÇÃO:  ra.re.fa.ção sf (rari+lat factione) 1 Ato ou efeito de rarefazer. 2 Estado do que se acha rarefeito. 3 Diminuição do peso e da densidade de um corpo, conservando o mesmo volume. R. do ar: produção de vácuo; ou RAREFAZER: ra.re.fa.zer (lat rarefacere) vtd 1 Produzir aumento de volume em, com diminuição da densidade; tornar menos denso ou menos espesso; dilatar (opõe-se a condensar): "O calor rarefaz a água" (Constâncio). vpr 2 Diminuir de densidade; tornar-se menos denso ou menos espesso; adelgaçar-se, dilatar-se, expandir-se: Os gases se rarefazem, desde que haja espaço para se dilatarem. vpr 3 Desaparecer, diluir-se, sublimar-se: As nuvens rarefazem-se ao sopro da brisa. vpr 4 Tornar-se menos compacto ou menos numeroso: Pouco a pouco se rarefaz a multidão de curiosos. Verbo irregular; conjuga-se como fazer;
[4] REIFICAÇÃO: re.i.fi.ca.ção sf (reificar+ção) Filos O momento, dentro do processo de alienação, em que a característica de ser uma "coisa" se torna típica da realidade objetiva.
[5] Outro, refere-se a: Homem ou Mulher (Magister/Iniciador), Deidade ou Espírito;.
[6] O autor usa a palavra: Mirror'd: reflexo, espelho; imagem; modelo; exemplo, espelhar, refletir.
[7] PRAXIS: o uso de uma teoria ou uma convicção de um modo prático; a união da teoria com a prática; teoria colocada na prática como atividade transformadora e criativa em que teoria e ação constituem um único movimento; conjunto de atividades que criam condições para a ação prática.
[8]CUNNING CRAFT: Arte Sábia - FOLK MAGIC - Magia Popular ou Folclórica; Sabedoria-Popular; Dizia-se que os denominados Cunning Man ou Cunning Woman, eram pessoas versadas na pratica de magia popular, ou, segundo algumas definições, na pratica da Feitiçaria, o termo foi aplicado até fins do século 20, aos praticantes desta Arte . Essas pessoas eram também frequentemente conhecidas em toda a Inglaterra como "assistentes", "sábios" ou "mulheres sábias” ou, no sul da Inglaterra e País de Gales, como "conjuradores". Em  Cornwall foram muitas vezes referidos como " expulsor, banidor", que alguns sugerem, refere-se à prática de expulsar espíritos malignos. Os Folcloristas muitas vezes utilizavam para estes homens e mulheres o termo"Bruxo ou Bruxa Branco", embora isso raramente foi utilizado entre os cidadãos comuns, porque o termo "bruxa" tinha conotações geral do mal. 
[9]“Serpente Vermelha”.
[10] BUCKINGHAMSHIRE, é um Condado ou distrito no sul da Inglaterra.
[11] Ou “Uma microcósmica onde se encanta com todas as Possibilidedes de sua própria auto-existência”.
[12] Sangue-Bruxo.
[13] De um modo de práticas para outro, de um Grupo para outro, de uma tradição para outra.
[14] FIREBRAND: tição, um pedaço de madeira ardente em chamas, a tocha, a brasa acessa, a energia ígnea, agitador.
[15]Linhagem: o Javali Negro e a Serpente-Cruz.
[16]Anciões.
[17] Donzela, Virgem, Governanta.
[18]Oficial de Feitiçaria, Praticante da Justiça, Oficial responsável pela Justiça. .
[19] Ou VERDELET é uma mistura de maitre e coordenador. Na Bruxaria histórica ele era considerado o Mestre de Cerimônias no inferno, e também sobre quem recai a responsabilidade de assegurar a existência ou permanência de Bruxas na Terra e organizar o Sabbat, é também o seu dever de assegurar que todos os servidores estejam concluindo as suas tarefas de uma maneira eficiente para a cerimônia, dentro da TI corresponde ao Mordomo.
[20]Corresponde ao “ESCRIBA”.
[21]Ativa a Linhagem espiritual, Consaguineidade Espiritual, a Herença Espiritual, a Linhagem.
[22]WITANIC: WYTCHA, Sábio; Uma das várias demonimações da Bruxaria Tradicional, também uma dos Ramos ou Tradição da Arte Tradicional, cujo corpo de conhecimento deriva diretamente da experiência gnóstica de fórmulas Sabáticas.
[23]No sentido de nunca ter sido ensinado ou Guiado, ou Iniciado formalmente na via WITANICA.
[24]TRANSCARNACIONAL: Refere-se ao renascimento, reencarnação, de alguém que trás a marca ou sangue Bruxo, fora de uma linhagem formal ou tradição, invalidando de vez a teoria de que verdadeiros Bruxos necessariamente precisam nascer dentro da lingaem ou serem iniciados por outro de uma linhagem. Vejamos porque: a) TRANS: Exprime a idéia de além de, através, para trás, para além de: b) CARNAÇÃO: Representação do corpo humano natural; c) ENCARNAÇÃO: en.car.na.ção sf (lat ecles incarnatione) 1 Ato de tomar forma carnal. 2.Ato pelo qual os seres a que se atribui divindade tomam corpo. 3 Cada uma das existências do espírito, quando unido ao corpo. 4. Personificação; d) REENCARNAÇÃO: (re+encarnação) 1 Ato ou efeito de reencarnar. 2 Segundo muitas seitas orientais e segundo o espiritismo, fenômeno em que a alma humana, desligada do corpo pela morte, vai, após tempo mais ou menos longo, alojar-se em outro corpo humano..
[25]Um O Dhulqarnen, Líder do Coventiculo ou “O Lord dos dois Séculos” que após a sua existência depois da morte (física), resolveu reencaranar fora de sua linhagem (transcarnacional), por motivos que só a ele caberia explicar ou por desígnios dos Deuses Anciões, trazendo de forma intrisica, todo o corpo de misérios e práticas, bem como, a marca de fogo de Túbalo (witchblood)..
[26] Idem ao 21, 22, 23 e 24.
[27] Ou Self-Identificação.
[28] RUBICAO: limite ou franteira; ponto o qual uma decisão foi levada é que já não pode ser mudado e que influenciará eventos futuros fortemente; "pensar grande"; ultrapassar fronteiras; defrontar-se com um caminho sempre difícil e desconfortável; arriscar-se em território desconhecido, sem resultados prometidos ou calculados; ultrapassar os limites da zona de segurança; ir além da segurança aparente do já conhecido, impelidos pela constatação de que não são as nossas defesas pessoais que garantem nossa segurança, mas um poder que vai muito além da nossa débil encenação de Self-proteção.
[29] No texto a palavra “DESPERTAR” deve ser entendida no sentido de “primeiros movimentos de um bebê no útero” , pois o autor usou a palavra: QUICKENING: apressar, acelerar; ressuscitar, acordar, despertar; apresentar sinais de vida..
[30]Mago, Magister..
[31]Sinal; mancha; cicatriz; alvo..
[32]No sentido de “aspreender ou tomar posse”..
[33]Do ponto de vista da Dispersão Transcarnacional.
[34]TURNSKIN Pode ser traduzido como “Trocar a Pele ou Virar a pele”, talvez conform o rito mostra (atavismo) uma alusão a fazer nascer a nova pele (personalidade) de serpente.
[35] Acredito que pelo significado aisolado de cada umadas palavras (ATAVISMO,THERIONICO), o investigador poderá com facilidade antever nas entrelihas a essencia da cerimônia:  a)  ATAVISMO: reaparecimento de uma certa característica no organismo depois de várias gerações de ausência. O termo é usado correntemente para referir-se a semelhanças físicas e/ou psicológicas entre seres e seus ancestrais mais distantes;  Reaparição, em um descendente, de certos caracteres vindos de um antepassado, e que não se haviam manifestado nas gerações intermediárias; "reversão a um tipo remoto". Aplicado aos seres humanos, atavismo é o ressurgimento das características de um certo ancestral (ou ancestrais) após um lapso de tempo que pode ser de várias gerações. As implicações são quase sempre de algo incompleto e assustador. Em um sentido mais amplo, o termo atavismo é usado por ocultistas para designar a reaparição de características que vêm de tanto tempo que chegam a constituir reencarnações, ou incorporações frescas, de uma consciência pré-humana. Coisas vindas do tempo de criaturas semi-humanas e semi-bestiais. Atavismos deste tipo são muito raros, e nem sempre emergem espontaneamente: b) THERIONIC; tradução: THERIONICO, sinônimos:  THERIACA, TERIACA, TERIAGA, TRIAGA: de forma simples é o nome da uma panacéia farmacológica que alcançou fama universal do Seculo I a.c a fins do Século XVIII d.c, acreditava-se que tinha as propriedades de um antídoto para venenos constituía-se de uma pomada ou ungüento usada no tratamento contra picadas de animais peçonhetos, mas notoriamente a cobra e o escorpião, bem como contra todos os tipos de infecções, febres, pestes e doenças. Um dos constituintes mais importantes era o ópio, um alcalóide, que tinham um efeito analgésico, benéfico em mordeduras de cobras e alguns tipos de envenenamento. Foi o médico romano Andrómaco que acrescentou à mistura mais de uma dezena de componentes vegetais; mas a inovação mais importante foi a introdução da carne de cobra, que se acreditava ser imune aos venenos. Pretendia-se pois, transferir para a mistura essa propriedade, ou esse espírito da carne de cobra.. A carne de cobra era fervida durante muitas horas ou mesmo calcinada, até se transformar em pó. Estes pós de cobra eram conservados em frascos para utilização futura. Foram usados em outras preparações, para aplicação local. Eram misturados com gordura, sob a forma de unguento. O nome popular desta espécie de pomada era a banha da cobra. Os pós de cobra foram muito divulgados, e durante alguns séculos tiveram o favor público. Finalmente, foi também a sabedoria popular que os transformou no paradigma da ineficácia e do desengano. Tratando-se de um medicamento exótico, muito análogo às antigas poções mágicas, ele adquire grande popularidade e as suas indicações terapêuticas alargam-se para todas as doenças em que se considerava haver alguma forma de envenenamento..
[36] O autor usa a palavra: SKIN-LEAPER'S, o único sentido encontrado para a palavra no contexto é: SAIR DO CORPO E TRABALHAR SUA MAGIA, ou seja, transceder a carne.
[37] Como um selo ou carimbo ou um código ou codificada na carne.
[38] SENTIENT: consciente, sensível, percebido, sentido..
[39] PHYSICALITY: preocupação com satisfação e apetites físicos; animalismo; qualidade de “ser físico” (fiscalidade), em detrimento de ser emocional ou espiritual; manifestação física de algo em detrimento de algo emocional ou espiritual. Sensação..
[40] FAMULUS, latin: fa.mu.lus masculino, cujo feminino é famula; significados: a)criado doméstico; b) servo; c) escravo; d) : Sinônimo: servus - ser.vus nominativo masculino singular (plural: servi, feminino: serva, plural feminino: servae).
[41] TEACHINGS: a). A profissão de um professor; b). Uma doutrina que é ensinada; c) As atividades de educar ou instruir; d) atividades que dão conhecimento ou habilidades.
[42]THE BLACK EAGLE RITE”.
[43] SENCIÊNCIA: é a capacidade dos animais sentirem dor, medo, prazer, alegria, estresse, saudades, expressarem etc... Não inclui, necessariamente, a autoconsciência; Senciência, portanto, pode ser entendida como é a capacidade de sentir animal ou do animal que sente ou tem sensações; sensível. No texto acredito que se aplica as sensações transmitidas por totem ou Familiar da corrente (poderes e mistérios) de uma tradição a um Sentinete (Buscador).
[44] Espírito Familiar ou Totém: Oculto, Invisível. .
[45] MATRIX; Tradução: MATRIZ: 1. Que dá origem. 2 Superior, principal, primordial. 3 Estrututa Física; 4. Modelo para série (no sentido de primeiro que dará origem a outros iguais – Linhagen de Transmissão única) – Gael. .
[46] ADJUNCTIVE: Tradução: ADJUNTIVO: ad.jun.ti.vo adj (adjuntar+ivo) Que adjunge; associativo, secundário. – Gael. .
[47] No sentido de ortogação ou delegação de poderes. – Gael. .
[48]Sem envolver verdadeiramente a sua essência espiritual e esforçar-se para estabeleçer uma conexão interior, não tem valor e não estacele conexão com o coração dos Mistérios (Gael);.

[49] GODHOOD: Qualidade do Sagrado, Dinidade;Deus encapuzado, Deus Escondido.

[50]ABRUNHEIRO - Prunus spinosa – Rosaceae: Características- Arbusto que forma matagais impenetráveis devido a uma multiplicação intensa através de rebentos radicantes. Os ramos espinhosos apresentam diminutas folhas ovaladas e pecioladas, de implantação alterna. As flores são brancas, pentâmeras, e desabrocham antes do aparecimento das primeiras folhas. Os frutos são drupas azul-escuras: os abrunhos. O abrunheiro-bravo cresce sobre vertentes secas e ensolaradas, em suportes pobres e pedregosos. É conhecido desde a Antiguidade como planta medicinal e alimentar.
[51]FLENSED: Esquartejado, esfolar .
[52]TOADSMAN.
[53]Ou Rugir, uivar.
[54]Por Sonhos Lúcidos ou Induzidos ou ainda auto-induzidos.
[55]FLESHED OUT: elaborado, expandido, exposto.
[56]Ou sobre o efeito de alteradores conscienciais, específicos e com “focus”.
[57]A ARRUDA SÍRIA (Peganum harmala). O uso normal da arruda síria tem um efeito psico-farmacológico, por vezes a arruda síria é usada para fortificar e prolongar de outras substâncias (plantas). Os efeitos de doses leves chamam-se por vezes “titilo de harmala”, pois causa uma sensação titilante pela cabeça e corpo. Esta é também a fase inicial para a maioria das pessoas que tomam uma dose mais alta, embora se desenvolva depois normalmente para efeitos mais fortes associados com náuseas, dores de estômago, e vómitos. Ingredientes Os ingredientes ativos principais na arruda síria são a harmina e a harmalina.
[58]HELÉOBORO NEGRO: Helleborus niger: Conhecido com os nomes de erva-de-Natal , erva-do-inferno e rosa-do-fogo. É um purgante violento, sendo além disso , vermifugo e memenagogo. Seu emprego terapêutico é perigoso, pelo que o leigo não deve fazer uso dele. O Heléboro negro é uma das plantas mais usadas pelos bruxos. Sua raiz , colhida na hora de Saturno, é lançada sobre brasas vivas, quando se evocam entidades infernais. Pendurado no pescoço duma criança, um pedaço de sua raiz preserva-o do feitiço chamado mau-olhado. Se estiver com mau-olhado , o sortilégio desaparecerá de pronto ( Agrippa ) . Além do heléboro negro existe o heleboro verde e o heleboro branco, cujas propriedades  não julgamos oportuno nem util detalhar..
[59]Fungos e Cogumelos: .
[60]LIBERTY CAP = Psilocybe semilanceata; FLY AGARIC =  Amanita muscaria: tipo de cogumelo tóxico de cápsula vermelha ou laranja com pontos brancos.
[61]Sair do Corpo, desdobramneto, projeção..
[62]STANDE:  lápides funerárias, barraca, bengaleiro, cabide, cavalete, descanso, estante, mesinha, prateleira, arquibancada, bancada, plataforma, tenda, suporte; verb: pôr-se de pé, pôr de pé, levantar-se, estar de pé, agüentar.
[63]STONE: n. pedra; pedra preciosa, gema; caroço, semente; unidade de medida de massa equivalente a 14 libras (aprox. 6,36 Kg); Verbo:. apedrejar, endurecer, enrijecer; descaroçar. adv. Totalmente: [tipografia] s. mármore, m. adj. pétreo; de pedra. v. lapidar; esmerilhar; desgastar por meio de pedra ou de esmeril.
[64] OVERGROWN:  adjective: cheio, coberto, repleto, adj. crescido em excesso; coberto (ervas).
[65] WOOD: [geografia] s. mata, f.; floresta, f.; bosque, m.; selva, f. v. prover de madeira ou de lenha; cobrir de mata.
[66] TALIESIN, UM FLORESTA NO PAÍS OCIDENTAL, publicado em “o Pentagrama, Agosto, 1965..
[67] Ginzburg. C., Ecstasies: Deciphering the Witches' Sabbath, 1989..
[68]ADEPTSHIP (Elevada/Liberação/Libertação/Autorizaçõ/Metas Atingidas) refere-se ao processo onde o indivíduo aceita a Arte e faz votos de estudar e aprender tudo o que for necessário para alcançar liberação ou autoreização em uma determinada tradição e ser um especialista. Mestre ou instrutor.
[69]REFRACTED: refratar: a) Desviar-se da sua primitiva direção (a luz, o calor, o som) ao passar de um meio para outro. b) Refletir-se. Também se refere a puxar a Lua para o corpo ou caverna da Sacerdotisa.
[70]MOUTH: boca, buraco, entrada, abertura, caverna, embocadura, foz.
[71]SECRET-IONS: SECRET: secreto, segredo; ÍON (na física, na química), uma partícula que é carregada (positivo ou negativo) eletricamente; um átomo ou molécula ou grupo que perderam ou ganharam um ou mais elétrons.
[72]HYPOSTASIS:  Hipóstase, do grego hypostasis, significa subsistência, realidade. Na filosofia de Plotino, Deus se deriva em três hipóstases - uno, nous (inteligência) e alma -, que ele comparava, respectivamente, à luz, ao sol e à lua. Mas o termo foi utilizada por diferentes tradições filosóficas com significados totalmente diferentes daquele adotado por Plotino. Na filosofia platônica, os princípios da pessoa, da inteligência e da alma. Em metafísicas é a natureza essencial ou realidade subjacente. Nos termos do pensamento moderno e contemporâneo, isto é, um equívoco cognitivo que se caracteriza pela atribuiçãao de existência concreta e objetiva (existência substancial) a uma realidade fictícia, abstrata ou meramente restrita à incorporalidade do pensamento humano. Não se afirma, entretanto, a irrealidade da materialidade fragmentada, mas sim que, caso não seja reconhecido o traço comum na totalidade que aí subjaz, o diálogo se interdita e blocos de verdades se oprimem, através de seus poderes possíveis, impossibilitando qualquer projeto coletivo. Portanto designa um equívoco cognitivo que consiste na atribuição de existência concreta a uma realidade fictícia, abstrata, presente apenas na razão humana, ou ainda, designa a União das naturezas divinas e humanas.
[73]CUNNILINGUS:  Cunilíngua (cunnilingus), é uma prática de sexo oral que consiste na estimulação da genitália feminina com a língua e boca, principalmente o clitóris e a entrada da vagina. Em Portugal, esta prática é vulgarmente conhecida como minete. 
[75]Reconhecer si mesmo, conhecer, ser ciente de si, ter conhecimento sobre si, relembrar sua origem e saber quem é, de onde veio e qual o seu destino.
[76]PNEUMA é a palavra grega para "respiração", que metaforicamente descreve um ser sem corpo f´sico ou espírito ou influência espirituala.
[77]REIFIES: REIFICAR:  transformar algo abstrato em concreto..
[78]ENCRUZILHADA..
[79]AXIAL: a.xi.al (cs) adj m+f (axe2+al3) 1 Referente a eixo. 2 Que faz as vezes de eixo. 3 Em forma de eixo. 4. Eixo Central.,