quarta-feira, 29 de junho de 2011

TEU SONHO... MEU SONHO

Morte que segue Lenta... agüenta...
Teu sangue te chama, tua alma ferve...
Em silêncio, suportas...
Tua figura simples, calada, singela..sumiu..
Engolida, transformada,
Fazendo novas todas as coisas...
No antigo menino, quieto submisso fiel...
Tirado de ti foi... aquilo que necessitas... Tanto...
Teu sonho... Meu sonho... Agora... Nosso pranto...

Silêncio, ponte estreita e longa que nos separa é
A distância de alguns bytes... Saudades...
Mordo a língua e travo os dentes...
Decadente, a honra já não fala mais em teus atos.
Tirada de ti na calada da noite foi.
Ontem, respeito, amor, coragem, lealdade...
Hoje, resta apenas martelo...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O FOSSO DA MORTE - Uma Viagem pelos Portais da Hipnogogya.

                               Por: Azazel Semjaza Qayinn Lvnae

Estávamos na primeira semana de junho de 2011, por volta das 23h30min, estávamos nós prestes a ir dormir e como sempre, fazemos nossas devocionais sobre nosso altar pessoal antes no sono.

Como estávamos muito cansados pois havíamos saído de uma jornada de 24 horas ininterrupta de trabalho (sem dormir), resolvemos por realizar uma devocional mais simplificada, apenas para não passar em branco.

Assim, acendemos três velas diante dos ícones de São Pedro, São Jorge e de Nossa Senhora Rainha dos Céus[1] e alguns incensos de sândalo em vareta, também acendemos uma vela junto a um copo d’água para nosso Mestre e Guia [2]...

Então, fizemos nossas preces e devoções... Porém quase mecanicamente cantamos nosso encantamento do sonho acordado:


"...Zazas, Zazas, Zazas, Nasatanadas... Meu Sagrado São Jorge, Príncipe deste Mundo... Máscara do mestre Qayinn, Meu Dhulqarnen, Mestre do Sabbat, Seja Tu Santo ou Diabo, vem a mim... Abra-me os portais da Hipnogogya para que eu posso ver dentro e além do véu de Lililya pois eu sou nascido e marcado com a coifa dela... Ensina-me o arcanum da Via Norturna, Ensina-me o mistério do Ungüentis diaboli... E o segredo do Vinum Sabbati eu bebo... A Chave que abre a porta do reino dos Sonhos eu abro... Montado sobre o Cavalo de um ano e um dia...Tua lança, raio da iniciação que toca a terra, prego que nunca esfria...alcança o centro do coração do Dragão... E eu trazido pelo corpo da Daemon pousado no ponto central da Encruzilhada... Parto, para além da aparência do dogma... Eu... voando comungar com o povo pálido nos Campos Josafá[3] estou...Ouça minha oração: Nunc Scio Tenebris Lux... Zazas, Zazas, Zazas, Nasatanadas, Zazas..."

Ao deitar-nos, como é normal, deixamos nossa mente saltar como as rãs entre os vários níveis conscientes, mergulhamos nos reinos da hipnogogya e chegamos a um ponto onde a realidade aparente das coisas mudam[4]... E com foco, aqui e agora, cantamos o velho feitiço de mudar de forma[5] por várias e várias vezes...

“...Urubu, Urubu, Urubu... No corpo de um urubu vou entrar, com bastante suspiros e muito trabalho... Em nome do Diabo eu vou... E quando voltar para minha casa, retornarei para forma humana de meu corpo de forma tranqüila e calma... Zazas, Zazas, Zazas Nasatanadas, Zazas...”
Mas aqui consiste uma diferença em nossas práticas cotidianas, todas as vezes que cantávamos o feitiço de mudar de forma éramos auxiliados pelo som da “Trombeta dos Anjos ou pelas Mãos da Deusa Mãe de Todos Nós..." E dessa vez o fizemos sem nenhum auxiliar para voar, não sabemos se por sintonia ou saturação de forças auxiliadoras provenientes de anteriores beijos no sapo[6] ou se por mero capricho de Destino, mas o que ocorreu ali para nós foi algo surpreendente, pois formigamentos tomaram todo o nosso corpo, um zumbido infernal invadiu nossos tímpanos, nossa temperatura corporal baixou tremendamente e fomos dolorosamente[7] mudando de forma até chegarmos a um ponto que estávamos na forma de Urubu... Na forma de totem[8], voamos... Voamos... até o cemitério na nossa cidade natal... Sim era ele, o velho Cemitério São Jorge[9], ele estava as escuras, não víamos a lua e nem as estrelas...
Podíamos ver os fundos da capela do Cemitério...
Sobrevoávamos sobre os fundos do cemitério e lá havia um buraco redondo e fundo, uma espécie de grande fosso onde eram jogados, depois de certo tempo, os restos mortais, dos que ali eram enterrados em covas rasas, isso era feito para dar lugar aos novos defuntos[10]...
Então, quase que derrepente pousamos sobre o fosso, ele estava repleto de ossos... Uma força incomensurável nos moveu a cutucar com o bico a procura de restos de carne humana podre para comer... Era algo incontrolável, o instinto do Urubu estava a nos sobrepujar... Entramos em briga com ele, pois era repulsivo à nossa mente racional aquilo que fazia o corpo que nos servia de veiculo licantropico.
Nessa luta titânica entre ânsia de vômito e desejo de comer, desesperadamente, voltamos à forma humana ali mesmo sobre o fosso, e, fomos afundando entre restos humanos recobertos de carnes podres cheia de vermes e corpos semi-decopostos faltando pedaços...
Aqueles restos e ossos nos seguravam pelo pé, nos puxando cada vez mais para baixo, gritavam que tinham recados, que queria dá noticias para parentes, outros queriam vinganças, outros ainda choravam e se lamentavam, todos ao mesmo tempo, deixando a nossa mente em confusão, essa mistura de sons ensurdecedores atordoava todo nosso ser...
Eram muitas vozes, de dentro e de fora do fosso... De todos os cantos do cemitério os mortos gritavam, choravam, esbravejavam... Eram muitas vozes, mais muitas mesmo, falando,gritando, chorando, pedindo ajuda...
Naquele instante compreendemos então que aquilo era de fato “o verdadeiro inferno”, não o inferno de fogo e enxofre da cristandade e outros credos... Aquele era o inferno real, o inferno de mortos conscientes e inconscientes do próprio estado em que estavam...
Aquilo era um caos dantesco, digno dos melhores filmes de terror de Hollywood, não temos como descrever o que víamos, vivíamos e ouvíamos, e muito menos o medo, o pavor e o desespero que nos encontrávamos, qualquer tentativa nossa aqui nem de perto arranha o que foi aqueles momentos no inferno...
Nossas únicas sensações eram desespero e pavor... pois cada vez mais éramos puxados para baixo, para o fundo do fosso, onde víamos um poço de sangue escuro e podre, exalando um odor da podridão terrível... Víamos sombras e seres demoníacos a nos espreitar entre ossos e cadáveres putrefados... Não, não dá para descrevermos o desespero de se estarmos mergulhado nesse inferno de restos mortais humanos e pútridos, carcomidos de vermes, com crânios expondo restos de cabelos, fêmures deixando carnes e nervos à mostra, dedos que se moviam sozinhos, troncos que deixavam ver intestinos que defecavam... Não temos como descrever de fato esse inferno de excrementos, urina, sangue, salmoura, olhos, pernas e odores infernais... Achávamos que estávamos literalmente mortos... Pois não víamos outra explicação...
Não sabemos por que, mas nesse momento nos lembramos de uma parte do “Vox Sabbatum” do Michael W. Ford que diz:
“...À medida que você crescer... Você vai entender porque, neste momento os demônios da terra e ar são chamados Legião... Comece a visualizar a mudança dentro si, o que se pretende atingir e por que. Comece a pensar e meditar sobre a forma como você vai conseguir, focalize sobre fraquezas transformando-se em força e modos para melhorar o ego. Não sobrecarregue o seu ego, tenha um foco forte e observe a vida interior por si mesmo adequadamente. Você pode notar visitações de outras Sombras Luciferianas ou Demônios, os escute e comunique-se com eles; você vai aprender alguma coisa com eles, que podem ser aplicadas mais tarde por você.!... Saiba que estas formas vivem através de você, em sua psique e se manifestam através de seu corpo físico. É essencial para iniciar um ciclo forte para desenvolver e explorar sua consciência, somente desafiando e fortalecendo sua mente é que você começará a ser algo divino...”
Podíamos ouvir em nosso próprio idioma essas palavras sendo recitadas, e então apesar dos gritos dos mortos, desejando falar, desejando dar recados ou mandar noticias (e dentre eles reconheci alguns que conheci em vida), apesar dos vermes, das sombras desarmônicas e que voavam, ora por cima, ora por dentro, ora por baixo do fosso, mantemos a mente no foco e perguntávamos para as mesmas (sombras ou demônios): O que devemos e podemos aprender com isso?
Então, de dentro do fosso, do meio dos ossos, eu vir meu Mestre, sim era ele, envolto num halo de luz branca, lá estava ele vestido de branco (terno, calça e sapato) gravata vermelha, flor vermelha na lapela[11], chapéu (tipo panamá) ele tocava uma sanfona[12]. Ele começou a tocar, parou e abaixou sua mão e me retirou do poço e disse:
“...Vocês não falam tanto da morte? Sua Arte não diz que vocês devem viver a morte em vida, e fazer os mortos na morte viver a vida através de vocês? Falar de morte de forma virtual é fácil, falar de morte em ritos dentro de um risco redondo no chão é fácil, chamar os antepassados virtualmente é fácil...Está com eles realmente é outra história né? Filho, quando se encara a morte cara a cara, a realidade é outra... Quando se sabe do sofrimento e da dor dos que amamos é que verdadeiramente nos interessamos em trazê-los de volta a vida pelas Artes proibidas... A Fé é diferente da prática... Há vida ainda presa aos ossos e há restos de corpos apegada a vida, apegos é ruim, aprenda porque eles são chamados de Legião...”
Não tivemos tempo de mais nada, estávamos já de volta a nossa cama, tremendo e sentindo o mau cheiro, sentindo o visgo do líquido de carne pútrida e o passeio dos vermes pelo nosso corpo, tremíamos paralisados pior que vara verde, o frio infernal da morte nos abraçava, algumas sombras espectrais ainda pairavam na escuridão do quarto... Gralhando e rindo sarcasticamente de nós... Francisco, ali em pé ao meu lado, tocando sua sanfona, foi o único alento de paz nessa noite...
Essa experiência nos fez acordar de fato para a realidade da morte, para a necessidade dos ritos aos antepassados e aos mortos queridos, nos fez pensar verdadeiramente na nossa própria morte e nos preparativos que devemos fazer para que não caíamos nós na cilada do apego e do dogma da fé enraizada.
Hoje em dia ao passearmos pela necrópole e ficamos a olhar os túmulos, e vez ou outra sentidos ou vemos alguma alma sofrendo apegada a vida que não lhe pertence mais, tendo seus restos mortais devorados pelos vermes... e perturbadas por sombras demoníacas... Às vezes sentimos o hálito frio da morte por detrás da nuca... Acreditem não conseguimos olhar mais um cemitério como um portal virtual para o além, mais como um portal literal para a realidade por detrás da aparência...
Talvez você diga:
“...Isso foi apenas um simples sonhos cheios de símbolos...”
Talvez outro dirá lhe contrariando:
“Não, isso foi uma viagem para além da realidade do que é visto...”
Para nós o mérito da razão é pessoal e inerente a cada ser... Cada qual com sua verdade... Quanto a nós basta que nos lembremos que Destino “Faz novas todas as Coisas”
Mais porque resistimos tanto?
Amém.
+++++++++




[1] Como já foi explicado em outras partes desse Blogger, quando nos referíamos a Iconostasys (Iconoclastia) e o uso de ícones (heresia) da Fé dominante, São Pedro, São Jorge e Nossa Senhora Rainha do Céus, são respectivamente as máscaras do Diabo, de Caim e da Rainha de Elphame (a Deusa chamada Destino).
[2] Meu Mestre e Guia dentro da Ciência Sagrada do Catimbó de Jurema de Chão.
[3] Para nós uma das Cidades ou reinos da Jurema.
[4] Ao ecstasy.
[5] Desenvolvido por Isobel Gowdie, a Bruxa da Escócia, em 1662, mas ao qual fizemos nossas próprias adaptações.
[6] Ad signum homagii eum in podicem osculantur.
[7] Descrever esse processo é impossível, ainda hoje tenho duvidas se realmente ocorre a metamorfose ou adequação de minha alma a forma escolhida..
[8] O Urubu é nosso Formulus ou Daemon e é um dos veículos licantropicos do salto entre as realidades, os outros sao: A coruja e o Lobo (ou Lobisomem), o gato e morcego (vampiro)... Mas até que ponto isso foi sono sem sonho e sonho acordado?
[9] Mera coincidência o cemitério ser chamado de São Jorge que é máscara de Qayinn para nós?
[10] Não sei se ainda hoje esse fosse é usado, mas na adolescencia lembro-me bem dele e de um de fato que aconteceu: como ele era proximo ao muro, certa noite, quando um bando de garatos e dentre eles eu, brincavam próximo ao muro, vimos subir do fosso e postar-se flutuando (e outras arrastando-se) sobre o muro, formas humanas iluminadas, esbranquiçadas e fluídicas, a nos chamar..Essa foi a última vez que qualquer um de nós brincamos por lá..
[11] Parecia-me ser um cravo vermelho, mais era em realidade outra flor que já identificamos.
[12] Mais tarde soubemos por ele que era um acordeom.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

UM ESTORIA IRREAL - MISCELÂNEA DE ANÔNIMOS, BRUXOS E FADAS

Temos recebido mensagens de uns certos  anônimos[1]” que semanalmente, por não ter nada melhor para fazer na vida, nos escreve nos acusando de não sermos Ibéricos, pois Ibérico é o Senhor “X” do site “A” ou de sermos ora judeus, cristãos, satanistas, pois não cultuamos a Grande Deusa Pagã dos sites[2]”, não celebramos as oito festas do calendário celta dedicados a uma Deusa Grega e muito menos acendemos fogueiras nas Luas Cheias.. temos a dizer o seguinte...

Sim alguns têm usado o ciberespaço para se autoproclamarem da “Tradição Ibérica”, existem já até blogger afirmando tal coisa, de nosso lado nos espanta saber que enquanto buscávamos nossa Estrada dentro de nossa Família e Tradição “Nós nunca vimos ou soubemos de tais pessoas em nenhuma atividade Coventicular nem aqui e nem em Portugal”.

Como já disse anteriormente em artigos, todos esses supostos bruxos Ibéricos veneram Deusas Celtas ou Gregas, demonstrando que nada sabem de nosso Caminho e muito menos sobre a Cripto-Bruxaria Ibérica[3]”, tem até pessoas se dizendo meu irmão e irmã de iniciação e os que juram que eu iniciei e pasme eu nunca as vi na vida, mais em fim, quem tem boca fala o que quer.

Atualmente há uma tendência desses pseudos Bruxos Ibéricos em afirmar que:

“...Na antiguidade todos os povos da Península Ibérica eram celtas e eram unidos e celebravam a Deusa Mãe em sua plenitude e todos eram Sacerdotes e Sacerdotisas da natureza...”

Eles juram que isso é ensinado (como verdade e crido como tal).. Diante disso resolvemos nós, com o nosso mórbido senso de humor escorpiano, reescrer a estória contada da seguinte maneira:


“...Todos os povos da Península Ibérica eram celtas e eram unidos e celebravam a Deusa Mãe em sua plenitude e todos eram Sacerdotes e Sacerdotisas da natureza, nesta Lusitânia mágica e linda todos vivíamos em torno de um Stonehenge próprio e cultuam a vida em sua plenitude cercados de Fadas, Duendes, Silfos e Salamandras..Sim lá eles celebravam oito festas da roda do ano e treze vezes se reuniam na Lua Cheia para adorar a Deusa da Lua, eram momentos mágicos  onde cada um leva ou bolo ou sucos para partilharem, pois carnes eram proibidas, porque não matavam animais eram todos vegetarianos, se alimentando de frutas, folhas, brotos, caules, raiz e sementes - pois nisso não há vida, há apenas verde - ....Verde não goza, verde não geme, verde não chora, verde não sangra, verde não procria..verde é verde..verde é comida de ontem e continua sendo comido hoje para muitos que se dizem seguidores do Ofício...Mais em fim, por volta dos séculos I e  II surgiu a perversa e má religião do  Cristianismo com seu Deus Patriarcal Opressor que  trouxe sofrimentos,  queimou os bosques e a vida dos adoradores da natureza passou a ser sofrimento e opressão. O matriarcado não existia mais e a vida devido aos cristãos era só sofrimento....Mais nem tudo está perdido, ainda há chaves de acesso para esse mundo lendário basta usar algumas traduções (ou distorções) de escritores Bruxos americanos ou seus correlatos (plágios) recheados de repetições cansativas de alguns escritores nacionais da mesma linha...Esse é todo mistério..

Ah!!!! Já que estamos no terreno das estórias vamos pedir um unicórnio neste mundo lindo e alguns Smurf... Infelizmente não é efeito de DMT ou Psilocibina.. É a crença de muitos que juram de pé junto ou separado que isso é a verdadeira e antiga Bruxaria...

Mas felizmente essa estorinha não passa de um ledo engano, ela nem de perto e muito menos de longe corresponde a qualquer parte de verdade sobre a Arte. 

Há uma grande diferença entre se adorar divindades pagãs[4]” e fazer parte do chamado “Ofício” da Bruxa”.

Deixo claro nunca houve essa historinha da HEGEMONIA feminina, isso é conversa para FEMINISTA dormir feliz. E vamos contar uma grande verdade NEM TODO MUNDO ERA BRUXO. NEM TODO MUNDO PRATICAVA FEITIÇARIA.. ISSO FOI VERDADE NO PASSADO E É VERDADE HOJE...”

Mas sempre existirão aqueles que negam a realidade ao redor e continuaram afirmando que Bruxaria é o que essa estorinha ridícula fala... É mais fácil fazer isso que enfrentar que amedrontam-se diante do fato de terem de corta na própria carne para se auto-transformarem e então fogem e se refugiam nas estorinhas irreais contada como verdades em grupos, religiões ou seitas, estorinhas essas que intensifiquem fantasias infantis, principalmente com fetiches (roupas e objetos que lembre tal período).

Talvez eu esteja novamente errado (só talvez me dêem o mérito da duvida), mas existem coisas que gritam aos olhos e aos ouvidos, e isso não se pode ignorar por muito tempo, e uma delas é em matéria de “Ofício” é não se pode viver no Fantástico Mundo de “Bobby"[5] da Arte para sempre.

Se acharem que estou sendo outra vez exagerado dá uma surfadinha na net e você verá aquilo que alguns Irmãos de Ofício chamam de “Síndrome da Adolescência”, ou seja, pessoas em prática do que chamam de Bruxaria usando fantasias medievais de bruxas com longos chapéus negros e pontudos (num calor infernal), ou roupas de magos com cajados que lembram jogos on-line de RPG ou vestidos de Árabes, Ciganas, ou ainda roupas caríssimas de principies e princesas  rodopiando como crianças vestidas em festa de aniversário a fantasia, e o pior pagando mensalidades caras  por isso...

Ok, você poderá dizer que estou com uma pontadinha de inveja dos Sacerdotes e Sacerdotisas delas, tudo bem, farei minha penitência e minha meia-culpa, talvez esteja com uma pontadinha de inveja mesmo, a final, bastava-me um ano dessas mensalidades e eu estaria a passear outra vez as margens do Tejo e na Ermida de São Miguel, coisa que não faço a alguns anos, mais em fim, como diz o velho ditado...

“Deus não dá asas a cobra, e sim dentes e línguas..."
Mas independente de meu desejo de viajar à Europa, o que fica claro é que tais pessoas (incentivadas pelos seus Líderes) não querem mudar, querem permanecer na fantasia infantil, querem viver os momentos em que se fixaram na tenra idade onde foram felizes.. Elas não superaram os conflitos interno da mudança de fase, e elas quando buscam a “Arte” ao invés de aprenderam com “a natureza toda ao redor” que é  o verdadeiro espelho do ego deificado, vão se fantasias de Wendy que brinca com Gasparzinho ou Fadas Madrinhas e  imaginários e momentâneos são a sua felicidade e suas crenças... O que elas e seus filhos Bruxas e Bruxos  precisam saber é que as Fadas desse mundo de Bobby não são tão boazinhas como na televisão...

Sim, a idéia da maioria é essa mesma, as Fadas são seres bonzinhos que nos protegem e cuidam das flores, sim essa é a idéia que a maioria dos que se dizem Bruxos e Pagãos tem das Fadas é ela é muito diferente daquilo que aprendemos na estrada do Corvo, porém,  talvez, nós estejamos completamente errados outra vez (ou não), para nós elas não são seres pequenos alados e brilhantes como a Sininho do Peter Pan.

A Fada para nós Lvnae é uma forma velada de nos referirmos aos que habitam além do limite, os que moram do lado que não é visto, são os espíritos dos Poderosos Feiticeiros e Bruxas que vagam pela noite... São as almas daqueles que vivem dentro da montanha (sepultura) da terra de Elphame (O reino da Rainha)... Essa visão é a que me foi ensinada desde 2005...

Me lembro da seguinte pergunta que me foi feita no meu período de estudos e treino...
“... Será que o ser Criador (a) seria tão simplista ao ponto de criar lugares tão diferentes no mundo, com fauna, flora, clima e peculiaridades próprias e somente quatro espécie de seres “encantados” para cuidar disso?..."
Aos que responderem sim, eu imploro, assistam os documentários do Discovery,  National Geographic, History e Animal Planet, garanto que vão mudar de opinião ao descobrirem que o universo é maior que seu ego e seu achismo.
Sim, nós expressamos dessa forma porque somos Luciferianos sim, e nossa visão do sagrado é pautada pela “Iconoclastia” e nela a “Fada” medieval (tipo Européia) não seria nem de longe “os reais seres das florestas” e nem os habitantes do mundo mágico desta terra de Santa Cruz...
E nem mesmo a forma “física”, roupa, ou função de tais seres europeus caberiam aqui em solo “tupiniquins”...  Mas como já disse em outro artigo que escrevi:
Quem dará valor aos nossos tão desprezados seres das florestas, criaturas cujo preconceito do colonizador modificou a forma (a acresceu-lhes dogmas morais), todos foram desqualificados e suas características transformadas em deficiência física e vícios (que o dogma condenava), a exemplo do Saci Pererê (distorção de Matita Pereira uma forma de denegrir um entidade ligada a predição do futuro e ao destino (Morte), ou o Curupira cujo dom (pés para trás) demonstra um simbolismo que lembra a Carta do Bobo do Tarô, o Caipora, uma forma muito próxima (primitiva) de Hermes reduzido a fumante, alcoólatra, enganador e destruidor, a Mula sem Cabeça (a mulher do Padre) que uma mulher que tentou ou consumou o ato contra a Castidade seduzindo um Padre e por ultimo o Boi-tatá com seus problemas de dupla personalidade (uma cobra de fogo que mora na água, e que não sabe se é réptil ou bovino)”.
Veja que nos foi ensinado a renegar tudo que é da terrinha...

Agora existem criticas à nossa veneração e por isso lhes contarei um segredo:

“venho buscado conexão com o fluxo de poder “horizontal”, com a ciência dos “Encantados” onde me  foi ensinado que a  - Arte do Feiticeiro e a do Pajé  - vêm  de baixo para cima, ou seja, do sangue dos antepassados, de dentro dos ossos dos que jazem na necrópole sob a terra, portanto do solo que se pisa para a cabeça, ou seja, não de um Culto Religioso “Y”, mas sim de uma forma de conexão com os espíritos do local onde se mora..”

Isso afina-se com o que é ensinado pela nossa Tradição: “ Os Deuses são Topominicos,  a Bruxaria é Topominica”...

Em palavras simples, cada local tem suas ervas, seus seres, suas nuances... Mas aí começa outra confusão, pois alguns confundem “alho com bugalhos”, ou seja, o que dissemos a cerca de Iconostasys..

Alguns que nos escrevem  acham que devemos agora adorar os Deuses Africanos, outros os deuses Indígenas e um raros que devemos venerar os Santos Católicos para sermos Bruxos e Bruxas dessa Terra, há ainda os que pensam que Iconostasys é uma forma de Divindade que assume formas diferentes em deferentes lugares...Deixe dar um exemplo e  transcrever parte de um e-mail  que recebi:

“.Obrigado por ensinar que com Iconostasys devemos adorar os Deuses de nossa terra, por isso colocamos  Yemanjá no altar, estou pesquisando Deuses Indígenas agora...”

Respondemos o seguinte:

“....Nunca lhe ensinamos isso..o que você fez foi  confundir  Iconostasys com Idolatria.. Bruxaria não é o Culto a Deuses e sim um Ofício Feiticeiro... Todos os credos servem ao Bruxo como meios de acesso ao poder, mais ele não é escravo de nenhum credo... Seu ato não mudou nada, porque você continua presa  na forma e não na essência da Iconoclastia do Ofício....”

Assim, deixamos claro que NÃO SOMOS PARTIDÁRIOS DE ADORAÇÃO DE DEUS OU DEUSA ALGUMA PARA SERMOS CONSIDERADOS BRUXOS, NÃO CREMOS QUE TODOS OS DEUSES SÃO EXPRESSÕES DE DEUS OU DEUSA ALGUM.. NÃO CREMOS EM RETORNO, POIS TAIS CRENÇAS NÃO SE CARACTERIZA PRATICA DE BRUXARIA, isso seria contraditório a tudo que já dissemos até hoje..

‘Iconostasys” é uma forma de direcionar a mente aos fluxos de poder, o Adepto não evoca Deuses para trabalhar em seu nome, ELE NÃO BUSCA BODES EXPIATÓRIOS... O Adepto, no “AQUI E AGORA” é extensão, expressão e manifestação do poder que venera, esse poder divino inominado sobre a máscara de qualquer ícone de heresia... Ele se torna, é e será a fonte primal de onde jorra o poder...

Ele reza a “Oração Reversa e chega a quilo que ele é, ele vê o inicio antes do inicio, ele vê seu canto de nascer e seu Destino,  ele é único com sua vontade que é a vontade da mente Divina, ele é Deus e Deusa no sentido literal, ele vive o divino, ele morre e renasce, ele atravessa os limites estabelecido pelo dogma, ele atrai a Deusa, ele faz o Arcanjo cair outra vez na escura terra do pesadelo de seu Self, iluminando-o, ele volta ao Éden e canta o feitiço primordial, é um momento único que é vivido em ecstasys sem fronteira e ele é Um com tudo.

Essa é toda diferença, e digo mais a "perseguição hoje” a nós é alimentada não pela temida Inquisição Católica e sim pelos próprios (pseudos) Bruxos e seus Egos inflados que não conseguem entender que a Arte é muito mais do que Adorar a Deusa Mãe e o consorte Cornudo, por isso a Arte em todo lugar e ao mesmo tempo, trabalha uma morte do ego e adotou o mito (Qaynnita herético) de auto transformação, que é o símbolo da mudança e renovação.

Entenda a Tradição Ibérica é a raiz da Casa dos Corvos Sagrados e de cada Lvnae e é onde cada Corvo nasce... Nosso Coventiculo é uma ponte sobre o abismo que conduz ao outro lado.
Por isso nosso Coventiculo é um ponto na encruzilhada que leva a Autotransformação e Autodeificação, alguns se transformam positivamente, outros negativamente, alguns se tornam expressões de Deuses Urânicos e outros Infernais, ou mesmo do ódio, de solidão, da guerra, mas ninguém passa imune por nós..
Nosso Coventiculo é um local de cura (da alma, do corpo, da emoção) e prosperidade...Muitas vezes curar necessita confrontar demônios e admitir que somos responsáveis reais até mesmo pelos ataques que sofremos... Por isso no Coventiculo hoje, o poder deve e é vivido desde cedo... Nela a heresia não se aplica somente a religião dominante, mais a todos os credos, ethos, aethos e ofícios, a cada e a todo dogma e verdade..Somos Livres e Indomados...Esse é o Espírito de Caim...
E eu particularmente tenho incentivando aos novos a praticar magia, começando com coisas simples para ganharem confiança em si mesmo, afinal aprendi que um ritual de iniciação por si só não faz o Bruxo, mais a eficácia de seus feitiços sim, e as práticas que  lhes ensino não incluem pedidos a divindades ou espíritos, mais vontade pura e simples, desejo que muda a realidade ao redor e assim espero que ganhem confiança e não se tornem presas fáceis de  Sacerdotes, Sacerdotisas, Adivinhos, Gurus, Pais ou Mães de Santo, ou até virem escravos de entidades e espíritos..
Mas também tenho ensinado responsabilidade e auto-controle, mostrado aos meus irmãos a diferença entre ser moral, imoral e amoral, a prosperidade é um direito nosso afinal nossa terra é rica e há tesouros nelas.

Tenho buscado demonstrar aos meus irmãos que a magia não precisa de Deus ou Diabo e sim de vontade e desejo, as pessoas aqui começaram a entender o sentido de ser Deus, ou seja, de mudarem a realidade, de criarem a realidade (outro mundo) e de criarem vida, começaram a entender que os Deuses não são para serem adorados, mais para serem vividos e a magia do Bruxo é a forma do sagrado provar sua ação em e através de nós:

 ...Todos os Deuses e credos servem ao Bruxo”, o  bruxo é filho da Terra e do sangue que a regou, é nascido do interior dos ossos de seus antepassados, os ossos cruzados sobre o crânio.. Seu Símbolo de renascer é  a rosa e o cálice,o talo e a flor que produz o néctar que não é nem isso e nem aquilo.. O símbolo de seu nascimento na terra a Rosa sobre a Cruz (encarnação) e o símbolo de sua arte é  a Cruz e o Crucificado... A Cruz é a encruzilhada e o Arado, o Crucificado é o Caim (Odin, Mitra e toda e qualquer divindade) o andarilho e o agricultor que através da ordálias ressuscitará nova criatura.... E pelo “taça-crânio de Veneno” a Bruxa volta e salta  ao lado da Dama da Morte, ela Olha e vê, pois ouviu  o som delirante que conduz ao Ecstasys pela trombeta do Anjo e pelo gosto amargo do sangue da Deusa Mãe de Todos..

Não preciso pegar emprestado um poder externo, pois eu sou canal da fonte, eu e a fonte somos um, esse poder deve fluir de acordo com minha vontade (a rebeldia Luciferiana é realizada aqui) e assim o Lvnae levanta-se  ainda desafiante na face de “Um”, ainda cambaleante e percebe que seu ego existe separado e compreende que a Bruxaria não é uma religião ou culto de Adoração a Grande Deuses e ao Deus Cornudo,  não é celebrar oito festas e treze lunações, mais sim um meio pelo qual o poder pode ser direcionado pela vontade humana (divinizada) para que voltemos ao nosso verdadeiro lar "O Paraíso Perdido". Estamos na terra,mas nossa raça é das estrelas (anjos).
Quando o irmão mais novo faz magia e não invoca Deus ou Deusa algum para tal, ele se fortalece e nas invocações é capaz de chamar o sagrado não pseudo religião das Bruxas, mais  do "Céu acima de sua cabeça, da Terra abaixo de seus pés  e do Inferno de dentro de si mesmo, pois ele é extensão do universo, ele é parte do banquete d’Um, ele é reflexo de tudo.
E tudo isso está no Centro da Encruzilhada que é o coração do homem.. E Nosso Senhor o Diabo é Guia, o Sagrado São Pedro é sua Máscara e Caim nosso Mestre sob o Manto de São Jorge é Nascido outra vez em cada Lvnae... Está Feito...
+++++++++++++++++++++++++++++++++++++
...Nem por Deus e nem Pelo Diabo, 
Mais por mim e por minha própria natureza Qayinnita....
Amém

+++++++++++++++++++++++++++++++++++++
Extrato de conversa com os Irmãos da Arte Alex Nascimento e (pelo Orkut) 
E o Irmão Cadmo Nerev Lvnae pelo MSN... Maio de 2011





[1]Aliás, tais “pseudos-anônimos” são do tipo literalmente comedores de verde, pois se esquecem que no mundo informatizado de hoje “através de registro de IP” ninguém fica Anônimo, nem memso quem trabalha em Telemarkentig.

[2]Deuses dos Sites porque seus adoradores não se dão ao trabalho de pesquisar sua história, a civilização a que pertencia, as mitologias a que estava atrelada e se pertencia a um sistema religioso Patriarcal e não Matrifocal, em fimlimitam-se a repetir em seus sabás (???) o que está transliterado de livros torpes e distorções mediocres do Ofício para os site .

[3]Esse termo usado aqui será um augurio, em poucos meses vocês verão a Nova Moda (como foi a da Wicca, da Bruxaria hereditária e suas avós Celtas, a da Bruxaria Tradicional e a mais recente da Bruxaria Ibérica) aparecer: “Os Antigos, Secretos Cripto-Bruxos Ibéricos”, se não fosse trágico seria cômico..

[4]Considerada ‘Pagã” apenas após o Cristianismo se tornar a religião dominante e demonizar tal prática por este nome.

[5]Bobby's World ou O Fantástico Mundo de Bobby (em português) é uma série de desenhos animados que conta as aventuras cotidianas do pequeno Bobby e da sua família...ele era um garoto d eimaginação fértil que sempre estava metido em enrrascada.