O DIÁRIO DE AZAZEL – PÁGINAS 1766-1770
“O que escrevo, pode ser visto como fragmentos de verdade, ou, como a
mais pura e deslavada mentira, pouco importa a mim, a não ser o fato que lhe
suscite a duvida” (Jayhr Gael Lvnae).
Sentei-me a mesa para escrever no meu diário, como faço diariamente - Bom
dia meu Diário, sentiu minha falta? Hoje vou lhe contar mais uma história.
Em meu ouvido uma voz metálica respondeu: Pare de escrever!!! Hoje a história é minha – Parei para ouvir - Irei falar sobre fragmentos de verdade, ou será fragmento da mais desvelada mentira? Pouca importa desde que lhe suscite a duvida para mim já será ótimo. Sua voz na minha mente calou-se de pronto.
Em meu ouvido uma voz metálica respondeu: Pare de escrever!!! Hoje a história é minha – Parei para ouvir - Irei falar sobre fragmentos de verdade, ou será fragmento da mais desvelada mentira? Pouca importa desde que lhe suscite a duvida para mim já será ótimo. Sua voz na minha mente calou-se de pronto.
Envergonhado, e surpreso, levantei da cadeira, acendi meu cigarro
mentolado, e comecei a fumar, e pude de fato refletir... Algum tempo depois,
como se ouvisse meus pensamentos – afinal
meu diário não perde a mania de curiar meus pensamentos.
Ele perguntou: Você sabe por que praticar a magia e a feitiçaria com e sob a influência dos Espíritos do Caminho que habitam nas sombras das Cavernas é um “Focus” Iniciático?
Ele perguntou: Você sabe por que praticar a magia e a feitiçaria com e sob a influência dos Espíritos do Caminho que habitam nas sombras das Cavernas é um “Focus” Iniciático?
Como assim? Esclareça-me - o Magistellus, respirou
fundo – era a primeira vez que sua manifestação saia da esfera da intuição
psíquica e tornava-se praticamente física, quase que ectoplasmatica. Sim já o
havia encontrado várias vezes nos campos da
hipnagogia, e sua aparecia não me era desconhecida, porém, jamais havia ido além
disso, ou seja, da invasão mental dele no lado de cá do véu.
Ele continuou - o dia hoje parece que te encontrou mais pensativo e disposto, esteve ontem em mais um “Congressus Cum Daemone”?
Sim – respondi.
Ele continuou - o dia hoje parece que te encontrou mais pensativo e disposto, esteve ontem em mais um “Congressus Cum Daemone”?
Sim – respondi.
E como foi? – argüiu ele.
De pronto
respondi – Novamente o Sabá foi na Encruzada dentro da Calunga do
Setor “C” da Cidade Industrial, vários Espíritos de todos os graus e níveis
estavam lá, danças, musicas, bebidas, cigarros, uma verdadeira Kimbanda e a anfitriã do Sabá, como sempre foi Rosa Caveira,
e ela estava particularmente mais linda, pálida e diabólica...
Ele ali
fluídico, quase que tocável, teve uma espécie de Déjà vu – Como
nos velhos tempos - e
murmurou - Lilith......
Porque chamas
pela Mãe Bruxa Guardião do Diário? – perguntei
na lata e em resposta ele disse: isso foi muito antes de minha degradação
para as terras de Pindorama no ventre de fétidos navios Ibéricos – deixemos
isto de lado - logo recuperou a compostura, disfarçando bem seu
saudosismo e continuou – O que você sabe sobre o significado da “Jornada
do Andarilho Solitário”?
Sentei-me
ao chão. Confesso que ainda estava sobre o impacto da aparição dele, afinal,
ele estava humilde, sem a arrogância e petulância características de suas
manifestações na minha mente e isso é o que me causava mais temor. Acostumado
com seu jeito brusco como eu estava, aquela forma e paciência com que falava, e,
sua voz metálica pausada, quase que explicativa me deixava, de certo modo, com
medo. Ali via meu Professor das Artes Proibidas, em sua forma natural e não o
meu amigo Guardião do Diário. Eu o havia evocado através de cerimônias secretas
de um dos muitos livros raros de “Magistas de Tradições da Arte Sem Nome da
Europa.
Pouca coisa - eu disse embaraçado -
Ele então falou: Desde a primeira queda até Cain, foram sete,
mas é a jornada do Andarilho o que mais nos importa hoje, ela nos mostra não a
Jornada do Homem de Carne, mais a Jornada do homem na Carne, ou seja, da Alma
do Homem em busca da sua origem.
Interrompendo sua fala perguntei - A Alma começa sua Jornada, no além tumulo, mas deve se preparar no limite de cá?
Interrompendo sua fala perguntei - A Alma começa sua Jornada, no além tumulo, mas deve se preparar no limite de cá?
Com sua
atual e não peculiar paciência, calmamente respondeu - morte filho, é Destino, Iku é apenas o
guia. Como se vive aqui é que determina
quem se é para onde se vai no lado de lá.
Entendo - disse eu: A condição ou condicionamento, na maioria das
vezes, oriunda de nossas crenças, após se fechar o ataúde funeral são as moedas
ao barqueiro, para se saber quem se é ou para inconsciência do mundo físico de
quem se foi ?
Como resposta ouvir: a escolha é simples ou você acredita em Morte ou Acredita em Vida após morte.
Então é uma
questão de crença? Perguntei.
Ele
respondeu: Não, meu Filho, é uma questão de consciência, ou seja, não é acreditar
somente, é viver. Ele me olhou ternamente e me bombardeou de perguntas: Há
quem diga que a vida verdadeira é a vida no lado de lá...,Mas já reparou que
sempre enfeitam o lado de lá, com coisas do lado de cá?.... Já se deu o trabalho de perceber que nos
mitos os Deuses, Semi-Deuses e Heróis, praticam atos humanos ou já viveram no
plano físico aqui ou num lugar atemporal dentro de um plano físico e que neles
existem a semelhança do que há aqui?....Você acha que nós imitamos estes seres
sagrados e míticos ao reatualizar os seus mitos ou que apenas refletimos nossa
crença inconsciente do que nos espera do lado de lá?
Nem deu
tempo responder, pois ele prosseguiu: Filho pense, se a vida real e verdadeira, é do lado de lá, porque diabos “UM” criou o lado de cá? .... Não seria mais lógico, a criação
desenvolver-se pura e simplesmente do lado de lá.
Realmente este era um novo ângulo da manifestação e incorporação dos Espíritos e Guias que ainda não havia percebido.
Ele falou então: Cain, é o exemplo da Alma na busca de si mesma, de sua origem e de seu destino e é isto ensinado, nos mistérios da Feitiçaria..... evocar os Espíritos e um sinal, um “Arcano”, que vai além das práticas e objetivos da evocação ou invocação, eles vêem, respondem, incorporam e lembram-se exatamente quem são, quem fora e o que fizeram, quem eram os seus, não perderam suas índoles ou desejos, seus trajetos e nomes. Eles sabem quem são, eles sabem sua origem e sabem escolher, de forma individual e amoral o que e como fazer. Você percebeu o que digo nas entrelinhas?
Realmente este era um novo ângulo da manifestação e incorporação dos Espíritos e Guias que ainda não havia percebido.
Ele falou então: Cain, é o exemplo da Alma na busca de si mesma, de sua origem e de seu destino e é isto ensinado, nos mistérios da Feitiçaria..... evocar os Espíritos e um sinal, um “Arcano”, que vai além das práticas e objetivos da evocação ou invocação, eles vêem, respondem, incorporam e lembram-se exatamente quem são, quem fora e o que fizeram, quem eram os seus, não perderam suas índoles ou desejos, seus trajetos e nomes. Eles sabem quem são, eles sabem sua origem e sabem escolher, de forma individual e amoral o que e como fazer. Você percebeu o que digo nas entrelinhas?
Então eu
disse: Evocar Cain, nos ritos da Bruxaria Européia é um simbolismo, evocar ou
invocar um Espírito da Terra - não importando a finalidade – através das diversas
práticas, é um muito mais que isso em si mesmo, é a desvelação de que há um
mistério, uma revelação da permanência da consciência após a vida física, é o
confirmação da certeza de se saber quem se é - a decretação da não existência
do Céu ou do inferno - A morte de todos os Deuses e Demônios. E a conseqüência
disso é a liberdade.
É o que
estou dizendo – disse ele e completou - É
o dardo lançado pela mão de Saklas-Lumiel que atinge o alvo. Ele desejou que fossemos semelhantes ao
Altíssimo em menos tempo do que o engendrado na evolução por “UM”, por isso,
ele preside as invocações e evocações dos portais infernais.
Acendi
outro cigarro, ele olhou para a fumaça que exalava de minha boca e senti que
ele desejou muito reviver outra vez aquele ato mortal em seus pulmões. Respirou
forte, como se exalasse a fumaça e disse – Quer saber outro segredo meu Filho?
– Claro, respondi de sobressalto – Estes Espíritos, de fato é que são teus
Ancestrais. Não importa qual vibração (ou linha, ou crença) você esteja, não
importa que nomes eles assumam ou que tipos de sacrifícios ou ritos compactuem,
ou como sejam chamados. São sempre seus parentes - sangue por sangue, alma por
alma - que se aproxima e trabalham por e com você, em simbiose, é simples
assim. Pois quando se atravessa para o lado de lá mantendo a consciência de
quem se é, a Alma escolhe praticar livremente - amoralmente - o que desejar: ou
seja, ajudar seus parentes e assim passa existir nos dois mundos
individualmente, consciente, livre, escolhendo entre o bem e o mal, Como “UM”.
Você agora entende o que é o Homem de
Preto do Sabá?
Então Feitiçaria, Bruxaria não é uma religião? Perguntei.
O Magistellus então respondeu: Nunca foi, Bruxaria é Ofício, é a pratica
que os Caídos trouxeram como dádiva aos humanos, embutindo nela o mistério da
sobrevivência da consciência de quem se é - após a travessia para o lado de lá
de véu - Todos os credos, ethos e aethus são teus por direitos sagrado, pois
neles, há sempre este mistério, mas, deves antes, sentir o sangue de tua Terra,
as almas dos mortes sob teus pés, este é o segredo, deves ouvir tua própria
raça, pois quando os Vigilantes Caíram eles não inventaram culto novo, mas
aproveitaram os cultos que nasciam e perverteram com esta heresia os já
estatizados... Por isso se diz, se és
Bruxa deves saber chamar um Espírito e ele se manifestar, ou deves saber trazer um a Alma de um morto
ao Círculo e consultar..... Se não sabes fazer isso, não te chames Praticante
do Oficio, ou da Arte, te chame de reconstrucionista.... Dance, cante, celebre,
mas não chame isso de sabá... E se não sabes compreender o Arcano e o Mistério contido
na comunicação com os Espíritos do Caminho cruzado, e se não sabes ao menos resolver
os problemas cotidianos e dos que estão te seguindo como Líder – emprego, amor
e amarrações, abrir caminhos, causar danos, expulsar e ou dominar um Espírito
perturbador, etc...- se não sabes os segredos dos cultos feiticeiros de tua
própria Terra – banhos, oferendas, deidades e guias, ebós e mandingas – para poder
desfazer algo contra alguém teu....Para que te chamas de Bruxo? Engoli
e seco... virei-me, ele sumiu e ouvir na mente: .........ALEA
JACTA EST......
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Este texto não fala da verdade, mas apenas de mentiras símeis aos fatos...
“e dizer mentiras símeis aos fatos é furtá-los à luz, encobri-los. As mentiras
são símeis aos fatos enquanto só os tornam manifestos como manifestação do que
os encobre " ele, revela assim, similitude que se oculta na verdade e
na mentira no estreito caminho entre o cinismo e a ingenuidade.....
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