sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A DANÇA DAS BRUXAS - ABRINDO O OLHO DO DIABO

A DANÇA DAS BRUXAS: Abrindo o Olho do Diabo
Copyright © 2003 by Robin Artisson


Reflexões sobre Assuntos Mercuriais de Saturno

Conforme a meu trabalho anterior na Arte chamado o “Sono do Crepúsculo" ou “O Transe”, surgiram muitas vezes tópicos a cerca de de qual o melhor caminho para alcançar um bom estado de transe funcional no desempenho de atos de feitiçaria.

A resposta é bastante simples: Não existe o “melhor” caminho. 

Cada pessoa, sendo um indivíduo, é sucetível a uma variedade de inclinações e técnicas, que faz com que algumas reajam bem ao transcendental praxes do transe, e outros só respondem bem a métodos muito rígidos, concretos e somáticos.

O transe é importante por muitas razões, mas principalmente, porque permite novos modos de percepção, o que por sua vez faz com que as forças espirituais invocadas nos atos de Feitiçaria possam ser experimentadas de uma tal maneira que o seu potencial para transformação é aumentado. O seu impacto está em um nível mais imediato, um que pode ser experimentado, de alguma maneira, pela consciência do praticante. Quando a Arte é feita com coração e fé, e com habilidade, é eficaz, independentemente do estado de espírito da bruxa; No entanto, o prazer e a profundidade da experiência é mil vezes maior quando os movimentos espirituais da Arte se tornam aparentes.

Alguns atos da Arte exigem o transe para serem eficazes de forma significativa: divinação, por exemplo, requer uma mudança em um estado onde as realidades e mensagens sutis não sejam apenas aparentes, mas capazes de serem comunicadas.

Tenho escrito muito sobre a necessidade da pessoa mudar momento a momento o que ele é como ser individual, para uma *verdadeira* e nova perspectiva capaz de alcançar o transe; é preciso mudar a visão e compreensão de nossa relação com o que nos aparece como sendo o "mundo que nos rodeia[1]". 

Uma mudança de perspectiva mais profunda é realmente necessário para apreciar o que o “transe" implica[2].

Eu tenho dito que o "transe" já é algo contínuo, ele já é uma parte de nós; e isto é bastante verdade, no entanto, enquanto uma pessoa pode tomar essas palavras como reais e realmente encontrar a “passividade” necessária para efetivar essa realidade, outras têm dificuldades. Isto não implica alguma a falta de algum dom por parter de ninguém; é apenas uma questão de Destino que nem todas as pessoas trabalhem a abordagem do transe da mesma maneira[3]. Para alguns, medidas extremas, como a self-mortificação e até mesmo o uso de substâncias devem ser introduzidas em certo grau, para se obter a necessária expansão da consciência e da mudança de perspectiva. Para outros, apenas o ritual é necessário. Para alguns, apenas “relaxamento” e a concretização de que o sentimento de "estar aqui" e "a Natureza Toda ao Redor" não é na prática VERDADEIRAMENTE como nós entendemos, e percebem que "O Ser aqui" e a “Natureza Toda ao Redor” são dois aspectos de um Ser Maior, e assim “tornam o salto” entre a menor percepção limitada e maior percepção da Totalidade, muito mais fácil de acontecer.


O Osculo Infame - Beijando o Traseiro do Diabo

Eu decidi escrever este breve ensaio para comunicar uma outra técnica para a realização do Sono do Crepúsculo, ou Transe, que também é conhecido como o “Sonho Desperto”, também conhecido como “Expansão Paradisíaca”, “Abertura do Olho do Diabo", e por muitos outros nomes.

Esta técnica, chamada a "Dança das Bruxas", não é realmente uma dança; mas requer certas ações rituais, feitas de uma certa maneira, para conseguir esta intenção. Esta técnica não é igual a técnica do "Manto", em que uma pessoa passivamente permite que sejam dissolvidas as fronteiras entre si e o que parece ser "A Natureza Toda ao Redor". Esta não é uma técnica que usa respiração, ou os sons da natureza; ou enteógenos. Esta técnica é para pessoas que precisam de um método mais concreto de despertar para o Crepúsculo.

Para executar esta técnica, é fundamental que você leia e entenda o meu famoso "DOIS PEDAÇOS DE UM CONSELHO" - pois eles são a base desta técnica. Para evitar confusão, vou escrever aqui.
"…Ao fazer qualquer Rito da Arte, de um simples Housle a todo um caminho para uma maior sabedoria ou mecanismos de poder, É importante manter dois fatores simples em mente, duas compreensões que farão de qualquer ritual uma experiência verdadeiramente comovente e poderosa. 

Em primeiro lugar, lembre-se sempre que todas as coisas estão ligadas, que não há duas forças ou seres que são separados dentro do grande corpo da Natureza; Portanto, qualquer invocação, qualquer pensamento ou sentimento tem um efeito que é tangível, até mesmo o que parece ser a imensidão do espaço ou mesmo do tempo. Se você se permite entrar no estado meditativo com a certeza de que todas as coisas estão unidas, e que todos os movimentos e eventos e até mesmo palavras e pensamentos ecoam através de um íntimo, inter-fechado sistema natural de relacionamento e Destino, você será verdadeiramente capaz de apreciar os efeitos de suas invocações e movimentos rituais, e terá uma maior capacidade de " sentir-lo" provocando a necessária e desejada transformações no nível sutil. Manter a compreensão da conectividade em mente e a confiança implicita é algo vital, e é a melhor coisa para você ter com você em seus ritos..

Em Segundo lugar, quando você executar os ritos e fazer invocações, ou qualquer coisa, seja sempre suavemente, permita-se ser tão intencional e constante quanto possível - quando digo isto, quero dizer que você deve sempre falar, agir, movimentar-se, e até mesmo pensar de forma intencional, numa forma planejada, uma forma quase “lenta” de sentir; esta é uma boa maneira de cair em um transe profundo que gostamos de chamar de "tempo lento". Quando você levantar uma forquilha de madeira ou uma vara ou uma tigela, quando você fizer invocações, deixe cada ação sua ser tão suave, uniforme, constante e intencional quanto possível; Estas são ações poderosas, ações sagradas, e merecedoras de CADA PEDAÇO de consciência e atenção. Quando você falar, permita que suas palavras seja um fluxo constante e calmo, ressoando com foco intencional.

A mente vai tentar "acelerar" em você, mas suavemente mantenha o foco reinando dentro de si, e deixe a consciência aprofundar-se, constante e completamente absorvida no que você está fazendo, não importa quão pequena ela pareça ser. O poder do rito, os movimentos, tudo subitamente amplia-se de maneira surpreendente. 

Algumas pessoas experientes gostam de entrar em transe antes do começo do rito, mas outros conecem uma outra verdade: que intencionalmente e de forma constante com atenção total para os movimentos do Rito, ele torna-se uma porta para o transe, e, desta forma, alguns acham que é mais fácil do que "colocar o manto[4]", antes de começar os ritos. É simplesmente uma outra abordagem para este (ou quaisquer outros) Rito. Tente ambos, ou use ambos, ou qualquer um deles quando você sentir a necessidade.

Você vai descobrir que estes "Dois Pedaços de Conselho" vai aumentar consideravelmente o poder e efeito de qualquer rito, o sentimento recompensador de qualquer rito é aumentado quando os participantes do rito estiverem descansando na consciência segura da interconectividade de todas as coisas, celebrando toda palavra e movimento final de um puro rito sagrado, com consciência focalizada e com firmeza intencional." 

Essa é a chave para a Dança da Bruxa. Não só você tem que ter fé que sua posição em Destino ecoa suas ações, intenções e palavras em todas outras partes de Destino, você também deve TER ISTO CONSTANTE (em você e viver isso). Cada movimento e gesto único na Dança da Bruxa deve ser feito com a PLENA CONSCIÊNCIA. Isso significa que, desde o início, você esvazia sua mente de qualquer desejo de entrar em um estado de transe, e você não fica especulando durante o rito pensando sobre o que ele pode e "vai realizar". Você deve ficar no AQUI e no AGORA.

Quando você pegar uma corda ou um taça, e levá-la algum lugar, você faz exatamente isso e nada mais. Você foca a força de sua percepção sobre o item que está segurando e está levando, você só fica com isso na mente e nada mais. Você foca sua mente e percepção, com atenção excruciante, no item em si e em tudo que você faz com ele[5]. Quando você faz uma invocação ou um canto, sua consciência e atenção tem que entrar e estar em TODA e cada palavra e em todo e único SOM que saem de sua mente, boca e ser.

Isto é o que faz você chegar ao transe. Lentamente, com firmeza e com plena consciência do seu ser centrado sobre o que estiver que ser feito AQUI e AGORA, e nada mais é permitido colocar entre você e sua realidade imediata. Eu sei que parece simples, porém, você vai ver como a mente foge e tenta acelerar muito. Você deve praticar essa técnica um pouco, antes de começar a trabalhar desta forma seus ritos. Eu sei que também soa demasiado fácil para ser eficaz, mas esse é o milagre da consciência. Tão simples e tão difícil, tão penetrantemente profunda.


Um Círculo e Três Bordas para o “Antigo Rei Cornudo”

Você começa traçando[6] ou imaginando um círculo no chão, com um triângulo equilátero nele, apontando a leste. você deve ter um Arthame ou uma faca de dois gumes, um cordão, um Cálice e uma tijela, fora desse círculo, no leste, onde estará a ponta do triângulo faça um altar para o “Rei de Dois Dois chifres”. Caso não possa fazê-lo, você pode visualizá-lo, ou ainda você pode usar o chão (forrado), ou uma mesa baixa de madeira escura ou um toco de árvore, coberto com vegetação, seca e folhas verdes, ossos e pedaços de chifre, vela, com uma crânio de algum animal Cornudo no centro, como um buck ou um bode. O altar ideal para esta operação tem a palavra "DHULKARNEN" pintado em vermelho na sua frente. Acho que é tão fácil de visualizar como improvisar. Meu tempo pessoal favorito para este ritual é na mata, à noite, sob uma lua cheia, com farinha sendo usada para riscar o círculo e o triângulo, porque ela é da cor e forma como um fantasma brilha.

Saliento que quando se trabalha com o tradicional circulo-e-triângulo devotado para o Senhor Secreto da Fé-Bruxa, o altar deveria estar postado dentro do centro do triângulo. Porém, para este rito indicamos a forma a cima de altar.

Para iniciar o rito, você vai para o oeste, caminhando apartir do seu círculo e do altar, e fecha os olhos, para acalmar-se. Neste ponto, você deve imaginar-se na escuridão, algo que não é difícil de fazer com os olhos fechados, e realmente não é difícil de fazer se você fizer este ritual após o sol se pôr. Quando estiver pronto, você abre seus olhos, e olha a leste para o altar á distância, e imagine que uma luz no altar, (uma Luz a partir do Oriente) está chamando você. Isto é realmente simples de fazer se você tiver um altar real, com uma vela ou duas acessa.

Caminhe em direção ao altar. Quando você alcançar a borda leste do círculo, pare, eleve suas duas mãos e toque as pontas de seus polegares e as pontas dos dedos indicadores juntos, e ao mesmo tempo, formando um triângulo com as duas mãos, Olhe através dele para o altar, e emoldure a luz neste triângulo, e lentamente pronuncie a seguinte fórmula fonética: OZ. AH. EL. Prolongue as sílabas. 

Depois entre no círculo e vá para os quatro instrumentos, (o cordão, o Arthame, a taça, e a tijelas), que devem estar bem no centro do triângulo. Ajoelhando, mantendo as mãos sobre eles dizendo: “EU ABENÇÔO ESTES SANTOS INSTRUMENTOS NO NOME DO DIABO, O GRANDE REVERSOR, SECRETO SENHOR DOS SÁBIOS,PODERES ACIMA E A BAIXO DA TERRA, OUÇA O MEU CHAMADO”

Em seguida, levante-se, pegue o cordão e segure-o na sua frente, de frente para o altar, e ande em linha reta em direção ao altar com o cordão, e quando você atingir o leste, começe a caminhar em sentido anti-horário em torno do círculo dando uma volta inteira, chegando ao leste, então continui andando até que você esteja no norte, pare, se ajoelhe, e coloque o cordão no chão. Como você o colocar no chão, lentamente pronuncie a seguinte fórmula fonética: BEN. ZOH. ZEE. UH.

Agora você retorna ao centro e pega o Arthame, e de pé, segure-o na sua frente, de frente para o altar, é claro. Quando caminhar com os instrumentos, você deve lembrar de fazer isso lentamente, constantemente, e com a consciência plena do que está a fazendo – caminhado e segurando este itém com você. Ande em linha reta em direção ao altar com o Arthame, e quando chegar na ponta oriental, de um volta completa, lentamente, ao redor do círculo em sentido anti-horário, ao chegar ao leste, e quando o fizer, ajoelhe e coloque o Arthame para baixo, e quando faz isso, lentamente pronuncie a seguinte fórmula fonética: BAH. SAH. JAWN.

Retorne ao centro, pegue o cálice e a tigela, e segurando-os na sua frente, de frente para o altar, caminhe nesse sentido. Quando você chega ao leste, de um volta completa, lentamente, ao redor do círculo em sentido anti-horário, ao chegar ao leste novamente, e você continua andando em sentido anti-horário até chegar ao sul. Então, você se ajoelha e coloca o cálice a tigela no ponto sul, e quando faz isso, pronuncie lentamente a fórmula fonética: AH. KARE. UH.

Como com todas essas fórmulas, você deve prolongar as sílabas, lenta e profundamente, e sua mente não deve estar em nenhum outro lugar; seja completamente suave, firme foco deve estar em cada som único e entonação que está saindo de sua boca; Você não é apenas a fonte desses sons, mas os próprios sons. Quando você estiver andando, ou realizar alguma coisa, ou fazendo QUALQUER parte deste rito, é aí que sua mente deve estar, e você NUNCA tem que acelerar qualquer parte disto. Leve o seu tempo e realmente fique profundamente envolvido em cada detalhe.

Agora você retorna ao centro, e encara o altar. Erga suas mãos na direção dela, lentamente chegue, ajoelhando-se mais uma vez na extremidade leste do círculo, que também é a ponta do triângulo. Ajoelhado, cruze as mãos sobre o peito. Diga, em silêncio: "VOCÊ MASTIGOU A CALDA DO BODE; OS CAULES CRESCERAM NA IMPRESSÃO DE SEUS CASCOS. VOCÊ DEU O DOM DA SERPENTE PARA A MÃE ANCESTRAL E O PAI ANCESTRAL DE TODOS NÓS VOCÊ VEIO DE CIMA, E GOVERNA SOBRE UM REINO ABAIXO, ABENÇOA-ME, LIBERTADOR, CUJA CARNE E SANGUE EU SEMPRE TENHO COMIDO. "

Agora vem a parte divertida. Em pé, você começar a ir em um ritmo constante em sentido anti-horário em torno do círculo, mas você tem que cantar algo que você faz - uma coisa pitoresca que alguém que é assim: "…Hobbe ho Hou, John 'i co!, Hobbe ho Hou Kern!" Foneticamente, você diria: HOB. HO. HOO. JOHN EH KO. HOB. HO. HOO. KERN.

Você deve ir ao redor do círculo cantando isso, e quando você alcança um instrumento, como o cordão, ou o Arthame, ou o cálice ou a tijela, você tem que dar um salto curto sobre ele, mais como um pequeno salto. Não fique indo rápido demais; fique com o canto firme e os sons compassado. Sua consciência tem que estar, totalmente, com (e em) tudo que você está, em qualquer determinado momento, e você tem que fazer cada ação, significativamente e com atenção completa e reduzida velocidade, intenção fixa. 

Você tem que fazer três rodadas como esta, em seguida, pare, a leste, e encarar o altar. Se curve uma vez, então volte ao centro. Ajoelhe-se e coloque as mãos no chão em forma de triângulo como você fez no começo. Lentamente cante: AH. KARE. UH

Então coloque suas mãos ao lado de seu corpo voltadas para baixo e sua face voltada para o altar novamente, e veja o que você pode ver. Algumas pessoas vêem o Cornudo mesmo lá, atraído por todas este feitiço; outros preferem visualizá-lo; algumas pessoas fazem ambos. Se você tiver feito corretamente esse rito, com firmeza total, facilidade e profundidade de movimento, e com consciência PLENA de todo único som infernal solitário, movimento e ação, posso assegurar-lhe, você estará em um perfeito estado de transe, e não terá nenhum tremor de dúvida acerca do Grande Ser com Cascos que Eu venho carinhosamente me referindo como "Pai".

O real modo para terminar este rito encantador é ir buscar cálice no Oeste e a tijela no sul, e os colocar abaixo no centro do triângulo diante de você, e verta cerveja preta no cálice, enquanto cantando sobre ele a fórmula: OZ. AH. EL

Em seguida ergue-o e leve-o para o Altar; 

Depois, você bebe metade do copo, e despeje o restante na tigela. Você carrega a tigela para o leste, deixando-a sobre o altar ou no chão diante do altar. Alguns acham que, você precisa se concentrar em algum objetivo que você precisa realizar ou pedir proteção e cuidado que você necessita antes de beber e, compartilhar a cerveja preta, as coisas têm uma maneira engraçada de trabalhar fora para você - isto é, se você tem plena consciência de tudo que você fez, e até mesmo consciência plena de como você compartilha esta Cerveja preta com o Antigo. 

Eu sei que a primeira vez que você fizer este rito você pode achar os sons longos e complexos, mas eu posso assegurar, pois tenho feito isso muitas vezes; o rito é muito curto e simples, mas NÃO é "fácil" se você não tem uma mente que pode ser disciplinada para estar em UM único lugar de uma única e só vez - isto é, o Aqui e no Agora – ou se você não comando a sua plena consciência. A melhor parte sobre este rito é que pode ser feito apenas com os quatro instrumentos necessários, e o resto, como o círculo e o altar, pode ser visualizado, se for necessário. Ele é uma dança simples para um transe poderoso.
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Esta é uma versão livre e adaptada para o português do Brasil Artigo: “THE DANCE OF THE WITCHES: Opening the Devil's Eye (A DANÇA DAS BRUXAS: Abrindo o Olho do Diabo ) de Robin Artisson (2003).

Notas de Rodapé do Tradutor.


[1]Belenos do Corvo Sagrado nos ensina:” ... O mapa do mundo onde opera ou trabalha o bruxo (ou xamane) pode ser entendido desde aquilo se chama psicologicamente “estados modificados ou alterados de consciência”. Tais estados, aos que se acede geralmente através do período de transição, às vezes são identificados como transe ou viagem. Evidentemente o estado alterado de consciência é o período de transição entre dois estados habituais de consciência...”
[2] Compreende-se com isso o que diz Michael W. Ford em Vox Sabbatum quando expressa: “...O Sabbat das Bruxas é assim um modelo de Auto-Deificação. O Sabbat é uma imagem a partir do qual a mente e a psique estão livres das limitações ou restrições da realidade mundana e da carne..”

[3]Mas uma vez recorremos ao que aprendemos com nosso Pai Belenos nos seguintes termos: “...Portanto, reafirmamos: nada o explica, não é nem axioma nem lei desde o ponto de vista das ciências, é mais o entendimento do mundo no qual as estruturas estão ausentes e nada obedece a alguma lógica, mas pertence à ilogicidade e não obstante funciona...”

[4]Refrências veladas ao verdadeiro sentido da técnica de “Colocar Manto”pode ser encontradas nos Escrito de Michael W. Ford (Calling Down the Moon and the Shades of Lilith, Michael W. Ford - Book of Wamphyri and Shadows e Vox Sabbatum), nos de Belenos do Corvo Sagrado (Ap 06 e 07), e mas claramente nos de Terence Mackenna (O Alimento dos Deuses ) e Carlos Castañada ( A Erva do Diabo); evidente que o termo encobre uma outra variante, no sentido de encobrir a realidade fenômenal e descortinar A REALIDADE NO CORAÇÃO DE TODAS AS COISAS.

[5] Por experiência própria a palavra “excruciante “ (doloroso, pungente, lancinante.) realmente é o que se pode chegar de mais próximo das sensações obtidas neste trabalho ritual ( lembre-se não se pode ficar fixado na sensção, apenas sentir e ser em plena consciência todos os atos), o peso e o transe chega a ser algo quase que insuportável, beirando a barreira que soltam as amarras do barro, vale salinetar, que o únco “manto” usado antes do teste foi “Marca de Jurema, aromatizado com menta” e Sangue de Deus.

[6] Se for traçar o círculo ( e os sigilos) melhor que seja com farinha de ossos ou farinha de trigo pura (sem fermento), branca como a cor do povo pálido do Outro-Mundo.


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