segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

GIRO DO COMPASSO

Estava pensando sobre a relação receptor e da potencia, humano e forma, questionei-me a cerca desta relação que no ato do drama ritual, e não somente neste ato, tem uma importância suma, na estrada do adepto.

Creio que a assunção da ‘forma’ no drama ritual é sem duvida importante, vendo que é por meio dela que o mito é vivificado e desta maneira conseguimos refazer o giro da roda, pois tais ‘formas’ podem trazer em si a totalidade de sua potencia, uma criptografia complexa que se torna ainda mais complexa e corre o risco de perder o sentido se for compreendida simplesmente no ato do drama ritual, sem contar as armadilhas aos incautos, pois o drama tem sua funcionabilidade semelhante a de uma peça de uma engrenagem, porem está peça (drama ritual) pode ser vista ou é a síntese, entretanto existem outras peças que a interliga, que faz com que ela tenha sentido, a pergunta que surge é quais seriam estas peças e o que há por trás?

Vejo que somente a vivencia que é a busca da compreensão (de cada peça desse grande mecanismo) pode tornar inteligível à consciência do iniciado o sentido do giro do compasso, o adepto deve lembrar que o símbolo é a sua linguagem. Recentemente estivemos em tal drama ritual a Festa da Vida, com o senhor da luz e o retorno das trevas.

Entretanto fico a me questionar como será o confronto na visão da ‘forma’ do Senhor da luz (ou Senhor das Trevas)? E em particular na visão da pessoa que guia a forma (do senhor da luz ou das trevas)? Deve haver interferência do humano ou o humano deve ser pura casca vazia, que repete o mito? O que de fato deve permanecer no humano que guia a forma? Abstração de sua própria realidade? Ou a inter-relação com o humano que o possui ou é possuído?

Acredito que o primeiro passo é que o homem que guia a ‘forma’ deve estar em consonância com o mito da ‘forma’, o cuidado é para não ir para seu mundo mitológico pessoal, viver o drama ritual só ganha sentido quando vivenciado, em suas etapas, a cada lua, a cada dia, então sorver e absorver esta forma que chamamos de Senhor da Luz/ Senhor das Trevas é primaria, vivê-lo em cada quadro que se projeta em nossa vida, isto sim é o que dá sentido e é ai quando o drama, que fixa um marco que marca verdadeiramente os estágios de cada coisa sagrada e profana, em clímax extasiante desvela aos bons olhos a sua essência pura e inata. Havendo tal dissolução saberá o homem guiar a forma com potencia de uma essência verdadeira, sem contar que a busca trará a sapiência à estrada do adepto, fincando um marco e assim estará cumprido o papel do drama ritual, vejo deste modo a relação com a ‘forma’ e em constante busca pela verdade.


“Ser tal qual a forma ou tal qual o homem, absorver a ‘forma’ é tomar o veneno de Eras”.

Lvcivs Magnvs Lvnae IIIº
Atualmente ele ocupa a função de Verdelet
da Casa dos Corvos Sagrados um Conventiculo da Arte Tradicional

O Autor autoriza a reprodução do texto,
desde que sejam dados os devidos créditos e direitos
(Autoria e link original)

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