sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A CANDELÁRIA - UMA FESTA DE LUZ E FOGO – NÃO HUMANOS

1. A FESTA DA CANDELÁRIA

A Festa da Candelária, celebra numa visão neo-pagã, o crescimento da criança do Sol. O Menino-Deus, nascido no rigor do Inverno agora é um adolescente, isso significa a sua tomada de consciência para os poderes latentes de vida e morte, fertilidade e magia - Ele descobre as pulsões ou lampejos de sexualidade.

Na parte Norte do Planeta (em Fevereiro) este momento da roda marca os primeiros sinais do degelo, ou seja, que a força do Sol-Deus, está aumentando e aquecendo a terra e derretendo o gelo. Os Raios do Sol toca solo e reaviva as raízes no interior da escura Terra. A Luz solar penetra as regiões escuras e despertam as sementes - para a morte e o renascimento.
A primavera já começa anunciar seu retorno e com ela a Deusa-Jovem ascenderá em toda a sua plenitude e beleza, trazendo os poderes e marés de fertilidade.

2. A CANDELÁRIA - UMA LUZ NÃO COMPREENDIDA
Os Bruxos Modernos não aceitam que a Feitiçaria em nenhum momento histórico foi integrante de uma das grandes religiões pré-cristã e que nunca foi vista como simplórios feitiços naturais de cura, festas agrícolas e sazonais, ao contrário, ao longo da história documentada, sempre foi vista como uma “prática marginal”; um exemplo disso é Códigos de Hamurabi (1750 a.C.), onde é demonstrado que a Feitiçaria era de fato algo fora do contexto sócio-religioso da época e a “penal prevista para os delitos de feitiçaria” era à morte, poderíamos discorrer sobre vários outros Códigos legislativos pré-cristãos e não seria difícil enquadrar em todos a Bruxaria como um “delito”, cuja pena era morte, deixando aos meus leitores a escolha de pesquisarem sobre o fato.
O Advento do Cristianismo derrocou as Festas agrícolas e sazonais do paganismo, e aquilo que sobreviveu destas práticas foram por meio de uma absorção e sincretismos fazer parte do calendário litúrgico da igreja. Tomando por base essa visão, devemos ser histórica e antropologicamente corretos, e afirmar sem sombras de dúvidas que a linha entre Festas religiosas pré-cristãs e Bruxaria é muito tênue e que a Forma Neo-pagã de Bruxaria (com sua aversão ao cristianismo), que se baseiam em Festas agrícolas e sazonais de povos pré-cristãos (célticos), ocasiona um afastamento extremo dos Mistérios Originais da Cunning Craft.

3. A CANDELÁRIA - UMA LUZ QUE ÂNCEIA PELA COMPREEÇÃO
A Bruxaria é herdeira dos Mistérios Ofitas, Luciferianos, Draconicos e Gnósticos, e ela como era praticada antes nascimento da Bruxaria Moderna, tinha sua forma construída sobre o imaginário popular da elite da cristandade Européia dos fins da Idade Média e Inicio da Idade Moderna – Cunning-folk.
A Bruxaria para nós é um caminho que conduz a concretização da sobrevivência do Espírito após a morte do corpo, garantido a continuidade do Clã e a Práxis dos Mistérios - há aqui muito mais contido do que o que será explicitado. Essa consciência ou Espírito que sobrevive a morte, é a fagulha divina, a Flama do Sol Negro dos Mistérios Dracônicos de Azal’ucel que perpetua o Caminho Tortuoso de Nosso Senhor Adverário-Opositor - Set-ain; é, a corrente do sangue de Lumiel que torna a Bruxaria uma Família única de praxes diversas e práxis comum.
Através do Plano dos Sonhos de Lilya, essa consciência ou Espírito é novamente desperta dentro do Círculo de Leviatã, fazendo com que pelo duplo da sombra – a gêmea da Luz - o vivo percorra os mistérios dos túneis setianos e nessa viagem por ambas as tramas “de Prata e Verde” atrela-se irrevogavelmente ao Sangue de Transmissão única.

A Candelária, numa visão não-reconstrucionista deve iluminar assim a estrada que leva aos portais da Hypinogogia e por meio dela contactar os poderosos que do outro lado, nas raízes da árvore onde o corpo de Abel - o sacrificado homem mortal, verteu seu sangue - leva o Adepto a verdadeira iniciação, não humana, não ritualística, e nem cerimonial, mas aquela iniciação dada pelo Dragão da Fé sem nome, Lúcifer-Shaitan, nosso Iniciador Angélico, que abre os portais de Areruza por onde – os Vivos e Mortos - podem ser livres, fortes e separados dentro de suas personalidade, Self-Deificados, por meio da Self-Transformação do Barro Vermelho em Homem de Fogo e de Luz. Ao olhar por esse ângulo fica explicito a escolha de “Caim” como patrono do Caminho Tortuoso e o primeiro do Sangue-Bruxo e a Luz da Candelária pode ser finalmente compreendida.

4. CANDELÁRIA - SOMENTE PELO SABOR DAS TREVAS, O GOSTO DA LUZ É SENTIDO.
Como vimos a Candelária não deve ser resumida a uma forma reconstrucionista de celebração (mesmo por que, isso é quase improvável e não representaria de fato os Mistérios da Área de Sangue) e quando expressamos essa nossa opinião (e só nossa) da Verdade, fomos como Caim, desprezados e forçados ao exílio “do meio” para o “gueto” pelos que chamávamos de irmãos e família, tanto Tradicionais como Modernos, neste ponto, focamos nossa mente no “Congressus Cum Daemone” e fizemos nosso lema as palavras de Michal W. Ford em The Book Of Cain:

“Eu não conservo nenhum amor por estes que me trataram como um animal morto na família deles. Eu serei marcado novamente entre os animais, com quem eu posso correr livre... Então eu andarei a pé até o caminho de fogo de meu ego, pois ele ainda assim chama por mim. Eu Não vou desistir, embora, Eu esteja cansado e com frio - Você não me dobrará! Mesmo que Eu deva enfrentar a escuridão na eternidade sozinho, Eu irei! Eu nunca desistirei "


A Casa dos Corvos Sagrados, como um Coventiculo, cuja origem é a Tradição Ibérica (TI) e disso orgulha-se muito, contém como a sua Mãe-Original (TI), no âmbito do bojo de seus Mistérios, uma forma externa e uma forma interna, ambas pautadas nas correntes de transmissão do sangue único. O Fato de termos duas formas de vivenciamos a “Fé sem Nome”, não quer dizer que dentro da Área de Sangue de Nossa Senhora Rainha do Céu e do Destino, nós desprezamos os poderes emanados neste período da Candelária e nem as correntes estelares de poder que banham a terra, ao contrário, nisso, seguimos fielmente o conselho de Robin Artisson, que ver na natureza o Modelo (Onde Nosso Senhor é o Cornudo) para o processo que deve se proceder no Interior (da Psiquê) que nos leva ao seio da Divina-Mater.

Apenas o “Focus” do Sabbat Externo (como um reflexo do interno) é levar a Luz de Nosso Senhor, nascido do Inverno (do Ego) para dentro da Terra de Pesadelo fria e escura, a fim de que a essência do Daemon-Djinn, seja atiçada e a flama da Luz Esmeralda que caiu do Céu, possa penetrar a Alma e o Espírito e despertar “Dhulqarnen” ou essência de Cada um e assim possam ser Guiados pelo “Formulus” através do inferno de mapas enraizados (na Psiquê) do qual fomos formados e possamos reconhecer Nosso Senhor o Diabo (Agora o Iniciador), não como o inimigo Teológico da Cristandade, mas sim, como um guia sobre a Encruzilhada de Nossa Senhora do Destino, AZ.

5. CANDELÁRIA - UM RELÂMPAGO NA MEIA NOITE DA TERRA DE PESADELO
Mortas estão às esfinges e nomes pelos quais eram evocados e conjurados todos os Deuses e Deusas do Paganismo Antigo, vivos estão as formas por detrás dos Deuses Mortais, de Homens Mortais de Religiões Mortais.

Apenas aqueles que têm uma vontade obsessiva de continuar vivendo após a morte, poderá retornar seguramente a sua família pela Práxis da Praxes da Fé sem nome, ou trasncarnacionar para dar continuum aos Mistérios do Sangue-Bruxo. Esperamos que a Luz de Nosso Senhor Lúcifer-Shaitan-Azazel, ilumine as sombras da Ignorância de cada um nós, que ele possa como sol, adentrar a terra de pesadelos do “EU” e mostrar a nossa verdadeira Natureza Qaynnita.

Que as sementes da verdadeira “Fé Sem Nome” que está no solo de teu Espírito ( e nos Espiritos que dormem debaixo de teus pés), sejam iluminas pelo Sol Negro e pelas relâmpagos das Tempestades da Meia-Noite de Nossa Senhora, Rainha do Destino.

Que o “Um Famulus” Instrutor do Caminho Tortuoso te leve a verdadeira Área de Sangue onde Nosso Senhor nos espera Desnudo para nos Guiar pelos Labirintos de Luz e Espelhos que cerceiam as escadas do Hades a fim de que possas ver no Adytum “A Coroa dos Sete Crânios Risonhos”.

Deixe que Homem-Sapo, te entregue o “Osso Mágico” das “Águas da Lua Cheia” que é o segredo contido na Smaragdina coroa cornuda da “A Máscara do Diabo.

Que haja coragem em você para encarar a Besta e o Anjo dentro de você que a Luz da Candelária revela.

Deixe a Luz do Sol Negro, nesta Candelária, ser mais que uma vela ou Lanterna na parede, deixe o reflexo de Si-Mesmo ser mais que uma pura imagem (marionete) de teus mapas enraizados. Permita-se reconhecer as trevas da moral das religiões mortas e dominantes que te prendem com grilhões de falsas verdades, esses “Egos-Prisões” do que é aceito como bom e mal pela turba.

Por fim, abra-te a verdade contida nas Centelhas da Forja de Tubal-Cain, ouça o badalar do sino da hora da morte do Barro Mortal, a fim de que possa transcender o pó-vermelho da terra primal e ascender a tua verdadeira origem.

Lembra-te, teu Pai e tua Mãe - o Dragão e a Serpente- esperam o despertar de suas crianças Vampíricas, sedentas pelo sangue que permeia a Área do Conjuro dos Poderes Antigos, a fim de que elas possam penetrar os mistérios e os mistérios penetrar-lhes a alma.

Desperte-se Cain, e Venha a nós, tuas crianças, marcadas e proscritas, desperta tua Luxúria mais antiga em cada um nós e permita-nos cavalgar sobre as nuvens das tempestades sabbáticas sobre “O Cavalo” que trota o compasso do ano e um dia. Feliz Candelária.

® Azezel semjaza Qayinn Lvnae.
Dado em Vilas de Abrantes 21 de Julho de 2009. 14h23min.


Nâo é preciso plagiar este texto, pois o AUTOR autoriza a reprodução dele, contando que seja respeitada a integridade do mesmo, bem como, sejam dados os devidos créditos (Autor e Link da postagem original).

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